Capítulo 27

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"Existe um euzinho dentro de mim. Inseguro. Indefeso. Dramático. Calma, euzinho, eu cuido de você, sempre cuidei."
Eu tenho sérios poemas mentais - Pedro Salomão

— Vou sentir sua falta. — Davi resvalou o nariz por seu pescoço, enquanto recebia alguns afagos na cabeça. — Acho que vou voltar com você.

— Nem pense nisso! — advertiu, mas manteve um tom tranquilo. — Você está aqui por seu trabalho, e vai se manter até o último dia. Não quero que abra mão dessa experiência. Logo você também estará no Brasil e tudo ficará bem.

— Quer a verdade? — Levantou a cabeça para olhá-la nos olhos. — Tenho medo de tudo isso acabar, de você passar tanto tempo longe a ponto de encarar a realidade. Uma realidade ridícula a qual se prendeu por um bom tempo, enfiando na cabeça que não devemos ficar juntos por causa do que os outros vão pensar. — Se sentou na cama e a encarou seriamente. — Uma coisa é estarmos aqui, longe dos olhos das pessoas que nos conhece, mas, como será depois?

— Por que não deixamos o depois para resolver depois?

— Porque eu não quero ficar sem você — disse com toda sinceridade, abrindo seu coração. — Se há alguma possibilidade de isso acontecer, quero que seja sincera comigo agora. — Mariana se sentou em seu colo, com uma perna de cada lado de seu corpo, e abrigou seu rosto entre as mãos, mantendo seus olhos cativos aos dela. Os corpos nus se arrepiavam com o contato das peles, os corações batiam no mesmo ritmo tranquilo, como se tentassem tranquilizar um ao outro.

— Nunca me arrependo das decisões que tomo. Das atitudes que deixei de tomar, sim, mas o que decido fazer, faço com o coração aberto. Se estou com você, é porque quero estar. Seja aqui, no Brasil, na China ou onde quer que seja. — Juntou seus lábios e o beijou castamente. — Ter aceitado você em minha vida tem sido uma das melhores decisões que já tomei, e se você continuar sendo essa pessoa incrível, tudo o que estamos vivendo aqui, será vivido no Brasil ou onde quer que estejamos.

Davi a beijou intensamente, inclinando seus corpos até tê-la deitada sob ele.

— Isso foi um pedido de casamento, não foi? — provocou, arrancando uma gargalhada dela. — Eu amo quando você ri.

— Ama? — Arqueou as sobrancelhas.

— Amo tudo em você, Mari Dantas. Até seus momentos de azedume. — Ela abriu a boca para protestar, mas só o que saiu foi um gemido ao ser penetrada. — Amo seus gemidos — sussurrou, mordiscando o canto de sua boca.

— Davi...

— Amo a forma como meu nome escorrega por entre seus lábios. — Contornou seu lábio inferior com a ponta da língua antes de sugá-lo delicadamente, enquanto se movia de forma lenta dentro dela. — Amo o fato de você ser incapaz de resistir aos meus toques, porque eu também não resisto aos seus. — Segurou suas mãos na altura da cabeça e entrelaçou seus dedos, sem quebrar o contato visual. — Te quero tanto, meu doce.

— Eu sou sua, garoto petulante — sussurrou, tão entregue ao momento quanto ele.

Davi apertou os olhos, como se tudo aquilo fosse demais, mas manteve o ritmo lento, amando uma mulher, sua mulher, como jamais fizera com nenhuma outra.

Seus olhares se prenderam mais uma vez, e sorrisos bobos estamparam suas faces enquanto seus corpos se fundiam. Os corações batiam no mesmo ritmo, as respirações se misturavam em meio aos gemidos baixos, e o cheiro de sexo se mesclava com o suor de seus corpos, até o momento em que estremeceram, unindo também seus fluidos enquanto abafavam os sons de prazer entre beijos afoitos e intensos.

Mais Do Que Sonhei [Desejos Ardentes - Livro Dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora