capítulo 14.

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"Now suddenly you're asking for it back, could you tell me, where'd you get the nerve? - TATE MCRAE"


A N Y

Los Angeles, CA, 9:30 am

Se eu focasse em Sabina eu até poderia esquecer os paparazzis de plantão do lado de fora, eles vinham me seguindo com mais frequência nos últimos dias, não era nenhuma surpresa, mas era sempre um jeito novo de me irritar. Eu fui ingênua ao pensar que indo em outra cafeteira dificultaria o trabalho deles, não fez nenhuma diferença atravessar Los Angeles inteira até Melrose, de alguma forma eles sempre estavam ali conseguindo meus piores ângulos e ganhando muito dinheiro com isso.

Nunca vou entender aquele interesse por fotos de uma pessoa comendo ou fazendo coisas normais, eu havia acabado de sair de uma aula de yoga, estava suada e usando roupas básicas, meu cabelo não estava em seu melhor dia, mas ninguém se importava se eu estava me sentindo desconfortável ou não.

É apenas parte de um todo que eu tenho que aceitar porque não há outro jeito, mas às vezes, especialmente quando tudo fica muito pesado, eu fecho os olhos e me imagino em New York, invisível, do mesmo jeito que cheguei, morando naquele quarto minúsculo que eu chamava de apartamento esperando algo grande acontecer e mudar minha vida, agora sinto falta de tudo, até mesmo de ficar deitada na cama barulhenta olhando para o teto mofado sem saber o que fazer com a minha vida, essa parte continua a mesma.

Encontro os olhos amendoados de Sabina me encarando de um jeito nada discreto.

— Eu sei que você está me julgando pelo meu pedido, por favor, pare.

— Não estou. — Ela desfaz o olhar analisador e mexe seu café com o canudo, fazendo um barulhinho agradável devido o atrito entre o gelo e o copo. — Talvez.

— Experimenta. — Empurrei a bebida em sua direção e ela recusou com uma careta exagerada.

— Não obrigada, flores são flores e não chá.

— Sabina! — Rolei os olhos rindo da sua expressão ofendida, ela é tão sistemática quando se trata de bebidas por se considerar experiente nisso, mesmo não sendo mais sua função.

— Você é estranha e hoje está mais estranha que o normal. — Confessa sem rodeios.

Hidalgo ainda está com as bochechas vermelhas devido o calor e os exercícios da aula que fizemos juntas, foi uma boa escapatória da minha rotina programada, mas não sei quando minha agenda vai permitir aquilo novamente. Eu apenas precisava gastar energia com algo que não fosse o trabalho ou os problemas que eu criava, mas infelizmente eu tinha uma tendência de voltar a pensar neles muito rápido.

— Por quê?

— Você acordou disposta e até mesmo sorriu mais de uma vez em menos de duas horas....— Pontuou. — Tem a ver com os rumores? — Ela arqueou as sobrancelhas.

— Rumores é a palavra que eu mais abomino. — Respondi.

— Mas você leu sobre eles, não leu?

Seria impossível não ler, estava literalmente em todos os lugares e é claro que recebi uma mensagem de Victoria perguntando se deveria fazer algo sobre, então mesmo se não fossem as revistas ou a TV, minha agente enviou um áudio de quase dois minuto explicando a situação.

— Não é problema meu.

Hidalgo prendeu o riso e balançou a cabeça, ignorei permanecendo séria, não era como se eu fosse admitir algo.

Behind The Scenes | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora