"my father erased my existence"

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Tem muita coisa do mundo contemporâneo para eu entender, mas primeiro eu quero saber o que aconteceu comigo. Por que ninguém me conhece de nenhum livro?

— Bom dia! — Noah me dá um selinho, eu estava sentado num sofá, lendo um jornal. Acordei mais cedo e me arrumei porque eu quero saber mais. — Acordou cedo hoje.

— Você tem algum compromisso hoje? — Pergunto e ele nega, se sentando ao meu lado e se escorando em mim. — Eu quero descobrir algumas coisas...

— Eu te ajudo! — Acho que ele já deve saber o que é. — Vou me arrumar e nós iremos a alguma biblioteca ou museu, sei lá! — Assinto e ele vai se arrumar.

No jornal é pouco falado sobre a família real, a qual eu sei que ainda existe, mas pelo o que eu sei, a rainha se chama Elizabeth e ela já está bem velhinha.

— Estou pronto! — Noah fala parado na minha frente, me levanto e nós saímos juntos do quarto.

Ele chama um veículo para nós, mas antes paramos em um lugar que vende chás e cafés, para tomarmos nosso café da manhã. Fazemos nossos pedidos e saímos com eles na rua mesmo. O dia estava bonito e ensolarado. O que não é comum em Londres.

— Sabe... — Noah pega na minha mão e entrelaça nossos dedos. — Eu sonhei com essa cena um dia, quando eu ainda estava no seu tempo.

— Sonhou, é? E como ele terminava? — Olho sorrindo para ele.

— Eu não sei, você me acordou. Foi na noite que ficamos juntos pela primeira vez. — Ah, entendi! Tomo um gole do meu chá e reparo que estávamos sendo seguidos.

— Noah, tem alguém nos seguindo. — Comento no ouvido dele, que olha disfarçadamente para trás e suspira.

— São paparazzis! — Ele já me falou o que são paparazzis. — Amanhã vai estar em todo lugar que eu tenho um namorado. Você está pronto para isso?

— Se você estiver disposto a perder a fama que tinha antes de me conhecer. — Olho para ele, que sorri e me abraça de lado. Acredito que isso tenha sido um sim.

Chegamos na espécie de biblioteca pública, segundo a uma pesquisa que Noah fez por aquele aparelho, aqui tem todos os jornais e registros da cidade desde 1600. É perfeito para nós!

— Com licença! — Chegamos no balcão. — Nós queríamos ver o registro da cidade. — Noah pede e eu seguro no braço dele. O olhar que a senhora soltou para gente é assustador.

— Está tudo nos computadores. — Aponta e volta a fazer o que estava fazendo antes, ignorando a nossa presença. 

Vamos até o local que ela indicou e Noah começa a mexer naquele negócio. Eu achei que seriam livros!

— Vamos lá! 1878! — Escreve o ano e eu fico olhando a tela. — Estávamos em maio ou junho?

— Junho, eu ia ser coroado em setembro no máximo. — Ele continua pesquisando, até chegar no mês de junho. Não há nada, só notícias de algum incêndio, acidente de carruagem, afogamento.

— Talvez o mês seguinte. — Supõe e passa para o próximo mês. 

E então a notícia aparece: Príncipe herdeiro faleceu por causas naturais. Inglaterra está em luto!

Meu pai me deu como morto? Tudo bem que não haveria uma forma de justificar o meu sumiço, mas eu me pergunto que caso nós não tivéssemos vindo para cá, o que ele faria?

— Eu sinto muito! — Noah fala ao notar meu olhar.

— Mas vocês não estudam isso, não é? Eu não sou citado em lugar nenhum. É como se eu nunca tivesse existido! — Eu começo a divagar.

Connected (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora