Os Órfãos

Capítulo 15- Instinto

Miles Fairchild

Kate tá muito estranha desde que aquela festa, não que eu fique o tempo todo pensando.

Quint está me preocupando, primeiro ele começa a espiona-la e depois a joga na piscina.

Ele é desse jeito doentio desde que o conheci, temo que possa estar gostando dela da mesma intensidade que gostava de Layla, mas dessa vez eu não posso ajuda-lo.

Estou tentando protege-la sem que Kate desconfie que eu começei a gostar dela, na verdade eu acho que ela já sabe.

Quint está com ciúmes de mim, mesmo sabendo que uma mulher como ela nunca se interessaria por alguém como eu.
Ficamos em uma disputa mútua.

Porque eu não poderia gostar de uma das garotas da festa, de uma pessoa da minha idade?
Porque ela?

Mas mesmo não podendo ter Kate eu vou protege-la, não vou deixar Quint machuca-la como fez com Layla, porque antes eu não tinha como impedir.

Sei que ela é quem deveria estar tomando conta de mim mas nesse caso é diferente.

Dei uma pista para que a mesma soubesse de tudo, bom quase.

Depois que os dois morreram Grose me pediu para quardar as coisas deles e no meio de tudo estava um diário de Layla, o antigo amor de Quint.

Deixei o caderno no quarto de Kate para que ela podesse saber a verdade, mas como a autora morreu antes de terminar, eu tomei a liberdade de acrescentar uma página falsa, somente para ajuda-la a compreender os segredos dessa casa.

"Setembro, 22 de 1981.

Isso foi longe de mais, minha relação com Quint ficou fora do meu controle e disse a ele que não quero mais nada.

Descidi que não vou arriscar a minha vida por causa de uma promessa de uma garotinha, ela irá ficar iconformada e por isso eu decidi ir embora sem dizer nada.

Essa casa tem uma maldição pendurada no sangue da família Fairchild a séculos.

Com isso, se eu ficar tempo suficiente para morrer nessa casa minha alma ficará presa eternamente nesse terreno maldito, assim como aconteceu com cada pessoa que já morou aqui e vai acontecer com membro que irá morar.

Quint sabe disso e quer me manter para sempre com ele, eu presiso ir antes que seja tarde."

Tomara que ela tenha lido a parte que eu acrescentei.
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O almoço estava na mesa e não havia ninguém na cozinha, Flora ainda estava no estábulo.

Fui procurar a senhora Grose, subi as escadas e ela estava no quarto de Kate.

- Miles? - Pergunta a mais nova ao me ver, ela estava segurando o caderno de Layla... Isso era bom sinal.

- Miles porque você deixou Kate mecher nas coisas de Layla, eu disse muito bem que era para você quardar.

- Me desculpe mas eu achei jogado chão do closset e quis saber o que era.

- Que Irresponsábilidade. - Disse Grose para mim com olhar de desapontamento.

- Me desculpe.

- Tudo bem. - Ela se virou para a outra.

- Kate presiso que me devolva isso.

- Eu já o li.

- Não devia ter feito isso. - Ela saiu do quarto com o caderno e a foto na mão.

- Miles, como Layla morreu?

- Você não leu a última parte?

Ela fez que não com a cabeça com cara de dúvida. Porra, todo o trabalho que eu tive para ela vim me perguntar isso.

Contei pacientemente a ela tudo o que eu tinha acrescentado na última folha, que ela estava correndo perigo.

- Mas e vocês? - Pergunta confusa.

- O que tem a gente?

- Sua alma também irá ficar presa nos arredores da casa?

- Sim, só se...

- O que? - Ela me olha no fundo dos olhos me fazendo tremer.

- A maldição só é quebrada se um membro legítimo da família se sacrificar fora dos arredores da mansão.

- E então?

- Eu e Flora somos as últimas pessoas vivas com o sangue Fairchild, isso pelo que eu sei.

- Isso quer dizer que só irá acabar se você ou Flora tirarem a própria vida?

- Exatamente.