Ai gente, juro que vou tentar postar com mais frequência agora!! Boa tarde ☕️🥞
- Você é bem convencido – Sua voz está cansada, poupo minhas energias, consigo sentir todos os machucados que Dakota está me dando, ela também está machucada, seguro sua mão antes que seu punho fechado acerta meu queixo.
Jogo-a para trás, mas ela não se abala demais, seu chute é preciso, treinado, ela teve um bom mestre. Cuspo o sangue e levanto do chão, estou cansado, ela se protege do meu soco, mas não consegue prever a rasteira, o barulho da garota caindo no chão é seco, acho que ela bateu a cabeça. Ela grunhe de dor, mas não demora para levantar novamente, ela está tão cansada quanto eu, mas não para, também não vou parar.
- Quem morrer perde? – A garota brinca, reviro os olhos – Você é tão sem graça – Soco seu rosto e ela me encara furiosa.
- Foca no treino.
- Isso não é mais um treino – Não vi o momento em que a mulher pulou e cercou meu pescoço com as pernas, caímos juntos, mas ela está vantagem, enforcando-me – Vai se render?
Giro de um lado para o outro e estremeço, estou perdendo as forças, óbvio. Dou três batidas em sua coxa e quando ela me solta a tosse toma posse do meu corpo, me alivio com o ar entrando em meu pulmão. Apesar da vitória, a loira não comemora animada, está cansada demais para isso, mas tenho certeza que me lembrará da minha derrota pelo resto da sua vida.
Vamos juntos até a enfermaria e me surpreendo ao ver Quinn ali, ela arregala os olhos ao me ver também, só não sei se é por eu estar aqui, se é por eu estar machucado ou se é por eu estar com Dakota que também está machucada, talvez seja todas as opções ao mesmo tempo. Ajudo a loira a sentar na maca, mesmo não sendo necessário e sento na maca a sua frente, ela sorri, mas mais parece uma careta que um sorriso, acho que é um pouco dos dois.
- O que aconteceu? – A ruiva aparece na nossa frente, ela não sabe se olha para mim ou para a russa.
- A gente estava treinando – A russa diz, se maquiando de falsidade novamente – Eu ganhei – Quinn me encara com a sobrancelha erguida.
- Eu meio que deixei você ganhar – Falo para Dakota, mas encaro a médica.
- Claro – Dakota é irônica – Deixou sim.
- Eu acho que você deveria proteger ela – Quinn apenas me encara, mesmo avaliando as feridas de Dakota, ela não pode ter muito contato com a loira.
- Ela queria treinar – Digo o óbvio, a loira observa a ruiva com cuidado, está desconfortável.
- Eu só preciso de um remédio para a dor, talvez uma pomada e estarei bem – As duas se encaram, rápido demais, ergo a sobrancelha, observo as duas passarem a língua pelos lábios, é uma cena engraçada.
Quinn faz seu trabalho, ignorando o pedido da russa, depois de terminar com a loira ela se dirige a mim, limpando meus machucados com cuidado. Acho que o remédio para dor cairia muito bem agora.
*
- Qual é a sua com a médica? – Dakota pergunta, caminhamos sem pressa até a casa principal, os dois mancando, alguns Soldatos param para nos observar, já sabem que eu perdi, outros fazem o que foram orientados a fazer, nos ignoram.
- Ela é a que mais cuida dos meus machucados.
- Você se machuca muito, então? – Subo os ombros.
- Um pouco, ela não aguenta mais ver minha cara – Sorrio simples.
- Você gosta dela – Não foi uma pergunta, não é verdade, mas não digo nada – Ela é bonita.
- Ela é.
- Vocês dariam um belo par – Abro a porta para a garota e ao entrar na casa sinto o cheiro gostoso de comida.
- Ela é só a médica na minha vida – Segui-a até o andar de cima.
- Uhm, sei – A loira ri animada, reviro os olhos – Vai me acompanhar no chuveiro também? – Ela escora na porta do quarto, suas mãos pulam até meu ombro, ergo a sobrancelha.
- Claro – Ironizo, dou mais um passo até ela e sua respiração bate em mim, ansiosa, encaro seu rosto e sorrio, a garota continua séria, me encarando, seus dedos apertam minha carne, abro a porta atrás dela e seguro sua cintura para que não caia – Bom banho, Dakota.
Deixo a garota em seu quarto e sigo para onde estou dormindo, nós dois precisamos de um banho. Minhas feridas ardem quando a água passa sob elas, mas não me importo, já me acostumei com essa sensação e até gosto dela. Meus pensamentos voam tão longe que não sei para onde foram, não sei de verdade no que estou pensando, acho que é melhor assim, se meu cérebro acha melhor eu não saber, deve ser o melhor a se fazer.
Deixo o quarto agora limpo e com uma nova roupa no corpo, Dakota sai do seu quarto ao mesmo tempo que eu, seu lábio está levemente inchado, há um roxo engraçado bem embaixo do seu olho esquerdo, meu rosto tem mais hematomas que o dela, mas não me importo. Ela me observa de cima a baixo, seus olhos estão levemente vermelhos, mas sua íris azul continua perfeita e vibrante, ainda expressando seus reais sentimentos.
- Como foi o banho, Hernanez? – Sorrio por ela ter deixado o apelido irritante de lado.
- Calmo e o seu, Dakota?
- Animado – Seu sorriso é sugestivo e sua piscadela me deixa confuso, ela não fez isso não, né? Estou delirando, certo? Só pode – Vai almoçar comigo ou vou ter que te ameaçar de novo?
- Vou comer, porque não almocei ainda – Ela assente agradecida, descemos juntos e sentamos a mesa juntos também, as panelas com a comida estão postas em cima da mesa de madeira lisa e não demoro para me servir, a loira também não.
Treinar cansa, principalmente quando você perde, respiro fundo, como isso foi acontecer, mesmo?
- Pensando na sua derrota? – Seu sorriso é maldoso, reviro os olhos – Eu também ficaria com vergonha, perder para uma garota metade do seu tamanho? – Ela faz um tsc de negação com a boca que me estressa e balança a cabeça em negativa – Esse é o soldado que Gusman confia a vida?
- Olha o limite – Aponto, ela sobe os ombros, o sorriso não sai do seu rosto, reviro os olhos e sinto meus ombros ficarem tensos novamente, o celular no bolso do meu palito apita e Dakota se cala.
Apanho o aparelho e encaro a planilha que Philip me mandou, ficaremos mais dois dias aqui e depois vamos para uma outra casa da máfia, no interior e depois vamos para outra casa de praia e por fim voltaremos para a casa principal. Memorizo a planilha, guardo o celular novamente e encaro a loira que me olha curiosa.
- Por que você pode ter celular e eu não?
- Porque eu sou confiável – Ela revira os olhos e presta atenção na comida a sua frente – Vamos ficar só mais dois dias aqui – Informo e ela me encara.
- Vamos usar aquela estratégia de mudança? – Ela pergunta e suspira cansada quando assinto – Eu já te falei que não gosto de viajar de carro?
- Bom, sinto em te informar – Agora é o meu sorriso maldoso que cresce – Nós vamos viajar bastante – Gargalho com o seu revirar de olhos, não deveria me simpatizar com Dakota, mas agora é tarde demais. Merda.
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A Máfia - Soldado Renegado
RomanceHernanez Lancellotti encantou os corações de todas as leitoras no primeiro livro de A Máfia, mas ele tem sua história para contar, seus segredos para esconder, seus ideias para omitir e os amores proibidos que o perseguem. Hernanez não é só um simpl...