Capítulo 15

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Eu queria chorar. Me senti sem esperança alguma. Sai da prefeitura e segui andando pelas ruas de Sacramento sem rumo. O que eu faria agora? Isso seria mais um sinal do destino me mandando desistir?

Não tenho certeza de quanto tempo andei, mas notei que parei em frente a uma lanchonete. Meu estômago roncou, minha última refeição foi no voo a caminho de Las Vegas. Entrei e me encaminhei até uma mesa. Fiz o meu pedido e peguei meu bloco de anotações e a foto que tiramos na capela.

Pensei no que poderia fazer para encontrar Emma. Depois de procurar nas redes sociais e não encontrar nenhum perfil com seu nome, eu pensei que poderia visitar todas as escolas da cidade e perguntar sobre ela, ou sobre seus irmãos, mas isso levaria dias, e eu não sabia se o sobrenome das crianças era Thompson, e mesmo se fosse eu não sabia o primeiro nome deles. Existia também a possibilidade das escolas me negarem qualquer tipo de informação, já que eu não sou nenhuma autoridade e um homem perguntando endereço de crianças é algo bem suspeito.

Meus pensamentos foram subitamente interrompidos pelo barulho de um copo se estraçalhando sobre a minha mesa.

— Ah meu Deus me desculpe! - disse a garçonete limpando o suco que havia sido derramado.

Era uma senhora, ela usava um uniforme com as cores do estabelecimento, logo já havia limpado a mesa, e para finalizar perguntou se podia limpar a foto que estava um pouco molhada por conta do líquido. Eu disse que sim e enquanto ela passava o avental na fotografia vi um sorriso sendo formado.

— Ah a pequena Emma! - ela disse sorrindo.

Minha cara de espanto deve ter me denunciado, mas percebi que o sorriso no rosto da senhora se desfez. Talvez também a minha exaustão me deixasse com uma aparência não tão agradável, mas a questão é que ela me olhou com um certo medo.

— A senhora a conhece? Emma Thompson? - perguntei tentando parecer o menos desesperado possível.

— Claro! Ela costumava trabalhar aqui antes de ir para Nova Iorque trabalhar como modelo.

Lembrei da história de como Emma acabou parando em Vegas. Senti meu peito apertar, mas estava aliviado em ter achado alguém que a conhecia.

— Isso é fantástico! Eu estou a procura del... da família dela, nós da agência de modelos queremos fazer uma surpresa e pensamos em levá-los para visitá-la. - não sei de onde eu tirei isso mas notei que ela pareceu acreditar. — Eu tinha o endereço anotado aqui em algum lugar mas não consigo achar, e o pessoal da agência não atende o telefone. Sabe como é essa gente né? - ela acenou concordando. — Será que a senhora poderia me ajudar?

— Claro! Todos vão amar a surpresa! - a garçonete disse empolgada.

Instantes depois ela já havia me passado o endereço da casa da família de Emma, e algumas dicas de como chegar lá. Comi o mais rápido que pude e agradeci a ajuda, sai então rumo ao endereço.

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