Park JiminAinda estava na casa de meus bisavós, só que agora mais assustado. Não era estranho ouvir alguém que nunca conheci na vida me chamando? Ainda mais uma criança. Deus me livre, odeio coisas sem explicações, mas parece que uma dessas aconteceu comigo hoje. O medo do sobrenatural estava se instalando em meu corpo novamente, não me sentia tão arrepiado há anos. Nem quando era uma criança medrosa, nem mesmo nesse tempo eu estive com tanto medo quanto estou agora. Sei que não devo tomar conclusões precipitadas, mas é algo muito estranho, apesar de parecer ter sido somente minha mente, já que os outros dois que estavam presentes comigo na cozinha pareceram não ouvir. Não quero estragar nossa "reunião" em família, portanto, vou tentar esconder tudo isso que estou passando o máximo que posso, para que todo esse tempo seja pacífico, além do mais, eu também não quero os assustar, já que são idosos e seus corações são mais frágeis. Todo esse compilado de motivos fez minha cabeça girar de forma anestesiada, eram tantas coisas a processar que eu mal podia pensar em somente uma, era estranho.
Tive que fingir uma dor de barriga repentina para poder vir ao banheiro sem que eles desconfiassem. Eles me entenderam, mas pude sentir uma leve desconfiança vindo da parte dos mesmos, como se eles estivessem me achando um pouco diferente do que estou acostumado a ser, já que me assustei quando ouvi o chamado. Até eu ficaria assim, eles não têm culpa de nada, logo, não os julgarei. As goteiras caíam freneticamente no cômodo, e eu apenas pude perceber isso porque fora atingido por uma de suas gotas pequenas de água. Estava bem gelada, meus pelos ficaram eriçados pelo tamanho choque de temperatura levado. Me levantei de forma rápida, indo até o espelho. Precisava esperar mais um pouco, porque acabara de entrar e, pela atuação que fiz na cozinha, minha dor estava grande, então deveria fazer um tempo que fosse jus à cena que montei no cômodo anterior.
Tudo se tornou bizarro quando eu olhei para o espelho novamente. Ele tinha rachaduras, que não estavam ali antes. Eu tinha certeza de que elas acabaram de aparecer! Não era possível isso, quem poderia estar brincando comigo? E, como esse vidro não fez barulho ao quebrar? É extremamente difícil de isso acontecer, para não dizer impossível, pois não sei se há chances desse material não produzir um estrondoso som quando é quebrado. Tentei ao meu máximo ignorar aquilo e colocar a culpa na minha falha mente, de novo. Porém, o que vi depois, me fez duvidar ainda mais se eu bebi algum tipo de bebida alcoólica ou se estava sob efeito de alguma coisa que não me fez bem, pois comecei a ver algumas coisas que pareciam alucinações naquele espelho, mas eram muito reais. Era uma criança correndo, em direção à uma praça, que continha um lago. Ela estava muito eufórica e apressada, parecia estar seguindo algo ou apenas correndo atrás disso. Ou poderia estar atrasada também, de qualquer forma. Não conseguia ver direito o seu rosto, então pensei que aquele deveria não ser o foco. Eu estava vendo-a de costas, correndo em direção ao local. Após um pequeno intervalo de tempo, pude ver outra criança o esperando, no horizonte. Estava ao lado do lago.
- Espere por mim, Jiminnie. - O garoto que eu acompanhava gritou.
Depois disso, mais nada. Levei um impacto desconhecido que me empurrou para longe, mas não o suficiente para que eu me machucasse, apenas até me afastar. Minha cabeça baixa poderia dizer tudo agora, estava muito cansado. Ao dirigir meus olhos ao espelho de novo, ele estava intacto, como sempre foi. Era como se nada tivesse ocorrido agora, mas eu sabia que alguma coisa estava querendo me dizer algo muito mais complicado do que pensava. Não sabia da existência deste lago, nem onde ele se encontrava. Só uma pessoa mais velha poderia saber sobre algum lugar parecido. Minha bisavó! Ela poderia saber, já que, em toda a sua adolescência, sempre saiu para todos os lugares possíveis, viajou muito. Conhece toda a cidade como a palma de sua mão, até hoje. Ela com certeza deve saber de algo, apenas preciso tentar saber descrever como era o local em que essa minha "miragem" ocorreu. Pensei em desenhar algo rápido, mas, primeiro, precisava sair deste banheiro.
Não se passara tanto tempo desde que entrei, mas na minha cabeça, horas estavam se passando rápido. Destranquei a porta e vi os dois sentados no sofá quando entrei na sala. Me olharam, felizes de me verem bem. (Ou pelo menos achavam que eu estivesse bem).
- Você está melhor, meu bem? - Ela pergunta, preocupada.
- Sim, estou! Apenas o banheiro foi o bastante para eliminar minha dor, tô muito melhor agora. - Respondo, fingindo todo o alívio em minha frase. - Eu quero te mostrar um desenho, "bisa".
- Pode me mostrar, querido. Estou louca para ver o que meu menino talentoso tem pra me mostrar desta vez. - Ansiosa, faz gestos com as mãos.
- Vou desenhar para você, agora mesmo! Não vai demorar muito, no máximo trinta minutos. Onde estão seus materiais de pintura e desenho, vovô? - Trago a conversa ao mais velho, por conta de meus interesses.
- Estão no nosso quarto, pode ir lá pegar. Também já quero saber o que quer fazer para nós. Teremos que adivinhar o que é? - Olha para mim.
A princípio, aquela não era a minha ideia, mas essa era mais genial ainda! Fazer eles adivinharem seria uma boa forma de saber que lugar era aquele, sem deixar suspeitas.
- Exato! O desenho é surpresa, então eu vou desenhar no quarto e já volto. Não saiam daí, sério mesmo. - Os aviso. - Até daqui a pouco.
Corri até o quarto então, preparando tudo o que precisava para ser o mais rápido possível ao desenhar da melhor forma que podia para que eles pudessem reconhecer mais fácil.
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Após terminar, pego o meu resultado nas mãos e examino. Estava melhor do que eu imaginava que ficaria, então deve estar bom! Demorei cerca de 26 minutos para completá-lo, então não era um dos meus melhores, mas eu tentei dar vida à ele. Pisei na sala novamente, eles continuavam em suas mesmas posições, ainda bem! Segurei o papel de uma maneira que eles não pudessem ver, não ainda. Após o suspense feito, virei-o para eles, que desmancharam o sorriso fofo de seus rostos e fizeram uma cara de espanto.
- Espera aí... Como você sabe da existência desse lugar?
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929; jjk+pjm
FanfictionO ano era 1901 e Jeon Jungkook estava com os seus nervos a flor da pele. Estava apto a receber pretendentes, quaisquer que fossem eles. Mesmo sendo criado em uma época completamente sombria, a qual nunca apoiaria a homossexualidade, não via problema...