The Porcelain Boy

Lost My Mind

E tornou-se uma explosão de vermelho. Costumava ser sua cor favorita; bela, extravagante, atraía o olhar de qualquer um que estivesse por perto. Vermelho representa o amor, mas também representa o perigo. É uma cor linda, de fato, cativante como o sangue que escorria nas paredes e espalhava no chão.

Parecia assustador também, bem como o olhar repentinamente vazio do rapaz deitado no chão. Karma transformava as sombras em tijolos — desta vez fizera diferente. Pegou um tijolo e o transformou em cadáver. Converteu sua celebração pela vida em um suspiro saudoso diante da morte. E isso era realmente assustador. Embora já tivesse visto aquela mesma expressão empalidecida em outro cadáver, ter o ato feito por outra pessoa na sua frente soava pior do que ele mesmo fazer em defesa deste mesmo indivíduo.

Mas continuou parado, olhando para os resquícios de quem o loiro costumava ser esvair lentamente do corpo. Não havia mais ele nem ninguém naquele frasco quebrado. Levantou o olhar assustado para Karma, cujo já estava o observando serenamente. Ele não sorria nem movia os braços. Empunhava o machado que Nagisa acreditou ter escondido muito bem. Os olhos dourados pareciam manchados com o sangue que acabara de derramar, encaravam o garotinho destilando fúria no olhar.

— O- O quê? — Sibilou, cambaleando para trás. Quase tropeçou nos próprios pés conforme afastava-se de Karma. — O que você fez?

— Você gosta que eu faça coisas terríveis por seu amor, não é? — Ele rosnou, jogando em cima do corpo o machado ensanguentado. Karma aproximou-se em passadas pesadas, obrigando o azulado a prensar as costas contra a parede. Não havia saída. — Gosta de me ver enlouquecer por ti, não é?

— Karma, fique longe de mim! — Gritou, assustado, sentando no chão para cobrir a cabeça com os braços. Ouviu os passos cessarem. Olhou-o novamente. Karma tremia.

— Eu sabia — Ele riu. Karma gargalhou como se tivessem lhe contado a piada mais engraçada de todas. — Eu sabia que você gostava desse merda.

— Maehara-kun não era um merda! Você é! Seu monstro — Começara a chorar diante do ruivo. Ele retomou a expressão vazia. — Você matou meu amigo...

— Ele estava te afastando de mim.

— Maehara-kun me contou o que você fez! Ele me contou tudo!

— EU FIZ POR NÓS!

— POR VOCÊ! — Não podia acreditar que seu amado Karma foi capaz de humilhá-lo daquela forma e largar a culpa em Okuda. Pobre Okuda... — NUNCA HOUVE UM "NÓS", KARMA! SEMPRE FOI VOCÊ! SÓ VOCÊ E ESSE AMOR DOENTIO QUE DIZ SENTIR POR MIM!

— EU FIZ POR TI! SEMPRE FOI POR VOCÊ! FIZ TUDO ISSO POR TI, POR TEU AMOR! QUANDO VOCÊ VAI ENXERGAR ISSO?!

Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo. Nagisa, eu te amo.

— Nagisa, eu-.

— EU TE ODEIO, AKABANE KARMA!