Dois Malfoys e uma Verdade.

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Harry acordou ouvindo os passarinhos cantando. Ele abriu os olhos devagar, a luz incomodava, mas se forçou a abrir. Observou o céu azul e as folhas da árvore que balançavam. Como que ele havia parado ali?
Então, quando foi se levantar, ele viu, Aurora. A morena de cabelos cheios e escuros dormia em seu peitoral. Seus dedos finos estavam enrolando a camisa dele e ela respirava devagar, tranquilamente. Harry observou suas sardas e lábios vermelhos, as poucas sardas nas maças de seu rosto e corpo delicado.

Ele sorriu passando um dedo na bochecha dela.
-Aurora...-Chamou com tom baixo. Ela não pareceu ouvir, o que fez ele rir. Ao se mexer, fez ela apertar as pálpebras e virar o rosto contra o peito dele. -Bom dia, luz.-Ele disse e ela levantou o rosto rapidamente. Depois, arregalou os olhos, tão azuis, em sua direção.

Ambos haviam ficado o resto da noite na árvore, conversando e rindo. Depois se sentaram na grama pra contar mais sobre a vida um do outro, mas eles estavam tão cansados pelos dias longos de trabalho que acabaram adormecendo nos braços um do outro.

-Meu Merlin, Harry...-Aurora colocou a mão no rosto. -Você está cheio de grama.
-Sou um bom travesseiro?-Ele brincou e ela riu.
-O melhor. -Aurora negou com a cabeça e se levantou devagar. Depois ela o ajudou. -Como estão suas costas?
-Poderiam estar piores. Surpreendentemente, eu dormi bem. -Harry disse e sorriu pra ela. Aurora o observou e logo sorriu pra ele.
Eles ficaram ali alguns segundos até que ouviram:
-Papai! Tia Rora!-E olharam para a porta do jardim. Estava lá Teddy com seu pijama de leõezinhos. -O que fazem aqui?
-Estávamos vendo se podemos fazer um piquenique de café da manhã. O que acha Teddy?-Aurora disse.
O garotinho abriu um enorme sorriso.
-Eu pego a toalha!!-E ele saiu correndo para a cozinha.
Harry riu.
-Vai pro banho, eu o ajudo a arrumar as coisas pro café. -Aurora olhou a hora. Harry sorriu agradecido e beijou a bochecha dela.
-Prometo ser rápido. -Ele disse indo para dentro.
-Eu duvido! -Aurora disse alto pra que ele escutasse. Se Harry tivesse olhado para trás, teria visto a morena colocar a mão na bochecha, com um sorriso nos lábios.
-Tia Rora, pego o bolo?-Teddy perguntou da cozinha.
-Não pode faltar bolo no piquenique, mas deixa que eu pego. -Aurora foi pra a cozinha ajudar o menor a preparar o café da manhã.

XxX

Harry e Aurora já estavam na sala de interrogatório com os Malfoys. Narcisa estava séria e bem vestida, enquanto seu filho parecia não ter dormido nada.

-Como você pode me acusar de uma coisas dessas?-Narcisa questionou com um olhar hostil.
-Não estamos lhe acusando, Lady Malfoy.-Aurora disse e abre o arquivo. -Existem milhares de estatísticas que mostram que há maior ocorrência de envenenamentos quando o assassino é uma mulher e próxima da vítima. Os Malfoys teriam motivos para matar o senhor Lupin e a senhora Tonks. Compreende? Mas não quer dizer que achamos que vocês são culpados ou os maiores suspeitos. -Seu tom era profissional.
-Lady Malfoy, onde você estava no dia 13 de Outubro, no horário por volta das seis horas da tarde?-Perguntou Harry.
-Em casa recebendo amigas, Lady Zabini e senhora Granger. Estávamos discutindo sobre as novas leis, Hermione deseja que eu aprove a lei de lobisomens. Pode a questionar sobre isso, eu disse que votaria a favor. -Disse Narcisa.
-Iremos. -Aurora anota.
-Lorde Malfoy?-Perguntou Harry.
-Bar, eu tinha acabado de sair de um plantão do St.Mungus. Eu saí com...-Draco fica pensativo. -Eu não me lembro.
-Que horas acabou o plantão?-Perguntou Aurora, ajeitando sua postura.
-Quatro da tarde. Eu pensei em ir pra casa, mas decidi ir pro bar pra relaxar. -Draco diz.
-De repente?-Harry questiona.
-Acho que sim. -Draco diz. Narcisa o olha, confusa.
-Que bar?-Perguntou Harry.

Draco parece tentar focar e nega com a cabeça.
-Não lembro. -Disse Draco.
-Tente descrever o bar. Como ele era e quantas pessoas haviam. -Aurora disse escrevendo.
-Luzes fortes, muito barulhento, mas...Não havia música. -Draco colocou as mãos na cabeça. -Minha cabeça está doendo muito...-Ele olhou assustado pra Harry.
-Não foi Imperio. O sequestraram e bloquearam a memória dele. -Diz Aurora.
-Como sabe?-Perguntou Harry.
-Se fosse Imperio, não doeria. Tire a sua memória, Draco. Iremos levar pra análise.-Aurora respira fundo.
-Pra que o levaram?-Harry perguntou confuso.
-Não faço a menor ideia. -Aurora diz e assistem Draco tirar a memória.
-Narcisa, você será liberada, mas precisará subir as barreiras de proteção da Mansão. Você pode ser um alvo. Iremos levar o Draco pro St.Mungus e ele ficará sob observação. -Harry diz e Narcisa assente fazendo carinho nas costas do filho.

XxX

Assim que os Malfoys se foram, Harry e Aurora colocaram a memória na penseneira do Ministério:

Draco estava amarrado, se debatendo, preso a um poste de metal. Sua blusa branca do hospital estava manchada de sangue e seus cabelos estavam despenteados. Como ele havia descrito, havia muito barulho, mas não era exatamente barulho.

-O que é isso?!-Aurora arregalou os olhos olhando em volta.

Haviam enormes gaiolas e dentro delas lobisomens transformados se debatiam e tentavam lutar para sair. Suas peles estavam muito machucadas e o sangue cobria o chão das celas. Os rosnados e gemidos ecoavam no enorme lugar. Eram centenas e o som trazia dor para ambos aurores.
De repente, as portas do lugar se abrem, eles não conseguem ver onde. Tudo era apenas acesso por velas que estavam em pontos específicos do espaço. O som dos passos se aproximava, Draco tentava se soltar. Ele estava cada vez mais desesperado.
A pessoa finalmente chega perto da luz. Era ela, Lady Windburn. A mulher de sorriso assustadoramente gentil e cabelos longos e loiros. Suas mãos estavam juntas na frente do corpo, segurando sua varinha, que assimilava a uma joia de tão bela, com um cristal rosado na parte em que segurava. Vestia um longo vestido azul delicado e fino.

-Me solte...Me solte...-Draco implorava chorando.
-Boa noite. -Ela ignorou o Malfoy se aproximando dele. -Eu espero que seja noite quando você estiver ouvindo isso.
-O quê?-Draco cuspiu o seu próprio sangue no chão.

Windburn apontou a varinha pra ele e Draco se jogou pra frente, gritando de dor.
-Cale a sua boca imunda, não estou falando com você!-Ela disse olhando o loiro respirando de forma descompassada. -Como você está....Potter?

E ela se virou na direção que Harry e Aurora estavam. Harry deu dois passos pra trás.

-Não, não. Relaxe, eu não estou te vendo. -A mulher riu. -Mas eu sabia que vocês suspeitariam do Malfoy depois que matasse a pequena aberração. Bom, eu espero que tenha conseguido, embora eu ache que meu plano tem muitos erros.

Harry e Aurora se entreolham.

-Enfim, meu nome é Charlotte Windburn, como já deve saber. -A mulher andava na direção deles. -Eu serei direta, senhor Potter.- E ela parou centímetros de alcançá-los. -Eu odeio você. Odeio a aberração e odeio tudo que você fez desde a sua maldita vitória. -Ela abriu os braços. -Vê? Estou a caminho de destruir tudo que você fez até hoje e a sua vidinha miserável e sabe por quê? -Ela dizia mostrando as gaiolas cheias de lobisomens.

Ela esperou, como se esperasse que ele respondesse.

-Porque você destruiu a minha. Porque essas bestas destruíram a minha vida!-Ela gritou. -E eu vou matar cada um deles, cada um que fez da minha vida um inferno.

-Eu não faço ideia nem de quem você é.-Harry diz confuso.

-Você deve estar se perguntando o que você fez contra mim. -Charlotte voltou a olha-lo. -Você, seu bastardo, Harry Potter, foi atrás das horcruxes e meu pai tentou vender um medalhão da sonserina para Voldemort. -Ela riu alto. -Voldemort viu isso como traição, disse que havia sido o meu pai a pegar a horcruxe dele e mandou o bando para os meus pais!! Para mim...Essas bestas nojentas.

-Isso nem faz sentido!-Aurora disse.

-Então, eu irei manda-las para você e para cada um que você ama! E vou matar pessoalmente a aberraçãozinha que é Edward Lupin. -Ela disse se afastando e voltando para Draco.
-Você é louca. -Draco disse.
Charlotte bateu no rosto dele, arranhando seu rosto com suas unhas.
-É rude chamar uma mulher de louca!-Ela disse e apontou a varinha para a cabeça de Draco. -Harryzinho, me espere no natal. Espero que goste de surpresas, pois eu te darei um presente maravilhoso esse ano.

Então, Harry e Aurora foram compelidos para fora da penseneira.

XxX

-Ela é completamente surtada!-Harry disse assustado.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora