EPÍLOGO

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EPÍLOGO............................................

    Antes que eu desse por mim, já tinha me juntando a seus pais e comecei a bater freneticamente naquela proteção invisível.

-- NÃO FAZ ISSO! -- Implorei para meu namorado mesmo sabendo que de nada adiantaria. Sem esperanças, olhei para o Príncipe da morte e clamei -- Abdica, Matteo, por favor! Eu não posso perdê-lo! E seu irmão não pode te perder! ABDICA!

    O Arlo olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas e sussurrou inaudível por notar que seu destino colorido que estava prestes a começar, já tinha terminado:

-- Desculpa.

     Intensifiquei as lágrimas.

-- Não, vocês vão ficar vivos! -- Rebati sem forças. -- Eu sei que vão -- Murmurei para mim

     Senti os braços da senhora Esperança me envolverem num abraço medroso por não querermos aceitar que aquilo estava realmente acontecendo. Os gritos do Matteo ficaram mais fortes. Era agora, o cérebro dele iria explodir!

-- SAI DAQUI, ARLO! AINDA DÁ TEMPO!! -- Mandou

-- JÁ DISSE QUE VOU FICAR COM VOCÊ! -- A chave rebateu fechando os olhos para não presenciar ambas as mortes

-- Sai logo!! -- O Fraizer suplicava em pânico. Sua íris apavorantemente começou a brilhar de magia branca prestes a estourar. -- POR FAVOR!!

-- NÃO! -- O Arlo rebateu encostando a testa na dele deixando claro que se um cérebro explodisse, o outro explodiria também 

     Sua mãe e eu escondemos nossos rostos uma na outra completamente chorosas. Desesperada e firme, a voz do Matteo surgiu gritando sem forças para livrar o ex-amigo daquele destino cruel:

-- EU, MATTEO FRAIZER, ABDICO MINHA GUARDIÃÃÃ!! ABDICO MINHA GUARDIÃ!!!

     Em questões de segundos, o campo de força desapareceu jogando o Arlo contra o gesso com força, e fazendo com que o papel de contrato de abdicação entrasse cortante dentro do futuro não protegido.

-- AAAAAAAAAAAAAA!! -- O príncipe gritava 

-- Matteo!! -- O Arlo se apavorou se recuperando do impacto com a parede. Mas antes que pudesse sair correndo para auxiliá-lo, seu pai e o Pesadelo o seguraram firme em seus braços. -- Me soltem! -- Pediu chorando. -- Eu preciso ajudá-lo! A abdicação está o machucando!! O processo está indo muito rápido, eu tenho que diminuir a potência!. -- No entanto, tudo o que recebeu, foi o abraço do Pesadelo escondendo o rosto do menino em seus braços, fazendo a chave chorar que nem uma criancinha assustada

-- Shiii! -- O guardião pedia. -- Você já fez tudo o que podia, shiiii!

-- Eu não quero que ele sofra -- O Arlo soluçava

-- Não vai, você já o fez assinar a liberdade dele, daqui para frente só irão sorrir. Você o salvou, salvou a todos, acabou.

     Ouvir as palavras sábias do Guardião, fez o antigo príncipe abraçar o Senhor com mais força, como se estivesse finalmente se escondendo de todos os medos que o cercavam e entregando-se ao cansaço que todas as emoções daquele dia ocasionou, simplesmente respirando no seu refúgio mais seguro. Abri um sorrisinho fraco e logo de cara notei que diferente do que eu imaginava, não teria que conversar com o Arlo sobre o Jack, os dois já estavam iniciando uma página virada juntos, voltando a aceitar a companhia do outro, o processo de perdão talvez pudesse demorar para se completar, mas dava para ver que não importava a quantidade de tempo longe, eles sempre se amariam como pai e filho.
    De repente, o Matteo entrou em convulsão.

Me diga como sair daqui [livro 2/Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora