Nalgum momento daquela noite Dorian perdeu-se. Perdeu-se em alegrias, em sensações, em prazeres e em amor desmedido pela mulher que lhe dissera carregar um filho seu no ventre.
Ou quem sabe filha.
Ele sabia perfeitamente que a partir do momento em que fosse envolvido pelos braços da esposa, nada no mundo seria suficientemente convincente para o fazer largá-la e abdicar daquele conforto.
O corpo de Evangeline era um templo, e Dorian seria eternamente devoto à Deusa que ele representava.
Mal podia esperar que a barriga da esposa crescesse, para poder sentir o serzinho que ali se desenvolvia, contando os dias e as horas até tê-lo nos seus braços, prometendo-lhe a proteção que ele, como pai, tem para lhe oferecer. Tudo a partir dali seria diferente, mas em nada diminuía o amor que sentia por Evangeline.
Assim que deitou a esposa na cama não quis saber de discrição nem pudores, tudo isso foi ignorado enquanto a possuía com fúria e volúpia nas mais variadas posições. Mais do que uma vez deu um sorriso sacana ao ver o rubor espalhando-se pelo rosto dela a cada movimento seu, inclusive quando a colocou de quatro na cama. Agora os primeiros raios de sol irrompiam pelo quarto, mas Dorian não se moveu um milímetro sequer, permanecendo deitado sobre o corpo igualmente nu de Evangeline com o rosto escondido no pescoço dela, enquanto sentia os braços esguios envolvê-lo num abraço preguiçoso.
A duquesa, já desperta mas acometida pela preguiça, revia cada momento em que foi privada do sono por culpa do homem que lhe servia de cobertor. Ao relembrar cada coisa que fizeram, coisas estas que não eram de Deus, só conseguia exclamar uma coisa:
Louvado seja o Senhor!
Sentiu um rasto de beijos a ser trilhado no seu pescoço e mexeu-se manhosa, só para ouvir um gemido sugestivo.
— Já não te chegou de noite? — perguntou com os olhos fechados e um sorriso.
Dorian ergue a cabeça abruptamente, o que a fez abrir os olhos e fitá-lo, bem a tempo de ele responder como se fosse a coisa mais óbvia do mundo:
— Não.
— Então aproveita agora, daqui a uns tempo é bom que nem sonhes com isso. — alertou Evangeline com uma expressão divertida.
E durante a meia hora seguinte, Dorian aproveitou.
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O perdão de Lady Evangeline - Série Implacáveis
Ficção HistóricaLIVRO 1 DA SÉRIE IMPLACÁVEIS Após descobrir o que motivou o marido a pedi-la em casamento, lady Evangeline Cavendish vê-se obstinada a odiá-lo para o resto da sua vida, focando a sua atenção na sua filha Grace, o único motivo pelo qual sente...