Sangue escolar

Capítulo 9: Faísca de esperança.

  Você já sentiu na pele o que é estar prestes a morrer? Provável que não, mas era exatamente assim que Arrays se sentiu por um breve momento, sua mente já vagava pelo limbo, porém, como espadachim maneiro que parecia um anjo vindo do céu cortou a cabeça do homem quem estava para finalizar a vida da pobre estudante a mente de Arrays retorna a realidade e avista o teto caindo aos poucos e o salvador da pátria fazendo uma pose maneira com a cabeça do assassino no chão. Ele vestia um traje que com certeza foi pego na sessão de teatro da escola mas com uma espada tipo katana de verdade e bem afiada.
  Arrays respira fundo, não diz nada, apenas observa, os seus amigos faziam o mesmo.

- Olá, jovens estudantes, cheguei bem a tempo.- ele embainha a espada. - A partir de agora vocês tem alguma chance de sobreviver, preciso que vocês cheguem até o 5º andar, quando chegarem lá saberão o que devem fazer. É isso por hora, os vejo futuramente se ainda estiverem vivo e espero que estejam.

  Uma batida se ouve vinda de trás deles e o espadachim aproveita para sumir sem deixar rastros e sem fazer barulho.

- Ele salvou a minha vida e eu não tive a chance agradecer...

- Gente, se precisamos chegar no 5º andar devemos saber como sobreviver até lá, por isso, eu vou me separar de vocês e encontrá-los quando tiver mais informações, eu me viro.

- aí mano faz isso ano vei na moral, tu a recém chegou aqui com nois e é perigoso fica aí sozinho tá ligado? - Murray fala de forma que parecia estar bem decepcionado.

- Eu vou voltar e ajudar vocês, mas precisamos fazer isso, como diz aquele ditado: sem sacrifício não há vitória.

- Cara toma cuidado, por favor, precisamos que você fique vivo.- Grey murmura.

Arrays esta paralisada e não diz nada, Verônica apenas observa.

- Adeus pessoal, se cuidem.- James fala enquanto chora e sai correndo pelos corredores.

  Tudo ocorria muito rápido, sem muito tempo de pensar, a situação pressionava demais impedindo que houvesse muito raciocínio.
Enquanto isso em algum lugar da escola....

- Você está me dizendo que não trouxe nenhum dos quatro ainda? Eu preciso deles o mais rápido possível. Eu só não mato você porque precisamos dos seus serviços, sua bruxa imprestável.

- Me perdoe senhor, por favor, eles fugiram agora mas prometo que trarei eles da próxima.

- E vê se não morre igual ao irmão do Sr.M, acabou de ser morto decapitado na frente dos quatro. Eles já devem ter começado a caçada para nós encontrar, precisamos agir rápido...

  Voltando lá para o pessoal, eles ainda estavam parados no mesmo lugar sem dizer mais nada, apenas tentando achar algum tipo de lógica em tudo que estava acontecendo. Verônica olha no relógio e vê que já se passaram por volta de 1 hora e meia desde que tudo começou e só agora se lembrou que podia tentar usar o celular para tentar ligar para alguém ou qualquer coisa do tipo, então pegando o celular de dentro da mochila, não tem sinal de internet e nem pra fazer alguma ligação. Eles estavam completamente desconectados do mundo exterior.

- Antes de tentarmos seguir para o 5º andar, vamos até a cozinha tentar achar algo para se defender, senão é impossível ir até lá.-  diz Arrays.

  Todos apenas concordam e começam a caminhar novamente desviando dos dois cadáveres que estavam no chão. Eles estavam quase chegando na cozinha, só faltava passar as salas e cruzar o refeitório. Estavam em um trajeto que parecia sem fim e sem esperança de ser concluído, tudo era duvidoso.
  Seguindo em frente quase cruzando a área das salas de aula, se pode ver luzes de vela na porta de entrada do refeitório porém no fim do corredor estava tinha um véu preto cobrindo a saída, mas era fácil de se rasgar.

- Eu gente, será mesmo que vale a pena passar por esse pano preto?- indaga Verônica.

- Nós precisamos, e além disso, só podemos subir através das escadas já que sem energia o elevador não funciona e as escadas estão passando o refeitório. - explica Arrays de forma calma.

  Por mais que tudo isso estivesse acontecendo, como eu já disse, Arrays era peculiar e diferente dos outros porque sabia se controlar e se manter com postura diante as situações, e sua inteligência sempre foi ótima, graças a ela os outros tem alguma chance a mais de se saírem bem no show dos horrores.

- Aí cara, tá com cara de mais um daqueles ritual seis tão ligado? Ninguém aki usava vela não tiw.

- Por mim a gente rasga isso aí e sai correndo, pega o que precisa e faz o que o cara maneiro disse.- Como sempre, Grey expõe suas ideias sem pensar direito.

- O Grey não deixa de estar certo, mas precisamos ter cuidado e calma, estamos em um momento muito complicado pra agirmos sem pensar.

- Isso é verdade, a Arrays tem toda a razão, precisamos pensar se quisermos sair vivos ou morrer tentando. - Verônica fala botando a mão sombre o ombro de Arrays.

  Se aproximando do manto preto que cobria o fim do corredor, os quatro fazem força e conseguem rasgar num tamanho que desse para todos passarem, e pronto, estavam as beiras da cozinha. Como Murray havia falado, era mais um ritual, mas esse parecia ser mais sério do que os outros, a vítima foi uma das cozinheiras da escola e ela estava pendurada na parede a esquerda com um um círculo grande feito com sangue e um pentagrama invertido desenhado no meio, a parada parecia ser bem séria, e como nas outras vezes havia símbolos em volta do círculo e uma foice desenhada na testa, contudo, o corpo foi aberto na parte onde fica o rim direito que o que tudo indicava foi arrancado, isso é bem diferente do outros.

- Não gritem, por favor. - disse Arrays com um tom de voz forte.

  Abrindo as portas do refeitório e logo em seguida entrando com cautela e olhares de observação pra todos os lados eles avistam de longe a estreita porta da cozinha da escola mas que parecia já ter sido invadida. Segundo a mulher que se chama Sombra, 500 outras pessoas estavam na escola mas depois de todo esse tempo já devem ter sido mortas muitas delas e alguma ou algumas devem ter tido a mesma ideia e entrando na cozinha. Andando em direção a porta, eles olham para todos os lados prestando atenção em cada detalhe do cenário pois um único descuido era morte na certa.
   Chegando no objetivo que parecia brilhar os olhos, adentram a cozinha que era bem grande e bastante armários, gavetas, pratos e todas as outras coisas normais que um lugar assim teria, mas infelizmente tudo estava normal demais, não é? Quando estavam procurando o necessário num breu gigante eles ouvem a porta se fechando e uma voz familiar que começa a dizer:

- Finalmente achei vocês de novo, dessa vez não tem como fugir de mim.