Capítulo 15

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Ela não sabia o que pretendia quando pegou o sabre, muito menos quando o ativou, foi algo automático, algo gerado pela fúria dentro dela, pela fúria de que a única pessoa que a entendia agora dizia que eles estavam errados, mas foi quando a lamina superior de seu sabre estava a centímetros do rosto dele que ela percebeu o que estava fazendo.

Seu choque foi tanto que paralisou seus músculos, o sabre a meros dois centímetros do rosto dele.

Um som engasgado saiu de sua garganta enquanto olhava o rosto passível dele.

-Porque não se defendeu? Eu ia...eu ia... - Rey balbuciou.

Porque ele estava parado? Porque ele não estava tentando se defender? Ele queria que ela a matasse ou algo assim? Isso é ridículo.

Mas uma pequena interrogação ficou em sua cabeça.

Ela teria o matado?

Se Rey não tivesse parado no ultimo segundo, parado para pensar o que estava fazendo, ela teria o matado?

Ela quis acreditar que não.

-Rey... - Ben sussurrou.

Ela não queria ouvir as palavras dele, não agora e nem tão cedo.

Rey desativou seu sabre e saiu correndo para qualquer lugar longe o bastante dos olhos piedosos dele.

Rey desativou seu sabre e saiu correndo para qualquer lugar longe o bastante dos olhos piedosos dele

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Ben olha seu reflexo no espelho. Nada mudou na sua aparência. Mas a algo dentro dele, algo forte que pulsava por todo seu corpo havia mudado.

A luz.

Ele sentiu o momento em que voltou, foi tão simples como respirar, voltar a aceitar quem era, abraçar seu passado, até voltar a aceitar seu nome no nascimento.

Ben.

Ele era Ben de novo e a momentos atrás quando achou que iria morrer ele abraçou todo significado que seu nome deveria trazer e esperou a morte, mas ela não veio e agora ele se olhava no espelho e finalmente sentia as outras consequências de sua volta a luz.

A angústia.

O sofrimento.

A dor.

A culpa.

Tudo que ele tinha feito, todos que havia machucado, toda vez que havia levantado o sabre para ameaçar ou ferir alguém. Ele sempre achou que era pela causa certa, agora ele via que não era e teria que lidar com a culpa que revirara suas entranhas.

Han.

Seu pai.

As lágrimas queimaram em seus olhos e ele as deixou correr pelo seu rosto, grossas gotas d'águas salgadas que desciam pelas suas bochechas e pingavam em seu peito nu.

A culpa já o corroría aos poucos desde o momento que enfiou a lamina do sabre no peito do pai, mas ele pensava que não havia volta, pensará que já não podia voltar e evitou pensar naquele momento.

Falling in two piecesOnde histórias criam vida. Descubra agora