Recapitular os mínimos detalhes daquela noite infame foi uma tarefa difícil de concretizar, mais do que Evangeline acreditava que fosse. Porém foi necessário, era a única forma de tentarem desvendar a identidade do culpado.
Benedict e James, assim como Christopher e Aleksei, decidiram investigar tudo por conta própria. Podiam passar a ocorrência para um oficial de justiça, mas assim corriam o maior risco da notícia do envenenamento chegar aos jornais, e aquele tipo de publicidade era algo altamente repudiado por todos.
Lorde Spencer comentou que Lorde Clermont e o grão-duque foram até à residência do barão Isaac Moore, de modo a tentar investigar a madrasta do duque. Pouco depois eles chegaram, cumprimentando e inquirindo a duquesa a respeito do estado do amigo, recebendo um relatório pormenorizado em retorno.
— Segundo o barão Moore, ontem não estava em Londres, dirigiu-se a Kent para resolver um imprevisto numa propriedade juntamente com o seu administrador. Obviamente confirmamos essa alegação, e de facto ele foi visto a sair de Londres um dia antes do baile. — explicou Christopher após sentar-se de frente para a duquesa. — Regressou esta manhã, ainda vimos as malas a serem carregadas para o interior da residência, e tinha acabado de ser informado pelo mordomo que a mãe partiu de Londres no dia do baile.
— Sabem a que horas ela partiu? — inquiriu Benedict.
— Não, o próprio barão não soube dizer. Mas mencionou que possuem uma residência em Devonshire.
Todos agarraram-se a essa informação, juntando-a ao relato da duquesa que mencionava a possível presença clandestina da baronesa de Westphalen.
Isso sem esconder da duquesa a atitude suspeita de Tilly.
Quando Evangeline regressou ao quarto, o médico preparava-se para ir embora, repetindo que com o devido repouso, o duque rapidamente recuperaria. Quando o médico saiu do quarto, rapidamente aproximou-se na cama, sentando-se na beira e segurando na sua mão. Dorian estava recostado nas almofadas devidamente posicionadas, porém ainda envergava uma fraqueza e palidez desmedidas.
— Como te sentes, meu amor?
Lorde Devon fez uma careta aborrecida.
— Pouco feliz, pois tive que engolir um frasco inteiro de vinagre e limão.
A duquesa sorriu divertida, constatando que ele já não possuía tanta dificuldade em articular as palavras, mesmo ainda ofegando ligeiramente.
— Sabes bem que é necessário, é para o teu bem. O médico referiu que tens reagido bem ao antídoto, não é Portia?
A dama aproximou-se da cama após ouvir o seu nome.
— De facto, assim é. A sua sorte foi ter tomado o antídoto pouco tempo depois de ingerir o veneno, não dando tempo suficiente de ele causar efeitos piores do que os que causou. — explicou fitando o duque por poucos instantes.
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O perdão de Lady Evangeline - Série Implacáveis
Ficção HistóricaLIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...