Lembranças de um passado esquecido

Invasão corriqueira

Loki não reconhecia aquelas pessoas. Estariam atrás dele? Ou talvez atrás de Madeline. Por puro impulso e sem nem saber exatamente o porque, Loki rapidamente pegou a faca novamente e levantou, apontando o objeto pontudo para os dois.

– Se eu fosse você não faria isso. – disse um deles. Loki sabia que não tinha chance contra eles, não sem seus poderes. Mas continuou na posição que estava com uma feição intimidadora. Antes de conseguir perguntar quem eles eram, ouviu um deles falar:

– Senhor? Encontramos alguém no apartamento, mas não é a Maddie. – Maddie?, pensou Loki, Como se atreve a chamá-la por esse nome ridículo? – Qual o procedimento?

– Procedimento nenhum, passarinho! – gritou Madeline entrando no apartamento, quase arrancando a porta. – Ele é meu paciente, seus idiotas, deixa ele em paz! E, Sam, faz o favor de mandar o Fury se fuder? Aliás eu devia ter feito isso antes de desligar o telefone, sabia que vocês iam aparecer aqui uma hora ou outra, tava demorando! Eu já disse, se quiserem falar comigo, bata na porta, não precisa invadir a minha casa! Porque estão no escuro?! – a garota falou tudo rapidamente, completamente indignada, e ligou as luzes do apartamento.

Loki finalmente pode enxergar o rosto daqueles homens e suas características. Um deles era negro e vestia uma roupa de combate escura com detalhes vermelhos e, naquele momento, tirava os óculos do rosto e o deixou apoiado na cabeça. O outro era branco e tinha os cabelos um pouco compridos, tinha um braço de metal e ainda apontava a sua arma para Loki.

– Até parece que você ia deixar a gente entrar. – o homem negro, que Loki imaginava ser o tal Sam, diz rindo para Madeline.

– Barnes, abaixa essa arma! – ordenou a mulher, chegando na frente dele. Ela se virou para Loki – Você também. Tá tudo bem. E, só por via das dúvidas, eu não chamei eles, ok? Eles são uns intrometidos, só isso. – ela falou, encarando os outros dois irritada. Ela volta a sua atenção a Loki e em seguida olha para o seu abdômen. – Hey, você tá sangrando.

– O que aconteceu com você? – disse Loki, tocando o rosto de Madeline e acariciando levemente o local com o dedão. Ele nem ouviu o que ela tinha dito sobre o seu sangramento quando percebeu que ela tinha um corte na bochecha. A única reação de Madeline foi encarar os olhos verdes hipnotizantes do asgardiano e ficar com as bochechas levemente vermelhas.

Barnes e Sam se encaram estranhando aquela interação.

– Não se preocupa, os outros caras ficaram bem piores. – ela respondeu, piscando para ele e sorrindo levemente. – Vem aqui, acho que sua ferida se abriu. – ela disse, pegando a mão dele que estava em seu rosto e o levou até a sala, o fazendo se sentar no sofá e pegando as coisas da sacola que tinha trazido da farmácia.

– Foi atacada? – perguntou Barnes.

– Sim. Russos. Não sei exatamente pra quem trabalham, quando eu ia conseguir alguma informação, um deles matou o cara e se matou em seguida. – ela respondeu, concentrada, enquanto limpava a ferida de Loki e o mesmo gemia um pouco de dor. – Mas eles estavam atrás de mim, especificamente. O cara disse que iam me levar para algum lugar. Loki, eu vou ter que dar mais uns pontos. Vocês por acaso bateram nele? Porque se bateram vou chutar a bunda de vocês dois! – ela perguntou, autoritária olhando irritada para os dois soldados que estavam ali.

– Não, a gente não bateu nele. E espera um pouco. – Sam disse, apontando para Loki em seguida. Reconhecia aquele nome. – Você é o Loki? Loki irmão do Thor?

Loki sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra. Se eles não tinham batido nele ainda, com certeza fariam agora. Ele apenas confirmou com a cabeça e olhou para outro lugar.