Josh acordou determinado a falar com o rei. Eu tenho medo do que pode rolar dessa conversa, mas ele precisa fazer isso. Eu estou nervoso, então tento me distrair com uma bola de meia que eu fiz. Jogando para cima e vendo ela cair na minha cara.
Eu preciso sair desse quarto, senão eu vou enlouquecer!
Ando pelos jardins, olhando os arbustos e folhagens. Na minha cabeça só se passa o que pode estar acontecendo lá dentro.
— Você está aqui! — Josh aparece suado e eu olho surpreso. — Rodei o palácio todo te procurando e achei que você tinha voltado... — Ele não completa porque os olhos ficam úmidos. Ele vai chorar.
— Eu não vou a lugar nenhum sem você. — Abraço ele, que me aperta. — O que aconteceu lá dentro?
— Ele está irredutível, mas acho uma hora ele aceita. Eu não vou ser rei! — Fala determinado.
Me afasto do abraço e olho para o rosto dele, admirando cada detalhe dele. Me aproximei para beijá-lo e é o que acontece. Nós esquecemos por um instante que estamos no meio do jardim, ao céu aberto e expostos. E isso é um problema!
— Joshua! — Ouvimos o grito do rei e nos afastamos assustados. Merda! Mil vezes merda!
— Vossa Majestade... — Tenta falar.
— Você estava beijando um homem? — Ele viu, puta que pariu, ele viu!
— Eu...
— Não estávamos fazendo nada, vossa majestade! — Resolvo falar e o cara olha feio para mim.
— Desde que você apareceu, meu filho tem andado com essas ideias malucas e agora vocês estavam se beijando. Isso é errado! Meu Deus, meu filho é um pecador! — Grita e eu engulo em seco.
— Pai... — Josh tenta falar.
— Calado! Com essa sua atitude doente, você não vai ser rei mesmo! Você não é mais um príncipe, você está deserdado da família! — Aponta o dedo para nós. Não era para isso acontecer. — Eu vou chamar os guardas para prenderem vocês por atentado ao pudor.
— Não! — Josh pede. — Por favor! Isso não é errado! Eu amo ele! — Ele me ama?
— Dois homens não podem se amar! — O rei fala fazendo uma careta. Eu odeio o preconceito!
— Josh... Vamos embora! — O rei já tinha chamado os guardas e Josh olha para mim com o rosto molhado.
— Para onde? — Pergunta com a voz trêmula.
— Só vem! — Eu corro puxando ele, eu carregava o chaveiro no bolso e ele precisa ser a chave do tempo. Pelo nosso bem!
— Peguem eles! — Um dos guardas fala e nós corremos, até que nós caímos e eu apago.
(...)
Abro os olhos, esperando encontrar uma prisão, uma masmorra, sei lá, mas está tudo escuro. Olho em volta procurando Josh. — Josh? — Chamo e nada. — Josh! — Grito já chorando, eu não posso ter perdido ele.
Me desespero, mas encontro ele deitado. Me agacho do lado dele, suspirando aliviado por ele só estar desmaiado.
— Josh, acorda! — Balanço ele e aos poucos ele vai abrindo os olhos. — Você está bem? — Pergunto e ele confirma levemente com a cabeça.
Sorrio e abraço ele, olhando para trás dele. Aquilo é uma porta? Que tipo de prisão tem portas? Me afasto e vou até a porta, ele se levanta e vem atrás de mim.
— Que isso? — Pergunta. — Prisões não têm portas!
— Eu sei! — Aproximo a minha mão da maçaneta e abro a porta. Isso é uma casa? Aquilo é uma sala?
— Noah, onde estamos?
— Eu não sei! — Tem uma escada no hall e o meu cérebro trabalha rápido. Eu conheço esse lugar! — Eu não acredito!
— O que? — Segura a minha mão e aperta. Abro outra porta e vejo a rua.
— Meu Deus! Nós conseguimos! Essa é a mansão... Nós estamos em 2020! — Falo alegre.
— Nós viajamos no tempo? — Pergunta atordoado. Puxo ele para fora da mansão. Prédios, luzes, rua, lixeiras, carros. — O que é tudo isso?
— Nós estamos no meu tempo! — Olho para ele sorrindo. Ele ainda parece perdido, mas sorri também. Eu não acredito que eu consegui voltar e trouxe ele comigo.
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Connected (Nosh)
Fiksi PenggemarNoah vivia uma vida de festa. Curtindo a sua vida de solteiro, junto com a sua banda. Até que acidentalmente, por algum erro, ele vai parar em outro tempo. Um outro século para ser mais específico, um século onde ainda havia monarquia.