Childhood vision.

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Jeon Jungkook

Após o acontecimento passado dentro daquele estabelecimento, precisava de um descanso mental. Não queria pensar muito nessas coisas, então apenas iria até um lugar mais reservado, onde não poderia ser visto nem ouvido, apenas queria ouvir coisas calmas, que ajudassem-me a desfocar desses pensamentos distintos. Em passos medianos, fui ágil até um tipo de jardim que fora construído há um tempo nesta cidade. Era bem conhecido, mas nessas horas estaria quase vazio por completo, segundo os cálculos que fiz. Tentei não parecer muito apressado para que ninguém suspeitasse que estivesse fazendo algo errado. Nunca se sabe, talvez alguém esteja prestando bastante atenção nas pessoas hoje, especialmente. Odeio passar uma imagem suspeita, essa é a verdade. Muitos rumores já foram feitos nesta mísera cidade sobre a minha pessoa e eu não quero que mais deles sejam criados. Apenas quero passar despercebido, pelo menos pela primeira vez. Não chamei muito a atenção de todos, pelo visto. Todos que passavam pelo meu lado, não olharam uma vez para mim, sequer. Talvez seja porque também estejam tão ocupados quanto eu com suas próprias vidas. Estão certos em fazer isto pelo menos agora, já que, se meter na vida alheia é o maior passatempo dos moradores.

Finalmente avisto a entrada daquele jardim depois de minutos de caminhada. Meu sorriso brilhante demonstrava minha sensação de alívio neste momento. Como eu já dissera, a movimentação ali era bem menor do que no centro de toda a cidade. Poucas pessoas tiravam um pouco do dia de trabalho para vir até aqui. Espero que continuem assim, pois, se algum dia este lugar for tão movimentado quanto é lá, será um caos. Logo depois de entrar, sinto uma sensação de paz, pela primeira vez. É como se todos os sons fossem cortados e eu não pudesse mais ouvir mais todas aquelas pessoas conversando e fofocando sobre qualquer coisa paralela. Como se aquele fosse um lugar totalmente diferente de toda a cidade, onde se vive todo aquele peso do trabalho. Não me lembrava de ser tão bom assim, sendo sincero. O ar aqui era diferente, tudo era melhor. Um pequeno lago existia no chão. Não era nada inovador, mas era algo que também trazia um pouco de vida. Peixe nenhum era visto ali, mas era melhor assim. Usá-los apenas para atração não parecia muito certo para mim, até porque ninguém parece cuidar direito nem de si mesmos, imagine dos pobres animais nadadores.

Sem querer, acabo por bater em um banco de aparência velha que estava atrás de minha pessoa. Não o tinha visto ali, estava distraído com as outras coisas. Pelo menos agora existia um lugar onde poderia relaxar enquanto escutava o canto dos poucos pássaros que passavam por aqui. Realmente, um peso foi tirado de minha cabeça após fazer isso. É como se todas aquelas pessoas apenas pressionassem ainda mais minha mente, causando um tipo de colapso, que não me permitisse pensar sobre nada. Mas isso era apenas um detalhe agora, prefiria fingir que nenhum deles existia mais, que era apenas eu e este lago, juntamente com essas árvores e pássaros. Esse era apenas o conjunto que estava precisando agora, sem humano algum. Agora eu me sentia confortável para pensar sobre o que ouvi, apenas agora. Começaria pelo fato de que: eu não conhecia aquela voz. Definitivamente, nunca vivi com uma criança que tivesse aquele tom em sua voz. Era diferente, porém familiar, de alguma forma. Talvez eu esteja apenas me confundindo mais ainda, mas tudo isso acontece por conta de ser uma coisa muito recente. Provavelmente com pouco mais de tempo, conseguirei separar cada fato, precisamente.

O Sol colocava seus raios sob o lago, causando um brilho especial à tudo, que era trazido até meus olhos. Por um momento, recuei, mas logo percebi que nenhuma sombra iria parar aquilo, então convivi com um certo calor na parte de meu nariz, mas não me incomodava tanto. Enfim, de nada mais sabia. Aquilo me deixou completamente desnorteado, mas é algo que eu quero descobrir, pois não sei como aquela irreconhecível voz sabia meu nome. Talvez seja alguém importante, do qual me esqueci conforme o tempo se passou, mas eu nunca fui alguém de muito amigos. Minha infância não foi algo tão empolgante o suficiente para ter amizades duradouras, a maioria foi um leve sofrimento misturado com um outro sentimento monótono. Então, não é como se eu não me lembrasse. E sim como se isso nunca tivesse existido! Mas de que maneira minha cabeça poderia criar uma voz estranha, apenas para me deixar confuso? Não é algo que eu queira, e sim uma coisa muito estranha, que ainda é difícil de se compreender.

Será que depois de ser tão perturbado durante a vida toda, estou ficando louco também? Não é possível, seria muita punição para alguém que mal fez algo para uma mosca enquanto esteve nesta Terra. Minha vontade é de apenas gritar, para saber se assim alguém responderá as minhas perguntas infinitas. Porém tenho medo de tentar descobrir algo muito profundo, na verdade, por mais que eu negue isto. Talvez seja algo mais perturbador, do qual não tenho controle e não posso aguentar, não desta vez. Ou talvez seja algo simples de se ouvir, porém muito complexo na hora de se pensar. Tenho que analisar todos esses pontos.

De repente, algo atrapalha a luz em meu rosto e eu vejo alguém na frente do lago, de costas para mim. Era uma criança, um garotinho. Estava vestido de uma forma bem diferente, não conseguia entender o porquê de ele se vestir de uma maneira tão peculiar. Parecia estar procurando por alguém, ou esperando alguém. Ele se virou de lado, para a entrada do local e então deu um grande sorriso. Parecia que alguém estava vindo, então ele apenas gritou algo:

— Jeongguk! Estou aqui! — Afirmou e logo desapareceu, em um piscar de olhos.

Não é possível. Eu acabei de ver uma criança sumir em minha frente! Isso não pode ser real, é muito estranho para ser. O que é isso? Faça parar! Não quero mais ver nada disso, seja lá o que significar. Isso não é normal, mas não sei como fazer isso sumir. Deve ter um jeito. Porém, há um problema:

E se o único jeito for descobrir o que há por trás disto?

929; jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora