Lady Windburn.

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Os médicos do Ministério quase recusaram-se a permitir que os aurores falassem com o suspeito. Draco, um dos medibruxos responsáveis pelo caso, resolveu tentar ajuda-los na investigação. Ficaram do lado de fora do quarto do paciente que estava sedado.

-Nunca vimos um crucio desse tipo. É como se ela tivesse acertado apenas uma parte do cérebro dele. Não foi para enlouquece-lo, mas paralisa-lo de medo. -Disse Draco analisando os pergaminhos.
-Acha que pode ser uma nova...Lady das trevas?-Perguntou Harry.
-Não possuí o mesmo modus operandi de nenhum que tenhamos conhecido. Essa tal Lady Windburn...Ela não procurou famílias puro sangue ou pessoas ricas. Seus aliados são todos pobres ou marginalizados, bruxos sem educação alguma ou quase sem magia. -Disse Aurora e Draco levantou uma sobrancelha, parecendo ficar pensativo. Ele ajeitou sua gravata, em silêncio.
-Richard Anderson lutava bem. -Apontou Harry.
-Mas ainda era um bruxo sem formação ou projeção de carreira. Era um ladrãozinho e traficante do mercado ilegal. Fácil de convencer a trabalhar por dinheiro, ainda mais se for uma Lady rica. -Aurora diz.
-Vocês disseram Windburn? Eu conheço os Windburn...Ou conhecia. -Disse Draco.
-Quem são?-Harry perguntou.
-Eram. Uma família rica, o Lorde Windburn era John Vlad Windburn, um puro sangue que fazia negócios com todas outras família puro sangue. Era um canalha, realmente, vendia produtos falsos ou amaldiçoados. Era conhecido por ter contato com muita gente do mercado ilegal da Travessa do Tranco e da França. -Disse Draco.
-Filha?-Aurora perguntou.
-Tinha, era mais velha que eu, então, meus pais não negociaram nenhum casamento com ela. Charlotte Windburn, era uma grifinória e ótima mestre de poções. -Draco diz e ele olha pra Aurora. Sem perceber, o loiro passou as mãos no cabelo.
Harry sorri, anotando.
-Por que você disse no passado? "Eram"?-Aurora pergunta, Draco sorri para ela.
-Durante a guerra, Voldemort mandou o bando de Fenrir atacar a família Windburn como vingança. Não sei bem o motivo. Eu achava que todos haviam morrido. -Disse Draco.
Harry e Aurora se olharam.
-Encontramos!-Aurora disse sorridente.
-Obrigado, Draco. De verdade! -Harry disse.
Draco deu de ombros.
-Se ele acordar, nos avise, ok?-Pediu Aurora.
-Claro...Senhorita?-Draco pergunta.
-Lady Prewett. -Aurora abaixou respeitosamente. Draco sorriu e retribuiu o movimento.
-Lorde Malfoy, muito prazer. -Ele disse e beijou a mão de Aurora. -Se quiser, adoraria marcar um jantar.

Harry fechou o rosto e olhou seu relógio.
-Precisamos ir, Aurora. -Disse Harry.
-Oh sim, claro. -Aurora olha seu próprio relógio. -Mande uma carta, Lorde Malfoy. Irei confirmar minha presença assim que puder.

Draco assentiu.

Os dois aurores se viraram, Harry pisa firme. Bufando. Quem Malfoy pensava que era pra se oferecer desse jeito para a sua parceira?

-Harry? Tá tudo bem?-Aurora perguntou.
E ele a olhou, respirando fundo e assentindo.
-Sim, só estou estressado por causa do caso.-Harry diz.

Eles chegam na Seção de Aurores, encontrando Ron falando com Finnigan, que estava algemado a mesa.

-Harry! Diga a esse idiota que é um engano! Eu não tenho nada a ver com esses sequestros!!-Simas se levantou.
-Ron, por que prendeu ele?-Harry perguntou confuso.
-Eu e Blaise fomos até a casa dele, como vocês disseram. Eu enrolei o Simas e ele acabou dizendo: "ainda bem que esses lobisomens estão desaparecendo. Com essa lei passando, não consigo imaginar o que pode acontecer com todos nós."-Ron disse anotando seu relatório.
-Eu encontrei diversas poções mata-cão sem documentação de compra. -Blaise mostra as provas.

Harry cruza os braços.
-Harry! Eu juro que não foi o que eu quis dizer. Sim, eu morro de medo de lobisomens, mas sou a favor da Lei Remus! Eu só disse que me sinto mais seguro com eles estando em menor número, mas não desejo mal a eles. Eu não sei como essas poções foram parar na minha casa.- Simas disse, seus olhos cheios de lágrimas.

Aurora morde os lábios.
-Harry, ainda existe a possibilidade de estarem armando para ele. -Disse ela.
O Potter concordou fraco com a cabeça.
-Mas ainda existem provas suficientes de que ele pode estar envolvido. O celeiro está no nome dele e sabemos que Anderson estava comprando poções mata cão a mando de alguém. -Harry respirou fundo.
-Eu o prenderia para interrogatório, Potter.-Zabini disse.

Harry ficou pensativo. Não seria ilegal prender temporariamente Finnigan para interrogatório, ainda mais com as provas, mas não se sentia bem em fazer isso com alguém que ele conhecia. Mas eram vidas que estavam em jogo.

-Lorde Potter!-Alguém entrou correndo na seção de aurores.
Todos se viraram.
-Uma professora da escolinha de Hogsmeade está aqui. Ela veio com o seu afilhado. -Disse o rapaz.
Harry olhou a hora. Andrômeda já deveria ter buscado Teddy há horas. Por que ele estava aqui?

-Ron, Blaise, Aurora. Eu aprovo o interrogatório. Cuidem disso. -Harry disse e saiu correndo, pegando sua bolsa e casaco no caminho. Os outros aurores estavam confusos. Ron juntou as mãos, preocupado.

XxX

Ao chegar no átrio do Ministério, encontrou a professora de Teddy, Anne, de mãos dadas ao menino, que claramente esteve chorando pelas tantas vezes que mexia em seus olhos.

Harry correu até ele e o pegou no colo. Teddy o abraçou com força.
-Vovó não apareceu, papai...-O menino disse choroso, Harry sentiu o coração apertando e logo retribui o abraço de Teddy.
-Tentamos chamar pela lareira e até por patrono, ninguém respondeu. Sabemos que o senhor estava no trabalho, por isso eu fiquei esperando com Teddy, mas como a senhora Tonks não foi, eu tive que traze-lo. -Disse Anne.
-Obrigado, Anne. Fez o certo. -Disse Harry, se movimentando de levinho, tentando acalmar Teddy. Anne entregou a mochilinha para Harry e em seguida, a professora acenou e foi pra as lareiras.
-Vamos pra casa? Hun? -Harry beijou os cabelos de Teddy.
-Dindo, você acha que a vovó ficou brava comigo porquê eu te chamei de pai?-O menino fungou, olhando para Harry.
-Não, meu amor, claro que não. Eu e ela só ficamos surpresos...Você percebeu?-Harry perguntou.
-Vocês dois arregalaram os olhos um tantão assim. -Teddy mostrou com as mãos quanto eles arregalaram os olhos. -Achei que tivessem bravos e por isso não foram me buscar.
-Não, Teddy. Não ficamos bravos, eu fiquei surpreso e provavelmente sua avó também. Se você se sente melhor me chamando de pai, está tudo bem. Só não queremos que esqueça os seus pais de verdade, eles foram ótimas pessoas e verdadeiros heróis, eles merecem estar presentes na sua memória. -Disse Harry andando para a lareira.
-Eu nunca vou esquecer, eu gostou das histórias do papai e dos marotos. E a mamãe que me deu o presente de mudar a cor do cabelo. Os meus amigos gostam que eu mude de cor. -Disse Teddy sorrindo fraco.
-Que bom, Teddy. -Harry sorriu e beijou a bochecha dele.
-Posso te chamar de papai? Eu prometo que não vou nunca esquecer o papai Remus e mãe Dora. -Perguntou Teddy encostando a cabeça no ombro de Harry.
-Pode. -Harry sorriu o ajeitando nos braços e Teddy fechou os olhos, colocando os braços em volta do pescoço de Harry. -Eu prometo que vou tentar ser o melhor pai do mundo pra você, Teddy.

Teddy ergueu a cabeça e beijou a bochecha de Harry.
-Você já é, papai!- Teddy disse sorridente.

XxX

Harry deu o jantar para Teddy e o mandou pro banho. Ele odiava deixar Teddy sozinho, mas precisava saber o que havia acontecido com Andrômeda.

O Destino Bruxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora