O Destino Bruxo.

Porcarias e Surpresas.

Após darem seus testemunhos ao agente do serviço social, o trio de aurores decidiu ir até o consultório de Draco, para falar com ele e saber o que ele queria em relação às crianças. Mas, com a visão que tiveram, não restava qualquer dúvida sobre aquilo.

Ao abrir a porta, viram Neville no chão brincando com espadas de madeira com o pequeno Frank. Aurora finalmente pode respirar aliviada, os machucados do menino eram praticamente nulos, apenas algumas marquinhas restavam, mas, definitivamente, ele estava bem.

Draco estava em sua cadeira, dando uma mamadeira para a pequena Jane. Pelos arquivos, eles sabiam que ambas crianças haviam puxado praticamente tudo da mãe. Frank possuía os cabelos castanhos bem próximos de um loiro escuro e seus olhos refletiam um azul celestial, o fazendo parecer um anjinho junto aos seus cachos. Enquanto Jane possuía os cabelos bem mais claros, praticamente platinado e os olhos azuis um pouco mais esverdeados, sendo essa a única característica herdada de Edmund.

-Nev, o que faz aqui?-Ron perguntou encostando-se no batente da porta.
-Eu passei a noite aqui. Draco estava muito cansado, então...Eu o ajudei com as crianças. -Neville disse sorrindo enquanto se defendia dos "ataques" de Frank.
-Achei que as crianças fossem ser transferidas para outros médicos depois de resgatadas. -Blaise cruzou os braços, sorrindo de lado vendo seu melhor amigo.

Entenda, Blaise assistiu muitos...Dracos, ao longos dos anos. Havia o Draco da sua infância, que era um garotinho doce que cuidava de animais machucados escondido de seus pais, passarinhos ou gatinhos de rua, enlouquecendo Narcisa que encontrava seu filhinho cheio de sujeira, mas apresentando traços de cuidado e carinho que nem ela ou Lucius tinham. Houve o Draco dos primeiros anos de Hogwarts, um garoto que queria ser sempre o melhor e provar que merecia tudo que seu sobrenome proporcionava, e principalmente, provar ao seu pai que ele era um herdeiro digno, não importava como. E assim, houve o pior lado de Draco Malfoy, um garoto que se enterrou em medo e trevas, e não sabia como sair de lá...Mas ao mesmo tempo, Draco continuou a ser o velho amigo que Blaise encontrava na biblioteca, no salão comunal ou em uma tarde solitário nos jardins de Hogwarts, o mesmo garotinho que salvava passarinhos, naquela época perguntava como seus amigos estavam, se precisavam de ajuda e tentava fazer de tudo pra melhorar a situação, embora ele mesmo precisasse de ajuda.

Então, a guerra acabou e esse Draco ficou, deixando o medo e a raiva pra trás. Claro, haviam os traços de arrogância, mas não se sobrepunham a tudo de bom que o loiro tinha. Assim, com o perdão de Potter e sua declaração de inocência diante tudo, Draco pode voltar a estudar e fazer o que ele queria fazer, não mais o que seu pai ou um Lorde maluco queriam.

Mas, agora? Esse era outro...Quer dizer! Era o mesmo Draco só que...Mais completo? Ali com Jane nos braços, Blaise via um brilho diferente de felicidade nos olhos dele.

-Eu preferi ficar com o caso, achei que Frank ficaria mais confortável estando com a pessoa que o encontrou. -Draco sorriu e olhou pro menino. -Frankie, não bata com tanta força.
-Mas o tio Nev é forte, Dray!-Frank sorriu brincalhão.
-Quem disse isso pra você?-Neville perguntou ajoelhado.
-É, Frank, quem te disse isso? O Neville cuida de plantinhas, ele não é tão forte quanto eu. -Ron disse.
-Ah! Isso é um desafio?-Neville perguntou girando a espada de madeira em seu punho.
Frank riu da brincadeira e ofereceu a espada pra Ron. Draco revirou os olhos, mas ainda sorria.

-Falamos com o agente Peter hoje...-Aurora se aproximou da mesa, deixando Ron brincar com Neville. Blaise ria enquanto, junto a Frank, colocava mais lenha para os dois se baterem com as espadas.
-Ele veio aqui...Disse para vocês sobre o orfanato?-Draco ajeitou Jane em seus braços.
-É...Blaise disse para ele que você e Neville gostariam de adotar as crianças....A única coisa que Peter acha que o departamento pode reclamar é sobre vocês terem um relacionamento recente. -Disse Aurora.