DOMINATION

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Asano entrou pela porta da frente, o sino ecoou por toda a cafeteria, atraindo a atenção dos olhos dourados de certo ruivo, cujo estava servindo café para um cliente. Durante as passadas lentas do alaranjado, Karma sorriu, aguardando o mesmo fazer um pedido para que ele pudesse atender. Acompanhou cada passo dado conforme Asano dirigia-se para uma mesa próxima a sala dos funcionários, onde sentou e cruzou as pernas, apoiando os cotovelos sobre a mesa. Ele batucou os dedos na madeira ansiosamente, seus olhos roxos passeavam por todo canto do estabelecimento, procuravam pelo Akabane para poder resolver aquela situação tosca sobre Nagisa.

Aquele garoto estava se tornando um estorvo, mas era intocável enquanto Karma estivesse por perto, então precisaria lidar diretamente com o ruivo para poder conseguir seu objetivo. Teria de ser bem persuasivo para fazê-lo entender que o Shiota não era uma boa escolha para par romântico, embora Karma já tenha lhe dito com todas as letras que não nutria absolutamente nada além de ódio por Asano, não foi suficiente para o terceiro entender.

Sorrindo confiantemente, o Akabane se aproximou da mesa e chamou a atenção de Gakushuu, curvando-se brevemente para cumprimentá-lo, em seguida sugeriu olhar o cardápio. Entretanto, seus ânimos foram arrancados em segundos, Gakushuu somente disse-lhe que gostaria de conversar sobre certo incômodo — referindo-se diretamente a seu amado Nagisa. Trincou a mandíbula ao dirigir a palavra ao filho do diretor.

— Já falei para ficar longe dele, Asano-kun.

— Não percebeu ainda? Ele está te atrasando, Akabane-kun — Sorriu, mas seus olhos miravam-no com selvageria, como um predador encara sua presa; felizmente Gakushuu não era quem deveria ser temido ali. — Você já foi muito mais do que isso.

— Não me importo se estou indo de mal a pior, contanto que Nagisa esteja ao meu lado. — Respondeu entre um rosnado, virando o rosto para outra direção, tentado a atacá-lo mais uma vez. — Então, irá pedir alguma coisa ou preciso forçar sua saída?

Asano balançou a cabeça.

— Quero um café preto com creme — Recostou a coluna na cadeira, acompanhando o ruivo retornar para a cozinha.

Karma fez o que ele pediu, no entanto, após o último funcionário sair da cozinha para serviu outros pedidos, retirou do bolso alguns comprimidos, derrubando um deles dentro da xícara. Aguardou o "ingrediente" dissolver para levar para Asano. Observou-o atentamente beber todo o líquido, em seguida levou o alaranjado para o caixa, recebeu o pagamento e, enquanto Gakushuu saia do local, aproveitou para espiar o horário em seu celular. Sorriu, pois, seu turno terminou, portanto, apressou-se para trocar de roupas, pegou a mochila, a pendurou no ombro e correu atrás de Asano.

O seguiu por um curto período, ele estava tentando chegar em sua casa, porém, depois de quinze minutos de caminhada, Gakushuu apoiou-se nas paredes de uma loja, não tardando a desmaiar diante de algumas garotas. Elas suspiraram em surpresa, preparadas para ligar para pedir ajuda, mas Karma rapidamente se aproximou delas e apresentou-se como irmão gêmeo do alaranjado — elas não puderam refutar, de fato ambos eram parecidos —, explicou-se dizendo que estavam brigados, por isso andavam afastados a caminho de casa. Karma enviou uma mensagem para o motorista de seus pais, ordenando para que fosse buscá-lo.

O homem apareceu minutos depois, ajudando o Akabane a levar o tal colega de turma para dentro do carro. Durante o caminho de casa, o motorista contou para o ruivo que Nagisa teve de sair, pois tinha algo a ver com o julgamento de Hiromi e ele tinha levado o azulado.

Conveniente.

No meio do caminho, Karma e Asano foram deixados perto de uma lanchonete, o Akabane contou que a casa do "colega" era próxima dali e, portanto, poderia levá-lo a pé. Demorou mais um tempinho para poder chegar em sua casa, fechou a porta e derrubou o alaranjado no chão, deixou a mochila no quarto e arrastou Gakushuu escada abaixo para o porão. Por precaução, Karma removeu a cadeira que havia instalado no quarto principal do porão, levando-a para o segundo quarto cujo era menor, mas tinha espaço suficiente para os brinquedinhos de Karma. Usou um enorme armário velho para esconder a porta, teve de estudar cuidadosamente as medidas para que não restasse nenhuma fresta, então instalou sozinho as placas acústicas nas paredes, teto e porta desse segundo quarto, além de ter levado o bastão de metal para lá junto da cadeira e uma mesa de madeira.

The Porcelain BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora