Jeon JungkookAcho que agora tudo relacionado a essa praça estava terminado. Deveria haver outro lugar onde eu poderia achar mais memórias que clareassem a minha mente de uma forma melhor, mas eu só preciso achá-lo. Talvez algum lugar que eu tenha muita conexão ou algo assim? Não sei direito, mas quero achar mais respostas, pois sei que as poucas que tenho não são o suficiente para responderem o tanto de perguntas que minha mente me cutuca diariamente para ir atrás. Mas não conheço nenhum lugar que eu estou conectado, não além de minha antiga casa, que fiquei com aqueles que me cuidaram por anos. Não sei se ela ainda estava por aqui, nem lembro mais o endereço mas devia ser um pouco mais longe. A cidade não era muito grande, a maioria das pessoas moravam nas áreas rurais e apenas as mais ricas viviam em certas áreas urbanizadas, então é possível que o imóvel velho ainda esteja aqui, já que é difícil alguém se mudar para cá. É mais fácil que ele esteja mofando por aí. Como ainda não tínhamos dinheiro quando eu morava lá antigamente, era num lugar isolado, como uma fazenda, só que não no tamanho de uma. Apenas um local feito de madeira, sem muitos detalhes, porém lindo, em sua própria maneira. Lembro-me que os pequenos detalhes que faziam-a bonita vinham da natureza, e eram eles os pássaros e também as espécies diversas de árvores que estavam plantadas no quintal.
Comecei então a andar, agora sem prestar muita atenção nas pessoas ao redor, apenas positivamente esperando pelo melhor. Não estava acostumado com tudo, mas estava tentando melhorar e tentar pelo menos não ficar tão surpreso e focar mais em entender o significado que tudo isso pode ter por trás. Lembro-me então que havia uma trilha até o local, passando pelo meio de uma parte de uma espécie de floresta pequena. Perigoso? Um pouco, por conta dos animais, mas era a única opção. Até quando eu era apenas uma criança sempre tive medo de sair por aqui, já que não tenho conhecimento nenhum sobre como deter uma cobra, por exemplo. Logo, se alguma aparecer, estou no chão e entrego minha vida a ela. Tempo passado após caminhar, estava no começo da trilha. Um portão enferrujado era o que me esperava logo na entrada. Tomei cuidado para não me machucar e então passei por ele. Olhei para o lado e não havia nada além de muito mato e terra, a extensão disso era inexplicável, um terreno grande para uma casa tão pequena e simples. Não entenderia nunca isso, desnecessário. A areia tenta de forma falha ao tentar entrar em meus sapatos e sai completamente quando eu chacoalho os pés e continuo a caminhar. A brisa era forte e estava levando os campos de um lado para o outro, com as folhas das árvores balançando, tal qual como a grama do chão. Após uma mecha de meu cabelo cair em meus olhos, balanço a cabeça para os lados até que saísse. Demorou um pouco, mas pouco tempo depois já estava de volta a caminhar normalmente.
Flores coloridas me acompanhavam e eu apenas sentia os odores diferenciados. Alguns deles eram familiares e me lembravam muitas coisas do que vivi, além de apenas tristeza. Houve poucos, mas os meus momentos felizes pareciam estar bem guardados aqui. Assim como as flores pareciam trazer propositalmente os cheiros até meu nariz, eu me lembrava das coisas passo a passo. A parte da trilha que eu mais tinha medo, por conta de um espantalho estar posto ali, apenas para espantar a quantidade grande de pássaros que entrava em casa, para comer certa coisas. Chamaria eles de abusados, com certeza, mas estávamos roubando seu habitat. Agora o homem feito de palha não estava mais ali e apenas a podre grande estaca que o mantia preso estava ali "em pé". Era triste ver isto, mas tinha que aceitar que era um período que estava longe agora. Uma coisa que já se passou há anos e não pode ser remoída, já que sofri muito nesses anos, de todos os lados. Dói meu coração apenas de lembrar as coisas que me fizeram vítima nestes anos. Acusações falsas de muitas coisas e também preconceito contra meu jeito de ser foram as piores delas. Porém isso não era tão importante agora, já que não estava aqui para pegar o baú e desenterrar os cadáveres que já deveriam estar à quinhentos palmos abaixo de mim e de minha vida. Rancor é uma coisa que eu não carrego e nunca estará em meu coração. Tudo o que aconteceu apenas foi o suficiente para que eu pudesse evoluir e pudesse acordar para a realidade que não podia ficar nesta mesma situação deles para sempre. Então, de certa forma, eu era grato a eles.
Cheguei finalmente na casa e então deixei tudo de ruim ali, na porta, quando finalmente pude colocar meu corpo para dentro, por completo. Olhei e tudo parecia ter sido completamente destruído. O tempo não tinha nenhum tipo de dó quando se tratava de levar as coisas que estão por aí, jogadas ao nada. Isso não era errado, afinal, isto era o passado e não carregava coisas tão boas assim, ainda mais esta energia. Minha respiração estava começando a acelerar quando eu lembrei das coisas que passei por aqui, mais uma vez, mas tentei manter a sanidade em controle, pelo menos até eu conseguir saber se eu teria alguma visão do passado, mais uma vez. Olhei para as empoeiradas janelas e nada delas me trazia alguma coisa a mente, por enquanto. Conforme entrei mais para os fundos, um barulho foi audível para mim, só não sabia o que era ainda. Me aproximei da porta feita de ferro que estava cheia de teias e vinhas e então abri-a. Ainda não estava vendo nada, mas teria de procurar pelo o que eu estava querendo achar. Tudo estava tão velho, mas ainda havia esperança. Um burburinho chegou até meus ouvidos e então um grito vindo da trilha veio até mim.
— Jungkook-ah, me ajude! — Era a voz do tal garotinho.
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929; jjk+pjm
FanfictionO ano era 1901 e Jeon Jungkook estava com os seus nervos a flor da pele. Estava apto a receber pretendentes, quaisquer que fossem eles. Mesmo sendo criado em uma época completamente sombria, a qual nunca apoiaria a homossexualidade, não via problema...