25 De Dezembro de 2004

69 13 10
                                    

Querido amigo,

É natal, e eu conto com um Alexandre enrolado na minha cama com as minhas cobertas, apenas com uma cueca preta, seus músculos estão relaxados, suas costas estão a mostra assim como o seu definido abdominal, sua respiração quente foi a unica coisa que realmente me aqueceu a noite inteira, seu cabelo loiro e comprido, mais bagunçado que o normal sobre um dos meus travesseiros.

Ele foi meu presente de natal.

Deve obviamente estar se perguntando o que aconteceu, para eu estar com um Alexandre semi nu na minha cama, e estar dizendo que ele foi o meu presente de natal, mas antes de tudo eu quero dizer que a noite passada foi a mais louca da minha vida, e a mais selvagem também.

Nos últimos 23 dias, as coisas mudaram tanto, que não tive se quer tempo para lhe escrever, perdão, mas pretendo lhe recompensar, contando-lhe tudo agora, nessa carta.

Algumas semanas atrás, eu recebi as cartas das universidades, a universidade de Yale, de Michegan a universidade Columbia, a universidade de Duke, Stanford e Berkeley me aceitaram, apenas a Stanford me rejeitou, e fiquei claramente feliz que isso aconteceu, por que vou para Berkely daqui umas semanas, e vou abandonar tudo o que jamais deveria ter sido parte da minha vida.

Alexandre algumas semanas atrás também, terminou com a namorada loira dele, em publico, perto do banco aonde eu leio, eu estava lá, e ele olhou pra mim, e sorriu.

Depois disso, anunciaram a data da nossa formatura, e o baile, que vai ocorrer daqui a 4 meses, alguns dias depois da nossa formatura, mas algo que me impressionou, foi eu ter recebido varios convites para o baile, de caras que nunca nem conversaram comigo, alguns bonitos, outros cheios de acnes, foram uns 14 convites desde que anunciaram o baile, com tamanha antecedência.

A maioria das meninas da minha turma, estão loucas, eu tenho 19 por que reprovei um ano, e não me sinto tão propícia a isso.

Mas Alexandre ontem, bateu na minha porta, na véspera de natal, enquanto eu assistia M*A*S*H enrolada em 3 cobertores no meu sofá.

Eu me levantei emburrada abandonado meus cobertores no sofá, e abri a porta, fazendo meu corpo estremecer pelo vento frio, e me assustar pela visão de um Alexandre tremendo na minha varanda. Antes eu pudesse falar algo a ele, ou ele me falar algo, seus braços fortes me agarraram e ele me beijou delicadamente, seus lábios gelados, de encontro com os meus quentes, com gosto de café.

Nós entramos na casa, sem parar o beijo, que em nenhum segundo deixou de ser doce e cheio de desejo, ele me encostou na parede ofegante como eu, seus dois braços me impedindo de sair dali, seu corpo a milímetros do meu.

-Aonde estão seus pais?- ele me perguntou em um sussurro enquanto eu beijava seu pescoço, paralisei, me senti impotente, fraca.

-É complicado- respondi

-São separados?

-Mortos- ele me encarou, com olhos assustados

-Você é órfã?

-Sou, moro sozinha

Ele deu de ombros, um pouco assustado ainda, mas como se quisesse deixar o assunto pra lá, deu um sorriso de canto pra mim e voltou a me beijar, meus pés se entrelaçaram nas costas deles, eu estava ali, no colo dele, o beijando loucamente.

-Facilita as coisas, só nós aqui- ele comentou no meio do beijo

Eu estava com uma ponta de medo no inicio, por que ainda me lembrava do meu pai me escorando na parede daquela mesma forma, mas ele não estava ali, e eu amava Alexandre, e estava beijando a ele, não ao meu pai, não estava sendo obrigada, eu estava gostando, e como estava. Ele subiu as escadas comigo, aonde eu indiquei meu quarto, ele se sentou na minha cama, comigo no colo, levantou meu suéter vermelho e minha camiseta regata que estava por baixo, alisou minhas curvas, beijou meu pescoço, e colocou as mãos na borda do sutiã, me olhou pedindo aprovação e eu o dei, antes dele abrir o fecho do sutiã preto, nós nos encaramos, alucinados, por uma paixão, por desejo por vontades que eu nunca tinha sentido.

-Eu te amo, de verdade, eu te amo mais que tudo, mais que eu, mais do que eu nunca imaginei amar alguém, amo você, e andei 34 quadras no frio, na véspera de natal, até te chegar aqui, pra te falar isso, eu te amo.

Enquanto as palavras iam saindo a boca dele, meu coração pulsava cada vez mais rápido, mais intenso, ele não olhou, em todo o momento para outro lugar que não fosse os meus olhos.

-Eu também te amo Alexandre Daphné Lamartine del Santa.

Ele sorriu, e de uma maneira educada me penetrou, se moveu em mim, de uma maneira doce me beijou.

Foi uma noite feliz, e meu presente na manhã de natal é a visão do garoto francês que eu amo e que sei que também me ama.

Com amor,

M.A.A




Cartas Sem RemetenteOnde histórias criam vida. Descubra agora