Esse capítulo reflete o pensamento da elite da época.
Recife, 02 de outubro de 1985, Hospital Jayme da Fonte.
Severino estava preparado para tudo, desde mandar a criança para adoção, apenas em países capitalistas, a cria-la em um ponto isolado do Brasil; Glaura estava na capela rezando para que a filha se salvasse.
Quando trouxeram Maria Elsa para o quarto, seu pai perguntava: Qual era o gênero da criança?
— É uma menina. Responde a enfermeira.
— Olha como parece Maria Elsa, não tem nada daquele comunista. Diz Glaura olhando a criança.
— É filha dele, é comunista também. Responde o esposo.
— O que vai acontecer com ela?
— Vai para adoção.
— Mas, Maria Elsa não vai querer...
— Não é ela que decide.
— Severino...
— Essa criança é filha do mal, sementinha do mal.
A enfermeira traz a criança para Maria Elsa que estava na companhia de Glaura, a jovem mãe estava toda costurada da cesariana, ela abriu um sorriso quando viu a filha.
— Olha mãe, como ela é linda.
— Muito. Diz Glaura emocionada.
Severino chega acompanhado pela assistente social e um segurança, ela uma idosa com mais de 60 anos e de aparência repugnante, o guarda era mais um roupeiro quatro portas que havia malhando o corpo, porém esqueceu de malhar o cérebro.
— Pegue a criança! Ordena ele.
— Sai daqui! Vocês não vão levar a minha filha! Grita Maria Elsa em desespero.
— Segura ela, Glaura. Ordena ele para a esposa.
— Mãe, você está concordando com isso?
— Desculpa filha.
A assistente social pega a criança e a leva embora junto com o guarda, enquanto Glaura chorando segura a filha.
— Vocês são uns usineiros de merda! Grita Maria Elsa cheia de ódio.
— Você vai ter outros filhos. Diz Glura limpando as lagrimas.
— Cadê o Segismundo, mãe?!
— Eu não sei, mas quando você voltar pra Vitória, vai casar com Josefo e vai ter filhos.
— O que vocês fizeram comigo? Pergunta ela desorientada.
— Fizemos o que deveria ter sido feito, antes disso acontecer. Responde o pai.
— Vai embora! Grita Maria Elsa.
Dois dias depois no dia 04 de outubro, Maria Elsa saiu do hospital abatida e triste, não sabia o que havia acontecido com a filha e nem com Segismundo.
Matriz de Vitória de Santo Antão, dia 15 de novembro de 1985.
Uma noiva ainda abatida caminhava até Josefo ao som de uma música de um tradicional cantor Brasileiro, em um casamento onde os povos da elite do açúcar se empanturravam, enquanto os trabalhadores cortavam cana por um prato de comida.
Com um perfeito arranjo político acabaram-se os problemas de Severino Acioly, no fim da festa de casamento, Maria Elsa e Josefo estavam se mudando para Petrolina.
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As Eras do amor.
FanfictionNa cidade de Vitória de Santo Antão, Maria Elsa, filha de um latifundiário se envolve com Segismundo Oliveira membro do MST, dessa relação nasce uma criança dada para adoção. Em um conchavo político Severino Acyoli casa sua filha com Josefo Carvajal...