02 de Marçode 2005

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Querido amigo,

Charlotte tem um Oldsmobile starfire conversível vermelho, e quando fomos ao bar naquela noite bebemos muito, subimos nas mesas e dançamos, e depois entramos no conversível e fomos bêbadas quase batendo o carro nos postes até a casa de América, e no telhado dela, eu tentei contar as estrelas, que naquela noite iluminavam o céu tanto quanto a lua, depois disso eu só lembro de muitas risadas e de acordar na grama do quintal dela com dor de cabeça,  vomito e náusea.
Um dia desses eu sai com Alexandre, tomamos milk shake e conversamos enquanto riamos e olhávamos as pessoas passarem por nós, algumas com pressa outras distraídas, nossas mãos estavam dadas enquanto caminhávamos com calma por um parque ali perto, ele me levou nas costas até o carrossel que tinha no parque e me beijou carinhosamente enquanto girávamos sem parar naquela estupidez.
Parecia que o tempo tinha parado, parecia que tudo estava perfeito e que tínhamos tudo ali, bem aonde estávamos, dividindo um sentimento alucinante.
Nesse dia eu não tinha mais a certeza de nada, só de que amar era estranho, parecia uma dadinho, várias faces, e precisamos apreciar o quanto podemos quando estamos nessa face do amor, por que é muito rápido quando ele vira para a duvida, confusão,  desentendimento... talvez seja por isso que dizem que o amor é um jogo.
Não sei, mas sinto que aquele foi um dos dias mais lindos da minha vida, não pelo o que eu fiz, mas por quem eu estava nele, alguém que me fazia feliz, e eu espero que eu tenha mais tempo para estar com ele.
O dia acabou, mas o sentimento que eu nutro por ele não.

E na despedida, nós sorrimos e nos beijamos, e eu esperei na varanda, ver ele virar a esquina com passos tranquilos e de alguma forma transmitindo felicidade.

E eu também sentia isso.

Com amor,

M.A.A


Cartas Sem RemetenteOnde histórias criam vida. Descubra agora