O Destino Bruxo.

Pesadelos ou Visões.

Aurora se sentou na cama, arfando e olhou para Harry, que acordou pela simples movimentação da cama. O vendo, vivo, acordado e bem, ela começou a chorar. Era uma sensação horrível que havia coberto seu peito, a sufocando de saudade sem ter perdido nada.

-Amor? O que que foi?-Perguntou ele se sentando.

O que fazer? O que havia sido aquilo? Um simples pesadelo dos muitos que ela tinha? Ou uma visão?

Scarlett Prewett, sua mãe, tinha visões o tempo todo em forma de sonhos. Era sensitiva e tinha o dom da clarividência. Vivia dizendo para não tomar certas atitudes ou tocar em alguma coisa, simplesmente por notar que algo não estava certo. Aurora sempre se culpou por julga-la tanto, embora não conseguisse evitar. Era possível confundir pesadelos com visões e ela sempre achou que sua mãe havia cometido esse erro com ela ao proibir que Aurora conhecesse seu pai.

Agora, compreendia um pouco as paranóias de sua mãe. No momento, sentia-se perdida e com extrema vontade de proteger Harry e Teddy, os esconder, os abraçar e impedir que saíssem perto de si. Mas ela não era assim. Ela não podia se deixar ser como Scarlett era. Harry não precisava ficar preso, ele precisava da verdade.

-Aurora, por favor. Eu estou preocupado.-Harry fez carinho nas costas dela.
-Harry...-Ela o abraçou e Harry retribuiu. Ele a esperou, deixando que chorasse e se acalmasse.- Eu preciso te contar um segredo.
-Diga. -Harry disse, se separando aos poucos do abraço.
-A minha mãe tinha o dom da clarividência. Não era uma vidente, mas era sensível a magia do destino, tinha algumas visões em seus sonhos e coisas do tipo. Ela dizia que desde que havia ficado grávida me via sendo torturada pelo Lorde das Trevas...-Disse Aurora.

-Voldemort?!-Harry perguntou assustado.

-Pois é...Eu achei que ela poderia estar só muito traumatizada. Ninguém saí de uma guerra totalmente normal, muito menos uma adolescente. -Aurora suspirou e secou suas lágrimas. -Mas, agora, acho que eu tive uma.

Harry engoliu seco.
-E como ela era?-Ele perguntou pegando a mão dela.
-Você estava morto, Hazz. -Aurora abaixou o olhar.
-Mas eu estou aqui. -Harry levantou o rosto dela. -Vê? Estou aqui, Aurora.

Ela apertou a mão dele e assentiu.
-Eu preciso te contar o que estou fazendo na Seção de aurores.-Aurora afirmou.

Se o que ela viu realmente era uma visão, algo estava errado. E se tinha a ver com ela, poderia ter a ver com o caso que não contara a Harry. E embora fosse perigoso, confiava nele e precisava evitar perde-lo, mesmo que isso fosse arriscado para o caso.

-Você disse que, por eu ser civil, não era permitido. -Disse Harry.
-Em parte era por isso, e em outra porque eu achei que fosse mais seguro. Agora, eu não acho tanto. -Ela disse e Harry assentiu. -Eu, Ron e Blaise estamos investigando os casos de corrupção, os porcos.

Harry arregalou os olhos e engoliu seco.
-Ok...Isso é perigoso. - Ele apertou a mão dela com mais força.
-Eu sei. Eu estou te contando porque tenho medo que nos alcance em algum momento...Eu não posso correr esse risco. -Disse ela.

Harry sorriu.
-Sabe? Eu sou grandinho e sei me cuidar. -Ele disse brincalhão.
-Não use minhas palavras contra mim, Potter.-Aurora suspirou. -Eu quero que saiba pra saber o que pode estar vindo.
-Você pediu auxílio de Robards?-Perguntou Harry.
-Eu suspeito dele. Acho muito estranho ele não saber de nada e nem demonstrar qualquer insatisfação diante o número de aurores com ficha suja na seção. -Disse ela.
-Precisam informar alguém do Ministério, Rora. Alguém de um cargo acima que possa ajeitar os horários e saiba o que vocês estão fazendo. Se vocês forem pegos, os porcos tentarão usar vocês, dizendo que faziam parte de tudo. -Disse Harry.
-Mas quem? Quem que de forma alguma estaria envolvido?-Perguntou Aurora.
-Hermione e Kingsley. Eu sei que como ele é o ministro deveríamos desconfiar dele, mas ele era parte da Ordem e um auror de confiança.-Disse Harry.
Aurora pensou e assentiu.
-Ok, tem razão. Falarei pros meninos que iremos fazer isso. -Disse Aurora.