O Destino Bruxo.

Crises e Chefes Ruins.

Harry precisou de vários minutos para realizar que sim, havia outro louco atrás dele. Ele amaldiçoava todos os seres mágicos que um dia influenciaram Tom maldito Riddle e seus comensais. Suas mãos tremiam e ele não conseguia levantar. Aurora teve que reagir rapidamente, saindo do escritório e mandando a lembrança para análise e para outros aurores. Solicitando também que todos os próximos a Harry fossem vigiados e protegidos a partir de agora. Quando ela retornou pro escritório, o seu parceiro estava com as mãos na cabeça e com o corpo pra frente. Harry não sabia mais o que fazer, parecia que o mundo o odiava. Ele pensava em tudo que ele havia feito de errado, mas não havia nada que justificasse, nada além de sua própria existência. Ele só queria ser feliz, mas talvez ele não merecesse isso, talvez ele não fosse digno de nada.

Fisicamente, era como se o seu corpo pesasse uma tonelada. Ele sentia a garganta ardendo e o sufocar, suas lágrimas caíam sem que ele pudesse impedir. Ele se odiava. Harry só queria seus pais, seus parentes, seus amigos e nada mais, por que o odiavam tanto? Até mesmo Draco se machucou mais dessa vez e por culpa dele! Tudo porque ele existia! Por quê? Por quê? Ele não aguentava mais isso...Ele não aguentava. Seu peito doía, e ele não conseguia respirar direito, era uma sensação horrível.

De repente, Aurora pegou as mãos dele, devagar. E tirou da cabeça dele. Depois, ela o ajudou a erguer a cabeça.
-O que você está sentindo? -Aurora perguntou, se ajoelhando na frente dele e pegando suas mãos.
-Dor...-Harry diz fraco, desviando o olhar.-Dor no peito...-Ele diz, apertando os olhos. Ele sentia que estava tendo um ataque cardíaco, ele estava com medo e se sentindo muito mal.
-Harry.-Aurora diz de forma urgente. -Olha pra mim. -Ele o fez. -Respira fundo, vamos, devagar...Inspira...-Ele fez.-Expira.

Harry continuou respirando com a ajuda dela por vários minutos, até ele se sentir melhor. Quando ele conseguiu normalizar sua respiração, também conseguiu parar de chorar e aos pouco, sentia menos dor. Aurora se levantou e o ajudou, o abraçando com carinho.

-O que você estava pensando? Se não quiser dizer, está tudo bem. -Aurora disse e ele retribuiu o abraço. -Eu estou aqui, Harry.
Harry apertou os olhos e escondeu seu rosto no ombro dela, respirando fundo mais uma vez.
-Que a culpa é minha. As pessoas continuam se machucando, Aurora. Meus pais, Sirius, Remus, Dora, Andrômeda, Draco, Percy...-Harry a apertou. -Eu não sei mais o que fazer.
-Você não precisa fazer nada. Não é sua culpa, Harry. -Aurora disse em tom calmo. -As pessoas que te culpam só apontam porque é mais fácil do que procurar o verdadeiro culpado. Você não fez nada de errado, Harry e você tem culpa pela morte de ninguém.
-Eu...-Harry começou.
-Você não tem! Não quero saber de "eu era o salvador" ou algo do tipo, você não tem culpa. Harry, você era uma criança. E agora, você é só um bruxo fazendo seu trabalho como auror e vivendo sua vida. -Aurora saí do abraço. -Você é gentil, amável, carinhoso, inteligente, bondoso, um pai e amigo incrível! Ok? Você não tem culpa por nada que a Windburn te acusou.
-Ela vai...-Harry começou.
-Tentar nos machucar, mas ela não vai conseguir.-Aurora disse séria.
Harry a olhou.
-Desculpa...Eu...Eu...Surtei?-Harry se encolheu.
-Merlin, Harry. -Aurora o abraçou. -Está tudo bem, eu sou sua amiga e estou aqui pra te ajudar, inclusive com crises. -Ela fez carinho nas costas dele. -Eu não quero que você se culpe. Você não merece isso, Harry.

Harry retribuiu, sentindo um pouco mais aliviado, mas ainda muito cansado.
-Eu vou te levar pra Toca. -Aurora disse.
-O quê?-Harry questionou confuso e agitado.
-Harry. Você acabou de ter uma crise de pânico. Não pode ficar mais vinte horas trabalhando, você precisa descansar e abraçar o seu filho. -Aurora pega seu casaco de couro. -Eu irei cobrir o seu serviço e cumprir as horas, não se preocupe.
-Aurora, não precisa. Eu estou bem. -Harry disse secando seu rosto.
Aurora sorri e beija a bochecha dele.
-Não, não está. E está tudo bem. -Ela disse pegando a mão dele. -Prometo que quando voltar eu terei feito um relatório bonitinho pra você, como uma boa menina.