Chapter 9

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Frederico Zuckerberg P.O.V

Sou filho adotivo de Philip Zuckerberg. Meu pai é alemão, meus avós também eram, eu bem... eu sou um brasileiro que foi jogado em um orfanato qualquer de São Paulo. Eu nunca tive esperanças de ser adotado, segundo os donos e os que cuidavam de nós, eu era o mais travesso e como posso dizer... o mais feio? Era o que diziam.

Desde então eu nunca tentei ser o mocinho, ou seja lá o que! Mais tinha uma coisa que eu gostava... era de estudar, aprender novas línguas...
Eu nunca conheci minha mãe e meu pai verdadeiro, e nem pretendo.

Até que um dia, eu estava ensaiando mandarim. Quando eu ouvi um senhor dizer: _Eu quero ele, ele parece determinado, é um filho assim que preciso!_

Foi a partir daí que minha vida mudou, o Sr. Zuckerberg me adotou, e me registrou como Frederico Zuckerberg. Eu sou o único filho dele, ele não tem mulher, só um monte de sobrinhos mimados metidos a riquinhos... _e são riquinhos..._

Meu pai me ensinou tudo o que devia, me colocou na melhor escola de São Paulo, e quando completei 18 anos, já estava trabalhando, ajudando ele em sua empresa, Lins Construções.
De um tempo para cá, meu pai começou a sentir fortes dores no peito, e o teimoso nunca quis ir ao médico, dizia ser frescura e de que ele estava bem, era o cansaço do trabalho. Eu acreditava, por fisicamente ele estava realmente bem. Eu tenho 27 anos hoje, e foi quando um dia eu cheguei na casa do meu pai e encontrei ele caído no chão, já sem vida... havia uma papelada em cima da mesa, mais não fiz questão de ir olhar no momento, primeira coisa que fiz foi chamar a polícia.

Quando eles chegaram, eles disseram que iriam levar para fazer corpo de delito, saber a causa da morte. Algumas horas depois, soube o resultado, tinha sido infarto... por que ele não foi ao médico? Quando criei coragem de falar aos familiares, todos me olhavam com culpa. Ótimo, sozinho e "culpado" agora. Fui pra casa descansar e vejo a papelada na mesa. Era o testamento dele... A empresa, a casa, o dinheiro e todos seus bens, ficaram pra mim, apenas 50% da empresa ficará para o Sr. Verissimo, que era o braço direito do meu pai. De 100% da empresa, eu ficaria com 50 e o Sr. Verissimo com 50. Justo!

Contratei o advogado que era do meu pai, e iríamos conversar amanhã. E eu também tinha de avisar o pessoal da empresa.

~~

No dia seguinte vesti minhas roupas sociais de sempre e fui direto para a empresa, sem ao menos tomar café.
Convoquei uma reunião para dar a triste notícia.

__ Bom dia, eu chamei todos aqui hoje por que... vim trazer uma notícia nada boa. Meu pai faleceu ontem a noite, encontrei ele sem vida no chão. Então hoje estão todos dispensados e amanhã. Voltaremos quarta-feira normalmente, eu serei o novo chefe da empresa, podem falar tudo o que tiverem comigo no RH.

Era o escritório de meu pai, eu ficava lá às vezes, mais era muito raro, eu era um empregado como qualquer outro.

__ Sr. Verissimo, e acordo com o testamento, o senhor irá ficar com 50% da empresa, ou seja o senhor faz parte da empresa, o que acha de ser meu braço direito também? Aliás... quando eu não estiver, é o senhor quem manda.

__ É sério? Meu Deus... Eu ia gostar muito, muito obrigado pela confiança Fred. __ Sorrio assentindo. __ Eu poderia trazer minha filha pra cá? Antonelle é ótima em engenharia, e é concursada nisso.

__ Perfeito, ela pode ser a gerente, afinal, estamos precisando, você pode ficar com meu antigo escritório, seu cargo foi renomeado, ao segundo chefe da empresa Lins Construções.

Encerro a reunião e saio junto com o Sr. Verissimo, para resolver os assuntos da empresa e papelada

~~

Uma semana depois, que Antonelle Verissimo apareceu, estava tudo em ótimo estado, ela era determinada e eu admirava isso, ao contrário do restante do pessoal, ela era a única mulher negra por aqui, e muitos não queriam respeita-la.

Estava olhando a faixa etária da empresa quando Jane, minha secretária bate na porta e parecia num tanto eufórica.

__ O que houve? __ Pergunto preocupado

__ Acabaram de me avisar que Antonelle foi vítima de racismo e agredida na frente de todos.

Como se tivessem enfiado lava em meu corpo, ele se acende em chamas, me levanto da cadeira indo em direção ao local dos trabalhadores gerais, como algo sincronizado, todos vão abrindo caminho para o tal agressor. Eu juro que queria ir partir para a violência, mais não seria certo. Assim que o cara pelo qual na lembro o nome me vê ele arregala os olhos.

__ Sr. Zuckerberg, eu poss...

__ Na minha sala agora! __ Aponto para a saída e com a cara  de "poucos amigos" possível.

A verdade era que eu queria saber como Elle estava, eu sentia um sentimento diferente por ela, apesar dela me evitar um pouco...

__ O que você achou que estava fazendo?

__ Aquela pirralha negrinha estava mandona demais. E mulher nenhuma manda em mim, principalmente uma negra.__ Raiva, era o sentimento que me sucumbia.

Passei as mãos pelo rosto e contei mentalmente até dez. Esse desgraçado acha que é quem pra falar assim com a minha menina?

__ Bom, Antonelle mandava sim em você. Pena que não vai mandar mais.__ Ele sorriu.

__ Ela esta demitida?__ Foi a minha vez de sorri ironicamente.

__ Não Marivaldo. Você esta demitido, e acho bom você ter um bom advogado para te defender.__ Sua expressão mudou completamente.__ Esta dispensado.

#Continua.

MEDUSA ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora