Josh não dormiu em casa o que fez com que eu também não fosse capaz de fechar os olhos. A agonia se apossava de mim só de lembrar dos seus olhos opacos que continham dor, eu não conseguia entender o que estava acontecendo e odiava essa Impotência, mas alguma coisa me dizia que nosso tempo estava acabando que alguma coisa grave estava para acontecer.
Quando o relógio batalhou três horas meu coração se contorceu e senti o ar ser retirado de uma forma abrupta dos meus pulmões. Onde estaria Joshua? Ele nunca havia ficado fora a noite toda, lágrimas se apossaram nos meus olhos a cada segundo eu só conseguia pensar no pior.
Bateram na porta, corri para atender na vão esperança de que fosse ele. Mas não era, Jô entrou trazendo um monte de sacolas e as depositando no sofá.
— Meu Deus! Que lugar longe, onde você veio parar. —— Sentia tanta falta de Jojo, a abraçei no instante seguinte meus olhos marejados ameaçam um choro preso em minha garganta.
— Senti sua falta
— Eu também ( morena, ruiva loira... ) Por que você acha que ameacei a rainha para que me desse seu endereço. —— Não pude evitar sorrir, me sentia tão sozinha naquela casa e agora com as constantes saídas de Josh era ainda pior.
— Você ameaçou a rainha? Como?
— Tenho meus métodos. —— Ela sorriu e me senti reconfortada, era como se com Jojo ali, tudo se alinhasse e me sentisse em casa novamente.. — Como você está? Quando cheguei parecia que estava chorando. —— Sua voz agora estava preocupada. Suspirei.
— Tudo aqui é tão confuso, eu me sinto tão sozinha e Josh mal fica em casa. E como se ele fugisse de alguma coisa, ele não é mais o mesmo. —— A confirmação das minhas próprias palavras fizeram meu coração se aperta.
— S/n , talvez ele só esteja confuso. Não deve ser fácil para ele assim como não é para você.
— Não Jô, ele tem medo, as vezes sinto que nós escondemos de alguma coisa. Que ele se esconde.
— S/n, isso é bobagem. Do que ele teria medo? Talvez ele esteja confuso sobre seus sentimentos. Não é nada demais, as vezes ele só que espairecer. —— Assenti, querendo ardentementeacreditar naquelas palavras.
— Bem. Como está a faculdade? —— Ela sorriu com a pergunta.
— Estou amando S/a. Acho que nasci para segui os passos da minha mãe. —— Jojo sempre quis fazer faculdade de moda e quando me disse a apoiei cem por cento, e vê lá feliz também enchia meu coração de alegria. — Quase ia me esquecendo. —— Ela pegou uma das sacolas e retirou de lá uma caixa branca. Abra.
— É para mim? —— Sorri. ( N/A Magina e pra minha cabra kkkkkkk )
— Mais ou menos. —— Abre a caixa é embrulhado em papel seda estava um lindo vestidinho rosa claro com bordados em um rosa com mais destaque. — Minha primeira criação, fiz pensando na minha sobrinha/ afilhada. —— Sorri e uma lágrima escorreu por meu rosto.
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— É lindo Jô, muito lindo. Mas ninguém disse que você será a madrinha. —— Ela me olhou fingindo um falso desapontamento.
— Vim aqui para me convidar pessoalmente. —— Nós duas sorrimos.
— É aliás não sabemos o sexo do bebê ainda. É se for um menino?
— Não vai, eu estou tendo aquele pressentimento. —— O sexto sentido de Jojo era péssimo, toda vez que ela tinha aquele pressentimento eu me fudia.
— O mesmo pressentimento que você teve quando disse que não deveríamos estudar para a prova de matemática, porque a Srta. Mayzel iria faltar. É depois tiramos um zero. O mesmo pressentimento que você teve, quando disse que namorar George seria uma boa ideia, e um mês depois ele me traiu o mesmo pre. —— Ela me interrompeu.
— Ta, já chega, mas agora é sério eu sinto que vai ser uma menina.
— Agora tenho certeza que é um menino. —— Sorri e Jojo fechou a cara.
[...]
Fiz brigadeiro e assistimos uma maratona de filmes e igual faziamos quando tínhamos treze anos, antes do peso de um pai doente e um recém nascido para cuidar caisse sobre minhas costas.
— Sinto falta disso.
— Disso o que?
— Nós duas como adolescente normais. —— Ela sorriu e passou o brigadeiro no meu nariz fingi estar irritada enquanto jogava uma almofada nela. Quando terminamos nossa crise de riso, Jojo tirou um celular do seu bolso e me entregou logo reconheci era o meu celular.
— Onde conseguiu isso ?
— Fui na sua casa ontem. —— O choque da informação me abateu e fez um sentimento conhecido crescer em meu peito.
— Como eles estão? —— Um nó se formou em minha garganta.
— O seu pai, bem ele...S/a.
— Fala Jô. —— Meu coração se apertou.
— Ele piorou, não consegue fazer mais nada sozinho. —— Lágrimas caíram sem parar e um soluço saiu seguido de outro. Eu sabia que esse dia chegaria, todos nós sabíamos mas nunca estaríamos preparados. Jojo me abraçou e deixou que eu chorasse em seu peito.
— Quanto tempo? —— Minha voz falha saiu num sussurro.
— 3 meses talvez menos, eu sinto muito S/a. —— Chorei em seus braços a dor saindo em forma de soluços esganiçados. De repente a realidade me atingiu meu pai não chegaria a ver o neto, chorei ainda mais.
Ouvi o ranger da porta. Joalin me soltou pegou suas coisas e caminhou até onde Josh estava. Não chorava meus olhos pesados por conta do chora, estavam me querendo levar ao mundo da inconsciência.
— O que houve com ela? — A voz de Joshua parecia preocupada.
— Cuide dela —— Foi a última coisa que ouvi de Jojo antes que a porta se fechasse num rangido.
Ouvi passos se aproximando, lutei para abrir os olhos mas fui incapaz de tal ato. Senti braços me erguendo, podia sentir o coração acelerado de Josh. Logo depois senti ser depositada na cama e lábios roçarem minha testa.
— Como eu queria que tudo fosse diferente.. —— Sua voz carregada de dor e outro sentimento que a inconsciência não me deixou distinguir. Tentei abrir os olhos mas não fui capaz.
— Joshua —— Minha voz saiu sonolenta.
— Shh, durma eu estarei aqui quando acordar. —— Com essa promessa permite finalmente que a inconsciência me atingisse por completo.
