CAPÍTULO 5

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Política Fiscal

Desde o New Deal, a principal justificativa para a expansão da ativida-de do

governo em nível federal tem sido a suposta necessidade de investimentos

governamentais para eliminar o desemprego. A alegação passou por diversos

estágios. Primeiramente, a intervenção do governo seria necessária para "dar a

partida" - intervenções temporárias poriam a economia ^m movimento e o governo

poderia então retirar-se do campo.

Quando as despesas iniciais não conseguiram eliminar o desemprego e foram

seguidas por uma retração econômica aguda em 1937/38, a teoria da "estagnação

secular" desenvolveu-se para justificar um nível permanentemente alto de

investimentos governamentais. A economia amadureceu, disseram então. As

oportunidades para investimentos já haviam sido largamente exploradas, e não

havia possibilidade de surgirem novas oportunidades substanciais. Contudo, os

indivíduos ainda desejavam economizar. Portanto, era essencial que o governo

investisse e mantivesse um déficit perpétuo. Os títulos emitidos para financiar

o déficit forneceriam aos indivíduos um modo de acumular suas economias enquanto

os investimentos do governo forneceriam empregos. Este ponto de vista foi

completamente refutado pela análise teórica e ainda mais pela experiência

concreta, incluindo a emergência de linhas inteiramente novas para o

investimento privado que os partidários da "estagnação" não foram capazes de

prever. Entretanto. deixou um legado. A ideia pode não ter mais aceitação, mas

os programas de governo iniciados a partir dela. como alguns destinados a "dar a

partida", ainda continuam e são de fato os responsáveis pelo aumento constante

das despesas governamentais.

Mais recentemente, a ênfase deslocou-se da necessidade de "dar a partida" e

evitar a "estagnação" para a necessidade de manter o equilíbrio. Afirma-se que,

quando os investimentos privados declinam por qualquer razão, os investimentos

do governo devem aumentar para manter estáveis os investimentos totais; por

outro lado, quando os investimentos privados aumentam, os do governo devem

baixar. Infelizmente, o sistema não funciona. Qualquer retração, mesmo de

pequeno porte, abala a sensibilidade política de legisladores e administradores

levantando o espectro sempre presente da crise de 1929/33. Apressam-se, então, a

pôr em vigor programas federais de investimento de um tipo ou de outro. Muitos

deles não começam a funcionar de fato até que a retração tenha passado. Logo,

como afetam o total de investimentos, sobre que falarei mais tarde, eles tendem

a exarcerbar a expansão seguinte em vez de mitigar a retração. A rapidez com que

Capitalismo e Liberdade - Milton FriedmanOnde histórias criam vida. Descubra agora