Capítulo 24

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"Eu quero ser sua canção, eu quero ser seu tom
Me esfregar na sua boca, ser o seu batom
O sabonete que te alisa embaixo do chuveiro
A toalha que desliza no seu corpo inteiro."
Cama e mesa – Roberto Carlos

Quando saiu do salão, já era fim de tarde. Voltou ao hotel e tomou um banho rápido, apenas para retirar o suor, evitando molhar o rosto e os cabelos, então Lucas a ajudou a escolher uma roupa para usar naquela noite.

— A intenção é matar o garoto?

— Ele não é um garoto — disse Mariana, e o amigo arqueou as sobrancelhas, batendo palmas de forma teatral.

— Ora, ora... Gostei de ver! — Ela sorriu. — Mas sua intenção é matar o mágico?

— Não — hesitou.

— Nada de insegurança, essa característica era marcante na velha Mariana. Se está se sentindo poderosa, deixe esse poder exalar. Muitos homens fogem de mulheres seguras, mas, acredite em mim, aquele garoto petulante não é um deles. — Ela riu ao ouvir a forma como se referiu a Davi. — Então, agora não farei uma pergunta. Você vai matar o mágico! Nem que seja apenas por essa noite, mas vai deixar a femme fatale controlar a coisa toda.

— Só não se esqueça de que estamos em uma ilha, não vai me vestir em roupas de couro e bota de cano longo para andar por aí. — Lucas semicerrou os olhos.

— Você estragou o plano A! — Ela gargalhou, fazendo-o rir. — Gosto de ver você assim. Mantenha esse espírito jovial. — Piscou para ela. — Agora, vamos ver suas opções.

Passaram algum tempo revirando as roupas de Mariana, e após recusar várias escolhas feitas por Lucas, Mariana optou por um cropped branco de crochê, aproveitando o contraste lindo que ficou em sua pele que havia pegado um bronzeado nos dias ensolarados de Ibiza. Short jeans de lavagem clara e um kimono de renda por cima. Nos pés, uma rasteirinha simples. Completou o look com um colar que Lucas havia comprado durante a tarde para presenteá-la.

— Você é melhor nisso que eu — disse ao ver o resultado, fazendo-a rir.

— Me lembre de nunca mais pedir sua ajuda para me vestir.

— Ingrata do caralho! — Mariana gargalhou.

Deixaram o quarto, pois ele aproveitaria para dar uma volta pelos arredores, mas encontraram Marisa saindo do elevador.

Abrindo um pequeno sorriso, a mulher caminhou em direção a eles.

— Você está linda. — Mariana revirou os olhos. — Quem é esse rapaz tão bonito? Vejo que gosta dos mais jovens, querida.

— Minha preferência não diz respeito a você. Com licença. — Passou por ela, e enquanto aguardava as portas do elevador se fecharem, Marisa insistiu.

— Nós ainda precisamos conversar, Mariana. Uma conversa civilizada, sem você me apedrejar por decisões que tomei no auge da juventude.

— Pode ser. Mas com certeza não teremos essa conversa hoje. — As portas se fecharam, e ela suspirou profundamente.

— Vocês se parecem muito — disse Lucas. — Desculpa dizer isso, mas fiquei realmente surpreso com a semelhança física.

— As semelhanças terminam aí — disse tranquilamente, sem lhe dirigir um olhar.

Quando deixaram o hotel, Davi a aguardava do lado de fora. O queixo caiu quando a viu, e Lucas não conteve o riso.

— Porra! — Foi a primeira coisa que disse quando ela chegou mais perto. — Você está... Porra! — A mulher sorriu enquanto o amigo gargalhava.

Mais Do Que Sonhei [Desejos Ardentes - Livro Dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora