Ethan, um garoto que sempre sentava próximo de mim nas aulas de literatura, me deu o apelido de romantic player, ele sabia que eu havia trabalhado em um hotel cassino e foi muito esperto com o jogo de palavras, já que player, além do sentido literal da palavra, é o nome dado aqueles que não são nem um pouco românticos quando se trata de relacionamentos amorosos. Ele e eu gostávamos de discutir sobre os livros que líamos enquanto almoçavamos juntos no gramado da universidade.
Não demorou muito até eu notar uma certa mudança no seu comportamento, conforme fomos passando mais tempo juntos. Não que eu tenha muita experiência com relacionamentos, mas não é muito difícil de identificar quando alguém tem algum tipo de sentimento, ou alguma intenção além de amizade, para/com a gente.
Ele começou elogiando minha aparência, depois fazia de tudo para passarmos todo o tempo juntos, ele tinha aquele brilho no olho quando falava comigo, começou a me chamar para assistir aos jogos do time da universidade com ele e sempre estava nas festas que eu ia. Em um desses eventos, nós nos beijamos.
Foi em uma festa de uma fraternidade em uma área afastada do campus, eu, como sempre, havia relutado bastante antes de finalmente decidir ir. Por volta das 2 da manhã eu nem pensava em voltar para o meu dormitório, tinha tomado algumas cervejas a mais e estava rindo com um grupo de amigos quando me perguntaram sobre eu estar em algum tipo de relacionamento com Ethan. Neguei mas as pessoas começaram a dizer que ele parecia ter algum tipo de paixonite por mim.
Nos minutos seguintes eu lembro de olhar para ele e avaliar se eu sentia o mesmo. Não posso negar que Ethan era muito bonito, com seus cabelos pretos e sua boca carnuda, os óculos que ele usava pareciam fazer parte do seu rosto, mas traziam um charme a mais para sua aparência, além do mais ele era muito gentil e companheiro. Não sei se o álcool me deixou mais à vontade ou se era só uma questão de tempo até aquilo acontecer, mas quando me dei conta estava beijando Ethan, em uma parte mais reservada da fraternidade.
Passamos a noite juntos no meu dormitório, e tudo parecia bem até a manhã seguinte, quando tudo se transformou em estranho e errado. A alegria e o desejo que senti estando com ele deram lugar à culpa por estar com alguém que não fosse Harry.
Nos dias seguintes, dei a desculpa de que queria ir com calma para não assustar Ethan, com minha frieza. Mas a realidade era que eu precisava me livrar dos meus laços inexistentes com Harry para poder seguir em frente com a minha vida, afinal meses se passaram e ele não havia voltado. Talvez o destino estivesse me mostrando que o que tivemos foi algo momentâneo e sem expectativa de futuro. Eu precisava aceitar aquilo e enxergar que uma pessoa real e muito bacana estava ali comigo agora.
Entretanto, nos dias que se seguiram eu parecia estar sendo atormentada por Harry em todos os momentos. Não conseguia dormir sem sonhar com ele e a cada devaneio ele tomava conta de mim. Percebendo meu estado deplorável Ethan, que se sentia culpado, se afastou para que eu pudesse me sentir melhor. Nunca quis magoá-lo mas talvez tenha sido melhor assim.
No auge da minha melancolia, um grupo de amigas trouxe o que pareceu ser a única solução viável no meio do caos que era minha mente. No fim de semana em questão minha banda preferida, o The Killers, faria dois shows em Las Vegas e elas haviam comprado um ingresso para me presentear.
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Shot At The Night
FanfictionTudo era parado, sem cor, uma melodia sem graça até o dia em que ele apareceu. De repente eu estava imersa em sentimentos, cores e formas, sensações nunca antes experimentadas pelo meu corpo, que apesar de jovem, carregava uma alma idosa. Sua chegad...