"three weeks later"

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Três semanas se passaram desde que Noah e eu “demos um tempo”. Eles chamam disso agora e eu acho que foi o que fizemos. Eu continuo vendo ele todo dia porque trabalhamos juntos. E é difícil vê-lo e não poder beijá-lo, não poder abraçá-lo.

A ruiva, finalmente, saiu da empresa. Recebeu uma proposta em algo maior e eu fico verdadeiramente feliz por ela. Quem está feliz não incomoda!

— Ah, eu queria ir com vocês! — Hina fala, me ajudando a arrumar a mala. Amanhã vou com Noah e algumas pessoas da equipe, como Shivani, para gravar o clipe em Londres.

Eu vou voltar para o meu país, mas eu não sinto saudades, como achei que fosse acontecer. A verdade é que eu me adaptei rapidamente a esse século e esse país.

— É só você ir! — Sugiro. — Você não tem compromisso.

— Tá me chamando de desocupada? — Faz uma cara de brava e eu já entendi que é brincadeira. — Eu tenho um evento em New York de moda.

— Ah! — É só o que eu respondo.

— Hina! Você tem que ajudar nas minhas malas, não nas dele! — Shivani grita e entra no meu quarto, com cara de emburrada.

— Amor, eu tô ajudando nosso filho. 

— Eu sou mais velho que você, Hina. — Reviro os olhos.

— Mas é tão inocente. — Aperta as minhas bochechas. Ah, se ela soubesse o que eu já fiz com o Noah, não acharia que eu sou inocente.

— Iludida! — Shivani fala e volta para o quarto.

— Vai lá! Eu me viro aqui. — Falo para ela, que acaba cedendo e vai atrás da namorada.

Continuo dobrando as minhas roupas na mala. Nesse meio tempo comprei roupas novas, montando um estilo próprio e típico desse ano, além de finalmente ter ajeitado o meu cabelo, de um jeito moderno e que eu gostei muito.

Meu celular toca e eu atendo, sem olhar quem é. — Alô? — Falo colocando ele entre o meu pescoço e o ombro, enquanto ajeito meus produtos pessoais numa bolsa pequena.

— Você apagou o meu número para não saber que sou eu? — Reconheço a voz de Noah e rio. Apesar de tudo, não nos distanciamos e somos amigos ainda.

— Eu atendi sem ver quem era. — Me justifico, dessa vez segurando o celular direito. — Por que está me ligando? Não é mais fácil por mensagem?

— Eu queria ouvir a sua voz! — Sorrio. — Já arrumou suas malas?

— Acabei de terminar. — Falta fechar a mala, mas já terminei mesmo. — E você?

— Estou pensando... Eu levo aquele casaco azul ou não? — Eu sei qual o casaco que ele está falando.

— Óbvio! Você fica lindo nele! — Ouço a risada do outro lado da linha e eu sinto um frio na barriga. Me deito na cama e fico sorrindo bobo para o teto.

Ficamos em silêncio, só ouvindo a respiração um do outro. — Você acha que com essa viagem para o lugar onde tudo começou, nós poderemos voltar? — Pergunta baixinho e se não fosse pelo telefone estar próximo dele, eu não teria ouvido.

— Tudo é possível, Noah! — Eu falo sincero. Talvez eu queira voltar com ele. Eu vejo o quanto ele ainda me quer e o quanto eu quero ele, e eu vim aqui para isso, não é?

— Ô se é! — Brinca, sugerindo a viagem no tempo e eu rio.

— Deixa o chaveiro aqui, porque não quero correr o risco de acharmos um outro portal e voltarmos para aquele tempo horrível. — Aconselho.

Connected (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora