↬𝟶𝟻𝟸 👑

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Sn Sinclair.

[ 𝖤𝗌𝖼𝗎𝗍𝖾 𝖼𝗈𝗆 𝖺 𝗆ú𝗌𝗂𝖼𝖺 ]

O clima fúnebre invadiu todo o lugar, fazendo a atmosfera ao redor se tornar densa e sombria, e meu coração ser invadido por uma tristeza lúgubre.

Josh acariciava minha mão como se tivesse medo de quebra-la, tentei me concentrar em seu toque para esquecer a dor atroz que parecia me consumir. Senti um puxão no vestido e me virei para olha-la, seus olhinhos estavam confusos e suas mãos se agarravam a minha roupa.

Me agachei a sua altura e toquei seu rosto, mantendo todo o meu auto controle para não chorar.

—— O que houve, meu amor? ——— Ela parecia prestes a chorar e isso fez meu coração se contorcer e lágrimas se formarem em meus olhos, meu auto controle aos poucos ia se esvalando.

—— O que está acontecendo S/a? Por que o papai está ali? Por que ele não acorda? ——— Minhas mãos começaram a tremer e olhei desesperada para Josh, ele se agachou ao meu lado e acariciou minhas costas.

—— Uma hora você teria que contar. ——— Ele sussurrou em meu ouvido e eu assenti.

Olhei para Saby e toquei seus cabelos castanhos, desejava com todo o meu coração que ela não tivesse que passar por isso

—— O papai sempre foi apaixonado pela lua, ele passava horas e horas só à admirando e inventa histórias mirabolantes sobre ela... Ele... ———Minha voz falhou e não pude mais evitar as lágrimas. Saby nunca olhou a lua com ele, ela nunca ouviu suas hstórias, ele nunca cantou uma música para ela ou a pegou no colo.

A doença havia tirado tudo dele, tirou o direito dele ser pai dela, de ser o marido amoroso e de ser o pai conselheiro e agora a doença tirou sua vida,

Tentei controlar minha voz mas a dor parecia rasgar meu peito, era insuportável. Josh afagou novamente minhas costas e depois seus dedos se entrelaçaram aos meus.

—— Fica calma, ela precisa de você, precisa entender o que está acontecendo. ——— Ele apertou nossas mãos enquanto sussurrava em meu ouvido, ele tinha razão, ela precisava de mim

—— Ele foi morar com ela querida, virou uma estrelinha. ——— Sabina pareceu entender a gravidade dá situação e seus olhos se encheram de lágrimas.

—— Ele não vai mais voltar? ——— Sua voz soou fraca.

—— Não meu amor, ele não vai mais voltar. ——— Ela me abraçou e suas lágrimas molharam minhas costas, enquanto eu sentia minhas próprias lágrimas molharem seus cabelos.

A peguei no colo e ela continuou agarrada em meu pescoço. Encarei todo o lugar, as mulheres com vestidos pretos e coque, os homens com roupas completamente pretas, encarei o meu próprio vestido preto e senti meu coração se partir. Minha mãe não aguentou, ela desmaiou no início do funeral, lamar está com ela e Diarra escondida em um dos cantos, sucumbindo em sua própria dor.

Seus espinhos me machucavam, senti quando eles furaram minhas mãos mas continue a apertando. O amarelo de suas pétalas parecia ser a única coisa viva do lugar, amarelo era sua cor preferida, ele amava tanto a cor do sol assim como amava observar a lua. Toquei a madeira fria do caixão pensar que uma vida inteira se acabava all, em um caixão frio debaixo de uma terra, era cruel demais.

—— Eu queria tanto que isso fosse apenas um pesadelo, eu queria tanto ser capaz de te dar mais anos do que os que você teve. ——— As lágrimas caíram convulsivamente sobre o meu rosto, coloquei a flor sobre o caixão e desejei mais uma vez que aquilo fosse um pesadelo. —— Eu amo você. ——— Senti uma brisa forte passar por mim. Mãos tocarem meus ombros, me assustando.

—— Josh. ——— Ele não disse nada apenas me envolveu com seus braços. Uma nova onda de lágrimas me invadiu e ele me apertou, deixando que chorasse em seu colo.

—— Ele também te amava muito. ——— Cravei minhas unhas em suas costas e uma nova onda de dor me consumiu.

Quando meus soluços se tornaram escassos e minhas lágrimas se tornaram menos frequentes, o soltei.

—— Onde está Sabina? ——— Minha voz saiu fraca.

—— Ela dormiu, a coloquei no carro. ——— Eu assenti e ele me ajudou a levantar.

Minhas mãos passeavam por seus cabelos, ela demorou a dormir, quase duas horas, eu sempre tentei protegê-la mas agora me sentia impotente, eu sabia que a dor era inevitável e o sofrimento incontrolável mas Saby era a minha menininha e vê-la sofrer rasgava meu coração.

—— Eu amo você, minha menininha ——— Beijei sua testa e suspirei antes de sair do quarto.

Peguei minhas cobertas e me dirigi ao quarto que estava ao lado do quarto de Sabina. Minhas mãos tocaram as maçanetas frias e as girei. Josh estava deitado na cama, com uma fina blusa branca e uma bermuda quadriculada. Assim que me viu se levantou.

—— Você está bem? ——— Ele tocou meu rosto procurando alguma ferida mas a minha ferida não podia ser vista.

—— Posso ficar aqui? ——— Ele assentiu e me conduziu até a cama arrumando os lençóis e os travesseiros.

Nós deitamos e ele envolveu minha cintura com suas mãos, tocando com o polegar meu rosto.

—— Eu queria ser capaz de aplacar a sua dor. ——— Seu toque era macio e reconfortante

—— Eu queria que parasse de doer. ——— Virei meu rosto e encarei seus olhos, eles continham lágrimas. ——Parece que eu nunca serei feliz, a vida sempre me rouba o mínimo de felicidade. As vezes eu penso que a felicidade é um ideal inalcançável. ——— Suas mãos tocaram meus ombros e logo depois desceram sobre meus braços enfim tocando meus dedos e entrelaçando nossas mãos.

—— Queria ser capaz de te fazer feliz. ——— Ele apertou nossas mãos e a sombra de um sorriso brilhou em meu rosto.

—— Você me faz feliz querido, vocês me fazem. ——— Mas ele sabia que nossa relação era incerta, faltava poucos meses para o bebê nascer e ainda pairava aquela nuvem negra de mau agouro sobre nós, sempre com medo de tudo e de todos, esperando alguém dar o próximo golpe.

A felicidade parecia sempre ser arrancada dos meus braços, um único momento de felicidade era substituído por um momento de dor intensa.

—— Só quero que você fique bem. ——— Ele me apertou em seus braços e funguei em seu peito imaginando quando voltaria a ficar bem.

𝐆𝐃𝐔𝐏 | 𝗚𝗥𝗔𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗗𝗘 𝗨𝗠 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗜𝗣𝗘 ᵇᵉᵃᵘˢⁿOnde histórias criam vida. Descubra agora