30 de Agosto de 2004

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Querido amigo,

Estou tomando seu tempo? espero que não.

Passei algum tempo sem escrever não foi? Eu sei,Mas não havia nada incrivel acontecendo,tudo no meu normal, e antes que diga algo o meu normal não é bom, As vezes eu lembro,e ainda dói, cada palavra,cada ação e gesto dele continua me matando aos poucos. Como pode ser tão dificil apagar o passado? como pode ser tão viva uma lembrança tão antiga? Continuo sozinha e sei que isso não é bom. Talvez eu devesse te contar tudo,todas as lembranças e pesadelos, Mas por outro lado é melhor esperar um pouco. Quem sabe você  se afasta como todos fizeram? Eles nunca perceberam que eu nunca fiz nada com ninguém.

Durante os anos eu aprendi que quem menos fala, é quem mais quer falar, Estou dentro desse caso.

A casa vazia como sempre,O silencio de sempre,Eu aqui como sempre. Talvez devesse sair,viajar,conhecer o mundo, Não há nada a peder,Mas também não há nada ase ganhar se eu for,só vou continuar dependendo do talvez.

Não tenho mais ninguém; é ridiculo dizer isso? eu acho que sim. Mas comecei a ler outro livro,outro romance "Um dia de David Nicholls" Estou fantasiando minha vida,lendo,chorando e lamentando. Toda noite eu durmo abraçada numa garrafa de vodca,e hoje não vai ser diferente,ouvindo Evanescence bem baixo num Ipod velho, Talvez eu melhore.

Me desculpe por te dizer tudo isso,você não deveria gastar o seu tempo comigo. Pra ser sincera tenho medo que você nunca nem tenha lido minhas cartas.

Com amor,

M.A.A

Cartas Sem RemetenteOnde histórias criam vida. Descubra agora