Não contei a Josh sobre a possibilidade de eu voltar. Ele está muito ocupado e mal aparece aqui. Às vezes vejo notícias sobre ele no jornal ou pelas fofocas das criadas.
Como aconteceu aquela confusão, Sina se afastou. Então eu não tenho ninguém para conversar. Meu passatempo tem sido escrever músicas. Letras que falam sobre toda essa minha experiência, letras que falam de mim e Josh.
— Não, isso não rima! — Falo para mim mesmo. Já era noite e eu escrevia a luz de velas, ainda não havia eletricidade e lâmpadas. Só ano que vem Thomas Edison vai inventar a lâmpada.
Ouço batidas na porta e eu vou atender. Não estou vestido adequadamente, só com a camisa e a calça. — Josh?! — Pergunto. É tarde da noite, ele devia estar dormindo.
— Eu preciso sair desse lugar por um instante e preciso de companhia. — Fala tudo rápido e me puxa para fora do quarto. Ele não parece bem.
Sigo ele até o estábulo. Ele carregava uma garrafa de alguma bebida e acredito ser alcoólica. Ele vai até um lugar onde não havia cavalos e se atira contra os fenos. Me sento ao lado dele e o observo em cada movimento.
— Eu não aguento mais... Eu não quero ser rei, eu não quero me casar, eu não quero nada disso! — Fala e bebe um gole da garrafa, fazendo uma careta.
Ele me entrega a garrafa e eu bebo um gole, reconhecendo o gosto de whisky. — Eu não sei o que posso te dizer, mas eu posso te ouvir. — Falo e ele me olha.
— Eu só estou cansado!
— Se você não quiser ser rei, não seja! Desiste! — Aconselho, mas não sei se é o certo.
— Eu não posso! — Abaixa a cabeça e bebe mais um gole. — Você pode cantar para mim? Por favor!
— Claro! Quer algo alegre, ou mais suave?
— Alegria! — Penso numa música. Eu tenho uma música minha, que eu ainda não cantei. Wake Up.
Ele sorri no momento que começo a cantar e isso me faz feliz. Ele gosta de me ouvir cantar, isso deixa ele melhor.
(...)
— Então, você caiu? — Pergunta rindo. Já estávamos bem bêbados e riamos de coisas idiotas. E eu havia contado a história de um dia que estava me apresentando, um dos meus primeiros shows, eu estava nervoso e caí do palco.
— É, virei meme! — Ele não entende e franze o cenho. — É tipo piada.
Ele ri, atirando a cabeça para trás e colocando as mãos na barriga. E eu o acompanho e me deito nos fenos.
Ele vai parando de rir aos poucos e fica olhando para o teto. — Se eu caísse na frente de alguém, viraria piada também.
— Entraria para os livros de história como o rei bobo. — Comento e ele solta uma risada nasalada, virando o olhar para mim.
Estamos perto, muito perto, e a boca dele parece muito convidativa. Estava levemente úmida por causa da bebida e isso me faz ter desejos insanos. Os olhos dele estão mais azuis que o normal, a pupila está dilatada e eu sei que não é pela iluminação e sim porque ele também me deseja.
— Você... — Começo, olhando para todo o rosto dele e ponderando se devo ou não beijá-lo.
— Eu... — Fala, no mesmo tom que eu.
E então eu resolvo arriscar, seguro no rosto dele, o puxando para mim, e o beijo. Não é algo desesperado, só um selinho, mas é suficiente para o meu corpo entrar em combustão. Ele não sabe onde colocar as mãos, ele nunca havia beijado antes, mas é bom, muito bom. Eu seguro na nuca dele, o puxando mais para mim.
Mas então ele me empurra e se afasta, se levantando num pulo e caminhando de um lado para o outro. — Isso não podia ter acontecido! Isso é errado! — Isso doeu!
— Mas é um erro bom. — Me olha, mas logo desvia o olhar.
— Dois homens não podem ficar juntos! É pecado! — Reviro os olhos.
— Não é errado, não é pecado. — Argumento. — Josh, presta atenção! — Ele olha para mim. — Eu gosto de você!
— Não... Meu Deus! Não! — Fala. — Esquece que isso aconteceu! Não deveria ter acontecido. — Sai do estábulo, me deixando sozinho.
Eu sei que é difícil para ele. Esse tempo é preconceituoso. Mas ele gosta de mim, eu sei disso. Eu sei que ele gostou do beijo, eu sei que no fundo ele sabe que isso não é errado.
Por que tem que ser tão difícil?
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Connected (Nosh)
FanficNoah vivia uma vida de festa. Curtindo a sua vida de solteiro, junto com a sua banda. Até que acidentalmente, por algum erro, ele vai parar em outro tempo. Um outro século para ser mais específico, um século onde ainda havia monarquia.