Missão.

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Na segunda-feira, Harry acordou atrasado, encontrando  Teddy já comendo seu cereal na cozinha. Ele teve que voltar as pressas pro andar de cima e começar a se arrumar, logo, retornando, pegando Teddy no colo e o arrumando para a escolinha.

-Harry? -Ouviu a voz de Andrômeda no andar de baixo.
-Pegou tudo? -Perguntou Harry.
-Está tudo aqui, pai. -Teddy disse.
Harry assentiu amarrando os sapatos dele, até que, ele percebeu e arregalou os olhos.
-Teddy... -Ele começou.
-Harry, ele vai se atrasar pra escola! -Andrômeda chamou a atenção.

Harry suspirou e terminou de amarrar os sapatos de Teddy. Pegou novamente o menino no colo e desceu correndo.
-Não corra na escada com ele no colo. É melhor se atrasar a ter um galo na cabeça. -Disse Andrômeda.
-Desculpe, senhora Tonks. -Harry disse envergonhado, colocando Teddy no chão e dando a mochila para a mulher.
A senhora sorriu doce.
-Você tem missão hoje? -Perguntou ela.
-Sim, infelizmente. Pode ficar com ele até a amanhã? -Perguntou Harry, passando a mão nos cabelos de Teddy. O menino os mudou para preto e seus olhos ficaram verdes, Harry sorriu fraco com isso e voltou a olhar Andrômeda. Ele se sentia mal usando a mulher desse jeito, ele era o padrinho, não deveria a ocupar com os cuidados do menino. Ainda mais, vendo o rosto magro dela. -Você parece doente, senhora Tonks...
-Claro que eu posso, Harry. Não se preocupe. -Andrômeda suspirou. -É só um resfriado. Irei dormir um pouco enquanto Teddy estiver na escola e irei melhorar.
-Tem certeza? Eu posso falar pro meu chefe que não posso ir hoje e busco o Teddy. -Harry disse, preocupado.
Andrômeda sorriu e beijou a bochecha dele.
-Vá pro trabalho. Eu cuido de Teddy. -Andrômeda disse e Harry assentiu.

Ele foi até o sofá e pegou sua bolsa, indo em seguida para a lareira.
-Ministério da Magia! -Harry jogou o pó de flu na lareira.
-Tchau papai! -Teddy disse antes que ele desaparecesse, só deixando Harry ver os olhos de Andrômeda se arregalarem.

XxX

Harry estava sentado em sua cadeira na Seção de Aurores, batia a varinha contra a sua perna enquanto contava o que havia acontecido para Rony.

-Cara, isso é normal. Você cria o Edward desde...Você sabe. Ele te vê como uma figura paterna. -Disse Ron sentado na mesa de Harry, balançando suas pernas.
-Eu sei, eu sei, mas...Não quero que ele esqueça o Remus e a Dora. Eles fizeram tudo por ele, por um mundo que ele pudesse crescer. -Harry disse, mordendo os lábios. Sua garganta ardia, sentindo vontade de chorar.

Harry adorava Remus, assim como Sirius, era um pai para ele. Remus o ensinou muito do que ele sabia. Como ser forte, como ver as diferenças não como fraqueza, mas como algo que te tornava especial. O mostrou que precisava ser mais observador, estudioso e ouvinte. O ensinou a amar e nunca abandonar aqueles que importavam para ele.

Pensar que Teddy via Harry como seu pai era...Lindo, mas ao mesmo tempo doía como um inferno. Ele não queria tomar o lugar de Remus, nunca.

-Sabe...Harry. -Ron pulou da cadeira e tocou no ombro de Harry. -Você também fez e faz tudo por ele. Se você quiser conversar com o Teddy e falar sobre os pais dele, dizer a importância de não se esquecer dos heróis que os pais dele foram e como eles o amaram, isso é lindo e necessário. Mas...Não brigue com ele por te chamar de pai porque você é isso pra ele, querendo ou não. Você não está tomando o lugar de Remus. Você pode pedir pra não o chamar tanto assim, pra não se esquecer...Mas, se acontecer, sorria e deixe pra lá.
-Você acha que estou...-Harry respirou fundo.-...Fazendo isso certo?
-Criando ele? -Ron sorriu. -Acho que ninguém mais poderia fazer isso melhor, companheiro.

Harry sorriu e levantou, abraçando Rony.
-Obrigado. -Disse aproveitando o carinho. Ron retribuiu com força e deu um tapas em suas costas.
-Disponha. -Ron sorriu.

-Ei...-Eles ouviram uma voz feminina e se separaram. Era Aurora que trazia um arquivo em mãos. -Está tudo bem?
-Hun hun. -Harry assentiu.
-Coisas de Teddy. -Ron disse tranquilo.
-Ele está bem? -Aurora fecha o arquivo.
-Está. Ele me chamou de pai hoje...Eu não soube reagir. -Disse Harry e Aurora sorriu doce, compreensiva.
-Parabéns Harry. É algo maravilhoso que uma criança te veja assim, ele realmente te ama. -Aurora disse e Harry sorriu.
-É, eu também o amo. -Harry concluiu. -Bom, o que traz aí?

Aurora andou até ele e abriu o arquivo.
-Descobri onde está e de quem é o celeiro que o Richard disse. -Aurora aponta pra um nome no documento.
-Ele?! -Harry arregala os olhos.
-Pois é! -Aurora disse sorrindo.
-Bom, o que fazemos primeiro? -Perguntou Harry confuso.
-Ron, você tem algum caso? -Perguntou Aurora.
-Não, só relatórios. Por quê? -Ron bebia um milkshake de morango.
-Você vai falar com o dono do celeiro, enquanto nós vamos ficar de tocaia e pegar provas. Não diga nada sobre o lugar ou o caso. Finja que você é contra a Lei Remus e tente descobrir algo. -Aurora passa o arquivo pro ruivo que pega e lê.
-Merlin, isso é sério?! -Ron arregala os olhos.
-Não sabemos. Pode ser que o Richard tenha dado um lugar aleatório para nos despistar do verdadeiro esconderijo que estão levando os lobisomens. -Harry diz.
-O seu papel é ver se esse cara tem alguma coisa a ver. Nós dois iremos ver se o lugar é legítimo ou se está sendo usado sem o suspeito saber. -Aurora pega seu casaco de couro na cadeira.
-Beleza, vou chamar o Zabini. -Ron fecha o arquivo e saí correndo da seção.
-Vamos? -Aurora perguntou terminando de se vestir.
-Vamos! -Harry pegou sua bolsa na mesa e a seguiu.

XxX

Harry e Aurora estavam usando orelhas extensoras e um feitiço para deixá-los invisíveis. Vigiavam o celeiro a distância.

-Acha que ele está realmente por trás disso?-Perguntou Aurora observando a movimentação de bruxos no celeiro.
-Sinceramente espero que não, mas é difícil que estejam usando uma propriedade dele e ele não saiba. -Harry suspira.
-Estudou com ele, certo?-Aurora começou anotar algo.
-Pois é. Ele nunca me pareceu o tipo. -Harry disse.
-Ninguém faz o tipo de sequestrador de bruxos, Harry, como que você poderia suspeitar?-Aurora o olha.
-Não sei. -Harry disse.

De repente, uma carroça apareceu, se dirigindo ao celeiro. Aurora puxou Harry para de trás de uma árvore.
Assim que ela se aproximou mais da propriedade, em cima da carroceria apareceram diversas gaiolas, dentro haviam bruxos, inclusive menores de idade e pelas cicatrizes, lobisomens.

Harry fechou os punhos.

Um bruxo alto e magro desceu do veículo e bateu nas grades das gaiolas com sua bengala.
-Silêncio! Não atrapalhem se não os farei de tapete!-O homem resmungou.

Uma bruxa saiu de dentro do celeiro, ela possuía longos cabelos loiros e usava um vestido azul. Ela parecia uma Lady.
-A reconhece?-Aurora perguntou, Harry negou.

-Philip! Que bom que chegou. -Ela sorria andando até a carroça. -Vejo que trouxe um bom número hoje.
-Sim, senhora. -O homen se apoiava em sua bengala.
-Aqui está. -A mulher pegou um saco de moedas na cintura e jogou pro homem, que teve que pegar no chão.
-Quanto tem?-O homem sacudiu o saco e abriu para ver as moedas.
-113 galeões. Tem uma multa, pois um de seus homens foi pego pelo ministério. Estamos correndo o risco de sermos descobertos. -A mulher disse.
-Eu cuidarei de Richard. -Philip bufou. -Agora, estou curioso. É a décima entrega que eu faço, o que você faz com essas bestas, Lady Windburn?

A mulher fechou o rosto e pegou a sua varinha. Sem dizer uma palavra. Philip caiu de joelhos, gritando de dor e colocando a mão em sua cabeça. Lady Windburn, como ela parecia se chamar, se aproximou dele e o chutou pro chão.

-Não procure saber daquilo que não te interessa, seu inútil! -Ela disse e foi até a carroça. Com um movimento leve de varinha, ela fez as rodas se movimentarem, o veículo se mexeu em direção ao celeiro que estava com as portas abertas e ela o seguiu. Deixando Philip no chão, paralisado de dor e medo.

Harry aparatou assim que mulher entrou, pegando Philip e aparantando pro Ministério. Aurora o seguiu.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora