Capítulo 11

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Rey ajeitou o vestido em seu corpo, chocada com o reflexo que o espelho mostrava. Ela nunca havia visto vestido como aquele e tão pouco conseguia reconhecer a mulher que o vestia. Sua pele nunca esteve tão exposta e seus pontos vitais tão em evidencia, se a resistência resolvesse realmente atacar aquela noite então não seria fácil lutar com aquele vestido.

Isso rapidamente a vez recapitular a reunião de emergência que havia tido dias atrás a respeito de um possível esconderijo do espião, infelizmente a pista não havia dado em nada, não que fossem desistir. Rey sacudiu a cabeça para esquecer-se do assunto por aquele momento.

Seus ombros estavam nus já que as mangas do vestido só começavam onde geralmente deviam terminar, no meio do braço presos por duas pulseiras de metal, uma em cada braço e deixando também exposto sua cicatriz no braço direito que ganhou na batalha da sala do trono, pouco antes de se juntar a Kylo, as mangas desciam até seus pulsos e eram interligados um ao outro sendo presos quase no final do vestido por um adereço brilhante de prata. A extensão do vestido era fluida e longa, chegando a se arrastar no chão, começando pelo colar de prata, que era o adereço que prendia o vestido ao seu corpo, em seu pescoço e descendo em uma sinuosa cor de amarelo que cobria seu peitoral, mas deixava suas costas nuas até o inicio da lombar, na metade do vestido sua cor mudava para um rosa tão suave como o rosa do céu no amanhecer, já perto do final do vestido na altura dos joelhos a cor voltava a mudar para um roxo beirando ao azul terminando o degradê de cores. Sem duvidas era a coisa mais linda que Rey tinha visto, da mesma forma que devia ser a mais frágil também. Seus sapatos eram sapatilhas pretas confortáveis que ficavam ocultas pelo vestido, ela preferiu escolher eles porque sabia que não seria capaz de andar sem cair em um daqueles outros modelos com salto que ainda pareciam apertados e dolorosos.

Pela primeira vez na vida de Rey ela foi realmente maquiada, alguns funcionários, duas mulheres e um homem, que foram contratados apenas para isso apareceram na sua porta e a sentaram na cadeira para discutir o que fazerem com ela. Todos os três foram educados enquanto penteavam seus cabelos, puxavam os fios de suas sobrancelhas enquanto Rey se encolhia a cada puxão e passavam produtos pelo seu corpo que ela nunca viu na vida.

No final sua pele parecia brilhar levemente como partículas de ouro por todo seu corpo e seu rosto pareciam um pouco mais pesado, principalmente suas pálpebras. Os funcionários saíram tão rápidos quanto entraram e mal deu tempo para Rey agradecer.

Agora ainda parada em frente ao espelho ela analisava o rosto da mulher em sua frente, não mais uma jovem perdida em Jakku, não, agora ela parecia e era uma mulher que tinha seu próprio exercito respondendo a ela. Ela notou o que os puxões em suas sobrancelhas fizeram, delineando elas para ficarem mais finas e desenhadas e também foram pintadas por algum lápis deixando elas um pouco mais escuras, suas pálpebras tinham alguma cor também, algo quase do mesmo tom de sua pele bronzeada e seus cílios foram puxados em alguma coisa preta que os alongou, mas o que a surpreendeu foi a linha preta que puxaram do canto de seus olhos, com algo que eles chamaram de delineador, deixando seus olhos verdes ainda mais em evidência e seu olhar mais afiado. As maças de suas bochechas também pareciam de alguma forma mais altas e imponentes, algo que eles tinham feito tinha deixado bochechas mais finas também, talvez fosse aquele sombreado que tinham feito, mas para onde seu olhar sempre descia era para seus lábios que foram pintados de um vermelho tão forte e tão vibrante que se falassem para ela que aquilo era sangue liquido ela acreditaria, ela teve um certo receio que aquilo não fosse sair de sua boca nunca mais pelo fato de mesmo que ela passasse os dedos de forma grosseira pelos seus lábios a tinta permanecia intacta e nenhuma mancha em seus dedos foram deixadas, entretanto a mulher que passou o liquido vermelho falou de forma tranquilizadora que aquilo seria temporário e pela manhã já teria saído, isso relaxou levemente Rey, mesmo que uma parte dela temesse acordar com os lábios cor sangue pela manhã.

Falling in two piecesOnde histórias criam vida. Descubra agora