capítulo 7.

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The truth always comes out, in the silence, it rings loud, where there's smoke there's a fire - LIAR, NOAH CYRUS


A N Y


Los Angeles, CA, 03:01am

Eu estava entorpecida pela dor e não sabia de onde ela vinha, mas algo lá dentro me dizia que era o fim da linha. Pior do que isso, eu havia acabado de ser empurrada de um penhasco em que me coloquei e estava caindo e caindo. É difícil encontrar palavras para descrever os minutos em que meus olhos corriam pela timeline do twitter, eu prendi a respiração durante todo esse tempo e agora não sabia como voltar. Era só uma pequena parcela do que realmente estava acontecendo e eu não podia fazer nada além de socar o chão e me perder entre soluços.

— Any! — A voz de Victoria não era nada mais que um sussurro em algum lugar distante, mas ela estava do meu lado, chegara a pouco tempo, agitada como uma tempestade enquanto presenciava a cena humilhante em que eu me encontrava. Em um canto do closet chorando como uma criança assustada. — Any, eu sinto muito, eu...a gente vai consertar isso, vamos encontrar um jeito.

Quando a única pessoa que sabe usar todas as palavras certas, fica literalmente sem saber o que dizer, é um péssimo sinal, mas a sua preocupação não era de fato comigo, era com a minha imagem e os danos causados.

— A gente pode reverter essa situação — Tentou. — Estão todos esperando o seu pronunciamento, talvez se a gente usar isso...

— Você está se ouvindo? Pode tentar ser um pouco mais humana? — Digo com a voz esganiçada.

Ela se retraí encolhendo os ombros, perdida em sua própria reação, anda em círculos curtos e faz uma breve menção de vir até mim, mas desiste. 

— Desculpa, você está certa...eu só, caramba Any, eu não esperava isso agora. Eu sei que não é o momento certo, mas tenho que ser profissional, é o meu trabalho e ainda sim, estou completamente assustada com tudo o que li.

Victoria tirou os óculos de grau e respirou fundo, ela venho até aqui de pijama com apenas um casaco bege disfarçando o look inusitado. Tento imaginar o que ela pensou de mim quando leu tudo aquilo, se foi fácil acreditar ou se permaneceu incrédula, não, eu preferia não saber.

— Você pode ir embora, por favor? — Peço apoiando o queixo no joelho e sinto uma lágrima solitária descer mais rápido.

A mulher parece lidar com seus próprios dilemas antes de me responder. Ela olha a bagunça ao redor assustada com o que fiz ali. As roupas no chão, misturadas com pequenos estilhaços de vidro que se partiram quando joguei o celular contra o espelho.

É feio e doloroso, ninguém sabe, todo mundo sabe.

— Tudo bem, mas você quer que eu ligue para alguém? Um amigo? A sua mãe? Cadê o Krystian?

— Minha mãe? — A risada amarga que escapou do fundo da minha garganta ecoou pelo cômodo, mas não tinha nada engraçado. O que ela poderia dizer? Que estava certa esse tempo todo, que não estava surpresa com a minha capacidade de arruinar tudo? — Apenas vai embora. — Imploro pela última vez.

Mesmo relutante com ideia de me deixar sozinha naquele estado, Victoria tirou uma cartela de calmantes do fundo da bolsa e colocou do meu lado.

— É só pra você conseguir dormir.

Não desvio o olhar da parede para os seus olhos penosos, permaneço quieta esperando ansiosamente pela hora que ela cruzará a porta e me deixará sozinha novamente, o que não demora para acontecer.

Behind The Scenes | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora