Park JiminAgora eu me encontrava sentado com os meus bisavós. Os dois ainda tentavam processar como poderia eu saber de uma coisa tão antiga destas. Tentavam me interrogar como se eu estivesse sendo acusado de um crime, mas esse não era o foco. Eles apenas estavam muito surpresos e eu teria que lidar com isso, já que fui eu mesmo quem os instigou com toda essa história de que sabia de alguma coisa sobre isso, agora terei de contar sobre tudo à eles. Não quero assustá-los, não é nunca esta a minha intenção. Eu quero apenas dizer poucas coisas e inventar outras, para que eles não pensem que sou um maluco que está vendo coisas num espelho. Talvez eu nem devesse ter mostrado essa coisa para os pobres coitados, eles agora vão dificultar as coisas para mim, já que é difícil de fazê-los acreditar em algo muito rápido, ainda mais uma coisa tão "grande" assim, que para mim não era nada de mais.
— Vamos, conte como sabe que isso existe. — A mais velha franziu suas rugas mais ainda para poder olhar para o meu rosto com clareza. — Park Jimin, agora.
— Eu procurei na internet, vovó. Ouvi dizer que foi um lugar bem importante para o desenvolvimento da cidade e eu queria saber o que vocês acham sobre isso. É uma pesquisa, para ser bem claro. — Inventei as coisas no calor do momento. Espero que seja o suficiente para que eles possam acreditar.
— Não é normal uma escola pedir isso, mas você tem que saber a história da sua cidade, de qualquer jeito.— Disse o mais velho agora, sentando-se de um jeito que pudesse ficar confortável. — Bem... Há muito tempo existiu essa espécie de praça aqui, quando eu e sua bisavó não éramos nem nascidos. Somente nossos pais conseguiram a ver quando eram crianças. Era uma coisa histórica demais. Quase chegou a virar um ponto turístico da cidade, de tão velha e tão conservada ao mesmo tempo. Nossos pais diziam que toda a cidade evoluía, porém essa pracinha continuava com a mesma cara de ter vindo de um século atrás. Muitas pessoas gostavam disso, pois trazia uma imagem incrível e exótica para o lugar, mas... Existem as pessoas que também não gostam de certas coisas e não escondem para si mesmas. Espalhou-se um boato de que esta praça era o motivo de tudo estar tão atrasado por aqui e então protestos começaram. Depois de um tempo, eles cessaram, porém, um dia, pessoas queimaram o lugar sem dó, nem piedade. Tudo virou cinzas e o que restou foram apenas ruínas.
— Essas ruínas ainda existem? Queria saber. — Pergunto.
— Com certeza. Ninguém deixou o governo removê-las, já que faziam parte da história. — Coça sua cabeça, tentando se lembrar. — Até hoje elas estão lá e existem alguns registros antigos das pessoas que passaram por ali nas antigas épocas. Acho que você deveria ver algum dia.
— E com certeza eu vou. Vou precisar de ir visitar o lugar para terminar o trabalho. Vou usar um GPS pra isso, mas tudo isso só depois que eu acabar tudo o que tenho a fazer aqui e conversar mais com vocês, para matar toda essa saudade de vez. — Afirmo, mudando de assunto o mais rápido possível.
— E sobre o que conversaríamos agora? — A mais velha se fez presente com a voz.
— Sobre qualquer coisa. Aliás, vovó, minha mãe estava precisando daquela sua receita maravilhosa que você sempre faz aqui. Você poderia ir lá pegar para mim? — Invento alguma coisa para tirar o foco e a tensão e, por incrível que pareça, deu certo.
Ela se levantou e então eu tentei distrair meu avô também, já que estava ao seu lado. Conversamos bastante até que minha avó pudesse trazer de volta o livro de receitas. Quando pude perceber, eles nem pareciam mais lembrar daquele momento. (E espero que não tenham mesmo.) Ela então se juntou a nós, colocando o livro em meu colo, que estava pesado como uma pedra. Era muito grande e possuía tantos tipos de se cozinhar ali que eu provavelmente me senti em algum tipo de reality show de cozinha. Ela folheou as páginas com suas enrugadas mãos, passando os dedos por cada uma. Ela sabia o que eu estava pedindo para ela: era o bolo. Tinha que inventar algo, logo, inventei isso. Peguei o meu celular e então, quando ela parou na página correta, pude tirar uma foto. Ela então fechou o grande livro e levou de volta ao seu lugar, que era dentro de um dos infinitos armários com várias coisas que ela possuía. Apenas ela conseguia achar algo nesses móveis, pois, se qualquer um que fosse desconhecido tentasse, provavelmente não conseguiria. As vezes me parece que ela fez isso especialmente para que ninguém possa achar nada, por mais que pareça estranho. Só não sei o motivo, mas de qualquer forma, ela arruma como bem entender, já que a casa é dela.
— O que acham de conversarmos sobre um pouco do passado? — Pergunto, mas desta vez eu não iria mais tocar no assunto das ruínas. — Me contem, o que vocês mais gostavam de fazer quando eram mais novos. Por exemplo, quando tinham minha idade?
Essa era uma boa estratégia, ainda mais para pessoas que eram mais velhas e adoravam contar sobre suas vivências (como eles). Era um prato cheio quando eles viam que eu estava interessado em saber sobre o que faziam. Era como se eles se sentissem especiais, de alguma forma, ou apenas um jeito de os fazer ter uma nostalgia, que podia ser uma sensação muito boa para eles, que já viveram tanto. Falavam sobre isso com a maior vontade do mundo, quase como se estivessem vivendo novamente cada pedaço dos momentos. Era bom de se ver, mesmo já tendo ouvido as mesmas coisas várias vezes, ainda me interessava sobre como eles conseguiam guardar tantas memórias em uma mente só, era realmente impressionante. Os dois tinham sabedoria para dar e vender, e não era somente por conta de sua idade e simpor sua inteligência mesmo, até porque a idade só lhe traz experiência, e não mentalidade. Isso você adquire conforme aprende, mas, mesmo assim, há aqueles que não sabem aprender.
Espero não ser como eles.
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929; jjk+pjm
FanfictionO ano era 1901 e Jeon Jungkook estava com os seus nervos a flor da pele. Estava apto a receber pretendentes, quaisquer que fossem eles. Mesmo sendo criado em uma época completamente sombria, a qual nunca apoiaria a homossexualidade, não via problema...