capítulo 16. (parte 2)

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Mon cœur se serre, j'ai du feu dans la voix, le plus souvent, c'est quand je pense à toi - FEVER, DUA LIPA, ANGÈLE

A N Y

Los Angeles, CA, 04:20am

O elevador se fecha e agora estamos sozinhos ou quase sozinhos, ainda tem Cooper andando alheio pela casa.

Tiro o sapatos na entrada e Josh faz o mesmo, coloco a bolsa no aparador e constato que deixei minhas orquídeas morrerem, faço uma nota mental para trocá-las amanhã e me sinto péssima por isso, mas lembro de ter implorado para Krystian cuidar delas na minha ausência, o que eu deveria saber que seria o mesmo que não pedir, sendo assim nem planejo confrontá-lo sobre isso depois. Então me dou conta que estou pensando demasiadamente sobre flores quando tem algo maior acontecendo, algo como eu ter convidado meu ex para o meu apartamento às quatro da manhã.

Novamente eu sendo impulsiva e me arrependendo logo em seguida, ao menos eu deveria estar arrependida, o que não estou. Na pior das hipóteses, é ele quem retoma a razão e pede para irmos devagar e fazer tudo certo certo dessa vez. Internamente estou implorando para que ele não faça isso.

—  Revista legal. — Josh diz de repente, capturando minha atenção e apontando para edição que Miles Hendrix estava na capa, apenas de cueca.

—  Isso não é meu.

Sério, Any? Por que você ainda não jogou isso fora?

— Você deveria ter pedido para ele autografar. — Ele ironiza, folheando algumas páginas sem interesse, apenas para me infernizar.

—  Vou tentar lembrar da próxima vez.

Os olhos azuis me escrutinam dos pés à cabeça, duvidando do que acabei de falar e destruindo minha postura descontraída. Beauchamp se desfaz da revista a jogando de qualquer jeito na mesinha de centro, mas continua me encarando.

— A julgar pela forma que você fugia dele no set, duvido muito que queira uma "próxima vez".

Não tinha graça ele saber disso. Eu era uma péssima atriz, como ainda me diziam o contrário?

—  Você gosta de me observar não é?

—  Sim. — Ele respondeu simplesmente. — As vezes eu fazia isso sem nem perceber.

Josh não é sempre direto, mas estamos sendo honestos agora, porque talvez mais tarde não tenhamos mais nada o que esconder. Continuávamos prolongado a noite, embora já estivesse prestes a amanhecer. Não queria que aquele momento escapasse de nós.

—  Foi difícil? — Pergunto repentinamente, enquanto ele me analisa com atenção. — Fingir que havia me superado? — Arqueio as sobrancelhas em sua direção.

Se é isso que estamos fazendo, me certifico de que toda aquela tortura que eu passei quando ainda estávamos distantes não passou de um jogo. Um bem ruim por sinal, porque eu joguei muito mal. Na primeira oportunidade estava na sua frente entregando todas as minhas cartas.

— Um dos papéis mais difíceis da minha carreira eu diria, me fez duvidar da minha capacidade de atuação. E você como sempre, me colocando à prova.

Aquele olhar, tão intenso e físico, parecia me foder mentalmente. Eu só queria confrontá-lo e no final das contas, os dois eram péssimos atores.

Josh não tem mais aquele receio ao se aproximar de mim, ele faz isso com naturalidade, como se não tivesse mais o que temer e de fato não tem, estou completamente entregue. Quando ele me puxa pelo braço me fazendo esbarrar em seu peitoral, rapidamente sinto seu perfume, cítrico e delicioso, tenho vontade de afundar meu rosto na curvatura do seu pescoço mas ao invés disso encaro suas íris azuis.

Behind The Scenes | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora