Jeon JungkookEu precisava voltar para aquela praça agora. Precisava pensar em mais alguma coisa que pudesse fazer sentido em meio a tanta confusão que estava acontecendo em minha cabeça neste momento. Não queria ir para lá, era o último lugar que eu pensaria querer voltar, porém foi lá onde eu encontrei as duas crianças, logo, se eu voltar, posso ter visões novamente. Não se onde elas vêm, porém elas têm que ir embora agora, só preciso resolver esse mistério. Era uma coisa desconhecida, mas não seria mais se eu tentasse descobrir. Talvez estas memórias perdidas apenas queiram que eu as siga e saiba o que elas querem falar. Dei meia volta e lá no portão da praça me encontrava novamente. Olhares estranhos eram virados até mim, talvez estavam achando estranho o motivo de eu voltar até aqui com tanta rapidez. Não ligarei para eles, não importa mais agora. Essas pessoas são a última coisa que devo realmente me importar, eles não sabem nem metade do que vivo ou do que estou passando, então não podem falar nada. Tudo estava do mesmo jeito, nada parecia anormal até o momento, não agora que eu estava procurando por estas coisas. Porém tudo mudou quando olhei para uma velha árvore, que continha algo escrito. Não estava aqui quando cheguei pela primeira.
No tronco, estava desenhado um coração com dois nomes: Jiminnie e Jk. Me assustei, mas dessa vez não iria correr. Cheguei mais perto e então pude sentir um arrepio e não sabia se deveria prosseguir. Queria muito descobrir o que havia por trás daquilo, mas não sabia quais seriam as consequências. Parece algo que pode ser muito importante, porém não tenho certeza. Dane-se! Cheguei mais perto ainda e então fechei os olhos. Quando abri, vi as duas crianças desenhando a coisa na árvore. Elas pareciam muito felizes, era uma coisa pura e inocente, algo que faria alguém muito sensível chorar. E esse alguém era eu. Talvez seja mais por conta de uma crianças ser eu mesmo, ou não. Talvez seja isto mesmo, eu espero, pelo menos. Não sei se a história de alguém me atingiria tanto assim.
— Pronto, fiz o coração, Ji.— Eu chamava-o por seu apelido.
— Agora faltam os nomes... — Ele solta uma voz pequena no ar.
— Mas... Nós somos namorados? — A criança representada por mim, pergunta, surpresa.
— Shh, Kookie. Ninguém precisa saber, quase ninguém vem até aqui. — A criança que eu não conseguia ver o rosto direito ainda, pegou o pequeno objeto afiado e então desenhou seu nome e minhas iniciais. — Pronto.
Os dois se olharam envergonhados e logo mais uma das memórias perdidas acabaram. Eu mal sabia o que falar. Quando olhei ao redor, ainda estava sozinho na praça. Ainda bem que ninguém vira que estava de frente para uma árvore, chorando. O hospício me buscaria na hora, do jeito que bem os conheço. Mas aquele desenho ainda continuava no tronco da árvore, não sabia se agora ficaria ali permanentemente ou não, ou se era somente eu quem estava vendo-o. Precisava de alguém para me confirmar isso, mas e se a pessoa não estiver vendo? O que irá pensar de mim? Posso inventar uma desculpa, mas ainda ficará um clima estranho daqueles tipo "este cara é maluco". Melhor não perguntar nada, mesmo. Prefiro deixar tudo como está, tudo ótimo por enquanto. Quero dizer, ótimo não está, porém não chegou o momento ainda de dizer "preciso de ajuda". E provavelmente nunca chegará, já que eu não quero ninguém para se intrometer em minha vida e fazer mais perguntas do que as comuns que eu geralmente me pergunto todos os dias. Seria apenas mais problemas para meu cérebro processar e eu não quero arrumar nenhum tipo de estresse para a minha vida.
Lá estava eu de novo naquele mesmo banco, tentando me auto consolar com pensamentos vazios. Era o que eu mais fazia, quase como um passatempo. Batia de leve em minha cabeça, na tentativa de fazê-la pensar melhor, mas isso só me trazia dor e nada de especial. Eu precisava de um estímulo para poder continuar a minha vida de uma forma normal, mas isso me atrapalhava completamente, pois era como uma vida que eu nunca vivi, mas que, de alguma forma, desejaria ter vivido. Se eu tivesse alguém como esse garoto em minha infância, várias coisas teriam sido evitadas e eu não sei se isso me conforta ou me machuca. Talvez apenas me machuque, mas uma parte me conforta. Não sei exatamente o que seria de diferente, mas poderia haver coisas ruins de formas diferentes ou até piores nessa realidade, então não tenho tanta certeza se gostaria de viver nesta realidade alternativa que estou vendo agora através dessas lembranças, mas só queria que esse garoto tivesse existido em minha infância, nesta realidade. Muita coisa teria mudado para melhor se alguém tivesse segurado minha mão quando estava na beira do precipício. Mas tive que aprender a me salvar enquanto isso, então não foi de todo ruim.
Saber que está sozinho as vezes não é ruim, a única coisa que é ruim é você ter que viver com o fato de que você irá demorar para se acostumar com alguém ao seu lado e também irá se sentir carente uma boa parte de seu tempo. Todos precisam ser amados, mas, sim você pode viver muito bem sozinho, só que isso irá possuir consequências em sua vida, assim como todas as coisas que você escolhe e faz têm. Minha vida não foi uma das melhores por conta disso, e até hoje me sinto muito sozinho por conta de todos ao meu redor nunca serem presentes. Não é totalmente culpa deles também, aliás, eu era alguém extremamente insuportável e ruim de se lidar, porém eles poderiam ter mais paciência comigo, acho que somente isso teria feito-me evoluir grandemente, principalmente mentalmente. A realidade dói, aceitá-la mais ainda. Mas um dia você se acostuma. De tanto insistir em erros, caí e aprendi a não errar mais novamente naquela coisa. Ser teimoso não é bom, também, mais um para as listas de meus defeitos. Você tende a sempre errar e achar que tudo irá dar certo um dia, e erra de novo achando que se tentar mais uma vez, tudo irá bem.
Eu só tenho saudade de um tempo que nunca vivi.
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929; jjk+pjm
FanfictionO ano era 1901 e Jeon Jungkook estava com os seus nervos a flor da pele. Estava apto a receber pretendentes, quaisquer que fossem eles. Mesmo sendo criado em uma época completamente sombria, a qual nunca apoiaria a homossexualidade, não via problema...