Pirulitos Sabor Sangue.

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Harry entrou pela lareira da Casa dos Tonks e estranhou o silêncio. Todas as luzes estavam apagadas e não havia nem um elfo por perto.
-Senhora Tonks? Andrômeda? -Chamou.
Nada.
Andou em direção a sala e se assustou, pela abertura da porta, pode ver um braço esticado e caído no chão. Reconheceu pelas unhas bem cuidadas e pintadas de rosa, era Andrômeda.

Harry sabia que precisava ir até ela, mas não pode fazer isso sozinho. Esse era um dos muitos problemas que ele havia herdado da guerra junto a muitos outros que lutaram nela, não suportava ver corpos mortos. Ele sabia que precisaria voltar logo para Teddy, mas não conseguiria ao ver o corpo de Andrômeda, ele não conseguiria.

Correu de volta para a lareira e acendeu, chamando:
-Mansão Malfoy!-Ele disse e esperou. Logo, o rosto de Narcissa apareceu no fogo.
-Lorde Potter? Algum problema? -Ela perguntou.
-É Andrômeda, acho que ela está passando mal ou...Morta. Venha rápido e chame Draco, por favor. -Pediu ele.
Os olhos de Cissa arregalaram e ela desapareceu sem dizer nada. Harry apagou o fogo e esperou.
Primeiro ela chegou, segundos depois Draco.
-Onde? -Draco questionou.
-Na sala. -Disse Harry.
-Fez bem em não ter ido até o corpo e ter me chamado. -Draco disse.
Harry ofereceu o braço pra Narcissa, embora fosse uma mulher forte e admirável, era a sua irmã de quem estavam falando. A loira logo segurou o braço do rapaz, se apoiando.

Eles andaram até a sala. Draco abriu a porta totalmente, Harry olhou fixamente para o corpo. O Malfoy tocou no pescoço de Andrômeda:
-Está viva. -Ele disse. -Mas o pulso está fraco.

Draco procurou por machucados ou qualquer coisa no corpo da mulher, depois abriu delicadamente sua boca, cheirando.
-Veneno. Ela foi envenenada. -Draco disse e pegou Andrômeda no colo.
-Quer que vá com você?-Perguntou Harry.
-Você deixou Teddy sozinho em casa?-Perguntou Draco.
-Deixei...-Harry disse.
-Volte com a minha mãe. Ela fica com o Teddy. Vista roupas adequadas e tente achar pela casa qualquer coisa que podem ter posto o veneno pra ela tomar. Precisamos achar o recipiente e exatamente o que era, será difícil dar um antídoto. -Draco disse e aparatou.

Harry suspirou e levou Narcissa pra a lareira:
-Largo Grimmauld!-Ele jogou o pó de flu.

XxX

Quando chegaram, Teddy estava de pijama, com os cabelos úmidos, sentado no tapete da sala, olhando para a lareira.

-Ei, pequeno. -Harry forçou um sorriso.
Teddy ergueu os braços e Harry o pegou no colo, o abraçando com força.
-Papai? Tá tudo bem?-O pequeno perguntou.
-Sim, sim. Vai ficar tudo bem. -Harry suspirou e ouviu Narcissa chegando na lareira. -Querido, se lembra da tia Cissa?

Teddy abriu um grande sorriso. Quando Andrômeda e Harry não podiam, era comum que Teddy ficasse sob os cuidados de Draco ou Narcissa, mas normalmente era Cissa.

Harry colocou Teddy no colo de Narcissa.
-Sabe onde tudo está? Quer que eu te mostre onde estão os chás? Se quiser pode comer o jantar que eu fiz. -Disse Harry rapidamente.
-Eu já jantei e sei onde tudo está. Vou só coloca-lo na cama e ficar lendo. Fique tranquilo, Harry. -Disse Narcissa.
-Onde papai vai?-Teddy perguntou.
-Sua avó precisa que eu veja uma coisa na casa dela, Teddy. Prometo que estarei de volta para te dar um beijo de boa noite. -Sorriu Harry e se aproximou, beijando a bochecha do menino.

Narcissa levou Teddy pro quarto, enquanto Harry correu para seu escritório. Vestiu novamente seu uniforme e com o equipamento adequado, correu de volta a lareira.
-Expecto Patronum. -Um cervo apareceu. -Vá até Aurora e diga: missão na Casa Tonks, use a lareira. -E o animal de luz desapareceu.
-Casa Tonks!-Jogou o pó de flu.

XxX

-Envenenamento? -Aurora perguntou enquanto mexia nos itens da cozinha da casa.

Não demorou muito para a Prewett aparecer depois que Harry a chamou. Ela pareceu disposta e ouviu todos os detalhes do que ele sabia sobre o que aconteceu com Andrômeda.

-Por que o tom confuso?-Perguntou Harry tirando as coisas do armário.
-Não é estranho pra você? Quem poderia ser um dos suspeitos? É uma mulher sem inimigos, parente e amiga do Salvador do Mundo bruxo e cria uma criança adorável filho de dois heróis de guerra. -Aurora disse.
-Eu tenho muitos inimigos. -Disse Harry abrindo os potes com comida e pegando amostras.
-Te atacariam, não ela. E se a atacassem para te ameaçar, teriam colocado avisos com sangue ou coisas bizarras pela casa. Mas envenenamento? É muito estranho...Envenenamento é comum quando é um parente próximo ou amigo que quer algo da pessoa que vai morrer. -Aurora diz.

E Harry fica pensativo.
-Os únicos parentes vivos são os Malfoys e o Teddy, isso me excluindo. Teddy é uma criança, então está fora. Os Malfoys não receberiam nada a matando. Narcissa e Andrômeda se aproximaram muito depois da guerra e se amam. Draco gosta da tia. Só que o único no testamento de Andrômeda, o herdeiro dos Tonks, é o Teddy e eu. -Harry diz.
Aurora levanta uma sobrancelha.
-Não me olhe desse jeito! Eu não mataria Andrômeda!-Harry disse com um tom ofendido.
Aurora riu.
-Eu sei que não! Estou brincando. -Aurora fechou a geladeira e foi em direção as panelas. -Imagine o escândalo: herói do mundo bruxo mata avó de seu afilhado.
-Muito engraçado. Imagine a capa. -Harry faz uma cara assustada.
E eles riram.
-Os mestres de poção da Seção de Aurores vão nos querer em uma bandeja pelo número de amostras que estamos pegando. -Harry bufa.
-Não temos culpa. O que pode estar envenenado? Esse frango ou a maçã?! -Aurora colocando ambos em sacos de amostra.
-Se eu fosse envenenar alguém eu colocaria na maçã, ninguém pensa em envenenar frutas.-Harry diz.
-Eu também! Esses assassinos tão sem criatividade. -Aurora diz.

Harry ri e assente, indo agora para a sala. Era incrível, ele gostava muito de conversar com Aurora. Era como se o clima sempre estivesse bom em volta dela.

Abriu o armário e pegou amostras de pelo nos casacos e vestes.

-Harry, olha isso!-Aurora veio correndo e mostrou um pacote de doces.
-O que que tem?-Perguntou Harry confuso.-São os pirulitos favoritos do Teddy.
-Foi o que eu pensei também quando olhei, até que...-Ela apontou pra a etiqueta de venda.
Harry se aproximou.
-Travessa do Tranco?!-Ele arregalou os olhos.-Andrômeda nunca compraria doces pra ele lá!
-Ao menos que ela não tenha comprado e nem dado ao Teddy. Talvez Teddy tenha recebido esses doces de alguém...-Aurora diz.
-Oh não...-Harry arregalou os olhos. -Se isso estiver envenenado.
-O alvo não era Andrômeda. -Aurora diz.
-Era o Teddy!-Harry diz alto.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora