LIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS
Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...
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Quatro dias depois...
Regressar a Londres não a deixou extasiada, muito pelo contrário. Apreciava mais os ares do campo do que o clima da cidade, embora apreciasse muitos dos bailes que lá se faziam.
O restante da viagem foi bastante tranquilo, exceto em escassos momentos em que aquela apatia que Dorian demonstrou na manhã seguinte não se revelou duradoura. Certas vezes ele aproveitava os poucos diálogos que tinham para testar a sua paciência, mas haviam outros em que ele se apresentava excessivamente taciturno e apático.
As carruagens entraram nas ruas de Mayfair na manhã do quinto dia após a partida de Derby. Evangeline observou através da janela os diversos transeuntes na calçada, desde grupos de ladies a lordes sozinhos ou acompanhados. Prolongou a sua observação até avistar os portões da mansão cada vez mais próximos. Proferiu um suspiro.
Pouco depois entraram nos limites de Devon House. A última vez que esteve ali foi no dia do seu casamento, e esse tipo de memórias Evangeline queria ignorar, mas tal coisa revelava-se impiedosamente impossível. Aquilo deixava-a frustrada, pois sentia que essas mesmas referências a enfraqueciam e esgotavam.
No momento em que as carruagens entravam na propriedade, por uma agradável coincidência Aleksei e Christopher encontravam-se no final da rua, a caminhar em direção à mansão. Ambos fixaram as carruagens com atenção, apressando o passo.
— Serão mesmo eles? — perguntou Aleksei com o sotaque carregado.
— E quem mais seria? Para vir a carruagem ducal pelo menos um deles tem que ser, mas para virem três carruagens então vêem os dois. — retrucou Christopher.
Assim que a última carruagem entrou os portões fecharam-se. O grão-duque agarra no braço de lorde Clermont e puxa-o até à grade do muro da mansão, abaixando-se um pouco para não serem vistos por eles. Qualquer um que passasse por ali pensaria que estavam malucos, mas isso pouco lhes importava. Convenientemente, naquele instante ninguém passava por ali.
Devidamente ocultos, ou quase, miraram a primeira carruagem, que detinha o brasão do grifo, e viram Dorian sair da carruagem assim que o cocheiro abriu a porta e baixou as escadinhas. Em seguida ele estendeu a mão e a figura que saiu de lá arrancou um sorriso alegre dos dois lordes.
— Será que já fizeram as pazes? — perguntou Aleksei esperançoso.
Ele olhou para o futuro conde, mas o sorriso já não se encontrava no seu rosto.
— Pelas caras deles, não me parece. — sentenciou Christopher com a testa franzida.
Observaram os dois caminharem até à segunda carruagem, de onde saíram duas mulheres, sendo que a segunda trazia Grace no colo.
