Ela não sabia o que pretendia quando pegou o sabre, muito menos quando o ativou, foi algo automático, algo gerado pela fúria dentro dela, pela fúria de que a única pessoa que a entendia agora dizia que eles estavam errados, mas foi quando a lamina superior de seu sabre estava a centímetros do rosto dele que ela percebeu o que estava fazendo.
Seu choque foi tanto que paralisou seus músculos, o sabre a meros dois centímetros do rosto dele.
Um som engasgado saiu de sua garganta enquanto olhava o rosto passível dele.
-Porque não se defendeu? Eu ia...eu ia... - Rey balbuciou.
Porque ele estava parado? Porque ele não estava tentando se defender? Ele queria que ela a matasse ou algo assim? Isso é ridículo.
Mas uma pequena interrogação ficou em sua cabeça.
Ela teria o matado?
Se Rey não tivesse parado no ultimo segundo, parado para pensar o que estava fazendo, ela teria o matado?
Ela quis acreditar que não.
-Rey... - Ben sussurrou.
Ela não queria ouvir as palavras dele, não agora e nem tão cedo.
Rey desativou seu sabre e saiu correndo para qualquer lugar longe o bastante dos olhos piedosos dele.
Ben olha seu reflexo no espelho. Nada mudou na sua aparência. Mas a algo dentro dele, algo forte que pulsava por todo seu corpo havia mudado.
A luz.
Ele sentiu o momento em que voltou, foi tão simples como respirar, voltar a aceitar quem era, abraçar seu passado, até voltar a aceitar seu nome no nascimento.
Ben.
Ele era Ben de novo e a momentos atrás quando achou que iria morrer ele abraçou todo significado que seu nome deveria trazer e esperou a morte, mas ela não veio e agora ele se olhava no espelho e finalmente sentia as outras consequências de sua volta a luz.
A angústia.
O sofrimento.
A dor.
A culpa.
Tudo que ele tinha feito, todos que havia machucado, toda vez que havia levantado o sabre para ameaçar ou ferir alguém. Ele sempre achou que era pela causa certa, agora ele via que não era e teria que lidar com a culpa que revirara suas entranhas.
Han.
Seu pai.
As lágrimas queimaram em seus olhos e ele as deixou correr pelo seu rosto, grossas gotas d'águas salgadas que desciam pelas suas bochechas e pingavam em seu peito nu.
A culpa já o corroría aos poucos desde o momento que enfiou a lamina do sabre no peito do pai, mas ele pensava que não havia volta, pensará que já não podia voltar e evitou pensar naquele momento.
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Falling in two pieces
FanfictionRey não encontrou as respostas que procurava em Ahch-To com Luke, mas teve o vislumbre delas ao tocar os dedos de seu inimigo, Kylo Ren, agora ele estende a mão e pede para que ela fique ao seu lado e governe a galáxia com ele. Talvez o lado sombrio...