Capítulo 3- Anoitecer

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Estava tudo apagado, provavelmente Grose já tinha ido dormir. Tentei não fazer muito barulho, entrei no meu quarto de fininho e tranquei a porta.

Para minha desgraça dei de cara com aquele manequim nada assustador e soltei um grito fino e bem alto, pela altura do timbre deve ter passado som para fora do quarto.

Fiquei quieta por alguns segundos, nada. Me senti aliviada... Levei aquele troço para o quarto de costura e o tranquei.

Olhei sobre minha cama, lá estava todas as minha malas exatamente como Grose havia deixado.

Abri uma delas, peguei uma roupa confortável e fui me trocar no banheiro. Depois de tirar todas as malas de cima da cama estava finalmente pronta para deitar, quando derrepente... escuto passos no andar debaixo.

Abro a porta e sigo na ponta dos pés.

Imaginei ter sido Flora então desço até o andar de baixo para checar... não havia ninguém.

Notei que a luz de um dos quartos tinha se acendido e subi rapidamente.
A luz se apaga novamente...

- Alguém está brincando de esconde esconde comigo. - Pensei.

Entro no lugar e tento ascender a luz... Não acho o interruptor.

Depois de uns segundos ali dentro não estava mais tão escuro, a luz do luar que passava pelo vidro da janela agora iluminava o quarto, vendo melhor percebi que nunca havia entrado naquele cômodo.

Vejo uma sombra se formar a minha frente e me assusto.

Alguém tapa a minha boca com a mão.

- Shiiii quietinha. - Diz uma voz baixa e calma. Meus batimentos aceleram.

Tento me livrar de quem quer que seja mas me dei conta de que ele me havia colocado contra a parede. Agarro seu pulso magro e gelado em uma tentativa de sair.

- Calma, eu não vou te machucar... te solto se você prometer que não irá gritar de novo. - Disse ele.

- Hum rum. - Eu estava tão apavorada que não tive outra escolha... fiz que sim com a cabeça.

Ele me soltou e eu tentei achar o interruptor.

A luz se ascende.

Olho para um garoto alto e magro, braços cumpridos, os olhos e cabelos bem escuros e bem, bem pálido. Observo o lugar... Típico quarto adolescente.

- Me desculpe, não queria te assustar, me chamo Miles. - Disse ele sorrindo e estendendo sua mão.

- Não estou assustada. - Eu tava era apavorada!!

Ele ri.

O olho como quem não entendeu nada, me viro e tento abrir a porta mas estava trancada.

- Será que você pode abrir a porta? - Pergunto.

- Se não o que? - Ela me pergunta dando um sorriso malicioso, se senta na cama e gira um pequeno molho de chaves no indicador.

- Se não eu vou ficar aqui ué? - Falei irritada.

- Pode ficar... É sempre bom ter companhia. - Indagou sorrindo novamente.

Revirei os olhos e dei uma risada de indignação.

- Ousadinho você.

Ele dá de ombros.

Me aproximo dele, pego a chave e abro a porta, já fora do quarto eu a jogo em seu colo, lhe dou um tchauzinho com uma das mãos e digo:

- Boa noitee!

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