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Oi, gente, tudo bom? Eu sei que to atrasada kkkkk, mas é que estamos nas retas finais do ENEM e tals, daí complica minha vida, sabe? Mas enfim, vou tentar postar mais rápido de agora em diante, boa leitura com café ou chá, sei lá...

Todos foram proibidos de entrar na mansão, Dakota é uma curiosidade para todos já faz muito tempo. Caminho até a enfermaria e preparo meu sorriso para encontrar senhorita Quinn, seus cabelos ruivos não estão presos na touca hoje, mas ainda está num coque muito bem desenhado, seu sorriso some ao me ver. A mulher me ama, só não quer admitir.

- Vim cuidar da minha ferida – Sento na maca que já estou acostumado e ela termina de cuidar de um soldado para poder me dar atenção.

- Eu realmente não gosto quando você vem, Hernanez – Seu olhar é claramente repreensor, ela sobe minha camisa e encara a sutura que fez ontem – Você tomou banho no quente de novo? – Seu suspiro me faz rir.

- Talvez?

- Estou cansada de cuidar de você – O algodão que ela passa na ferida, agora fechada, arde minha pele, mas não me importo.

- Bom, a gente vai se ver muito ainda – Ela me encara, como se fosse falar algo, mas não diz nada, apenas continua cuidando da minha ferida.


- Se der, venha amanhã, mas não passa água quente de novo, por favor – Sorrio animado, arrumo minha camisa novamente e saio da enfermaria sem dizer mais nada, consigo escutar seu suspiro cansado de longe, eu gosto de estressá-la.

- Hernanez – Meu Caporegime me encontra no jardim de trás, onde os soldados treinam, seu sorriso é simples em minha direção, se eu tivesse dito sim, ele seria meu subordinado, não o contrário – O Don quer sua presença na sala dele – Arqueio a sobrancelha e assinto, giro meus calcanhares e caminho apressado até o escritório de Gusman, posso andar por esse lugar de olhos fechados e saberei exatamente onde estou.

A mansão está silenciosa, mas não me importo, apesar de não ser comum. Dou três batidas na porta do escritório de Gusman e espero a permissão para entrar, que logo vem. Controlo minha expressão ao encarar Dakota, Christovan, Philip e Gusman na sala, eu nunca fui muito explicito ao dizer que não gostaria de participar desses tipos de assuntos da máfia, mas recusar subir de cargo era subentendido que eu não quero participar desses assuntos. Deveria ter sido claro sobre isso.

- Senhores, senhora – Cumprimento a todos e Gusman estende a mão, caminho até ele para beijar seu anel e volto a ficar na parede, observando apenas.

- Campa Cavallo, Soldato – Sua voz está rouca – Nós vamos precisar novamente dos seus serviços, Hernanez – Endireito minha postura e ignoro o olhar de Dakota queimando sob mim, Christovan encara os documentos em sua mão e Philip encara o chão, Gusman me observa com cuidado – Vamos levar a senhorita Pavlova para o interior e você é meu soldado mais confiável, quero que acompanhe ela e a deixe segura lá – De soslaio, observo a loira revirar os olhos – Até tudo se resolver por aqui.

- Alguns soldados já foram mandados para lá, outros irão com você, escoltando vocês dois – Philip continua – Você é o único que tem permissão para ficar do lado dela, Hernanez – Seu olhar cruza com o meu finalmente – Só você.

Sinto o peso em meus ombros, mas não transpareço, eu não gosto nem um pouco disso.

- Vocês saem amanhã, se tudo der certo ficarão um mês por lá – O Consigliere continua, observo o Sottocapo ler sem pressa os documentos, absorto do que falamos, Christovan é um homem estranho – Mandaremos comunicados sempre que pudermos – Phillip encara o celular e vira para Gusman – Eliza e Kenedy Bucci chegaram – Gusman sorri levianamente.

- A filha deles tem quantos anos mesmo? – Observo Christovan levantar a cabeça exasperado e Dakota gargalhar em silêncio, é por isso que eu não gosto de saber dessas coisas, não é certo.

- Dez, senhor – Consegui ver o momento em que Christovan arregalou os olhos, Dakota encarou o Don com nojo e então eu percebi a ideia que Gusman tem na cabeça, era melhor não ter entendido – Ainda é muito nova.

- Eu sei – O homem vocifera sem perder o tom – Vamos esperar um pouco mais antes de falar com os pais dela, já prepararam o dinheiro para os Bucci?

- Sim, senhor – Christovan suspira, inclina a cabeça à contragosto e volta sua atenção para o documento em suas mãos, Dakota volta a me encarar, enrijeço.

- Ótimo – O homem volta a me observar – Entendido, Hernanez?

- Sim, Don – Ele assente e posso finalmente deixar a sala.

Gusman pode ser um filho da puta quando quer, fato.

*

Passo a mão pela testa, retirando alguns fios dela, preciso de um corte de cabelo. Passo na cozinha para comer algo e volto a caminhar até meu alojamento, não costumo escutar os conselhos médicos de Quinn, mas hoje escuto e tomo um banho menos quente.

Encaro todas minhas cicatrizes pelo espelho, pelo menos as que consigo ver, eu me lembro de cada uma, sei muito bem quem as fez e onde as consegui. Às vezes queria perder a memória, foco no corte que faço em meu cabelo e ignoro todos os sentimentos que guardo num baú no fundo de minha mente. Tento de todas as formas esconder que sou renegado, fiz um ótimo trabalho durante toda minha vida, mas às vezes eu canso de esconder e em algum momento vou explodir, Deus ajude quem estiver ao meu redor.

Preparo minha mala de qualquer jeito, levando o essencial, nada demais, aproveito para deixar em minha mala uma arma, não gosto de andar desarmado em momento algum. Jogo-me em minha cama cansado, depois de tudo pronto, não está totalmente escuro lá fora, mas isso não me impede de tentar dormir. Não sei o porquê insisto em dormir, sempre acordo suado, assustado, confuso e com medo.


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A Máfia - Soldado RenegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora