Os Órfãos

Capítulo 9- Meu Limite

Kate Mandell

Eu havia chegado naquela casa a somente uma semana, mas parecia estar trabalhando a meses.
Precisava de um fim de semana só para mim e estava muito grata por te-lo recebido.

No dia seguinte acordei com o telefone tocando, sabia que Clara não iria acordar com o som por ter sono pesado então eu mesma atendi.

- Alô?

- Senhoria Mandell?

- Grose? - Respondi surpresa. Como ela sabia o número de Clara?

- Ai que bom! Eu preciso de um favor.

- Sim?

- Eu sei que a senhorita esta de folga mas precisei sair com urgência.

- As crianças estão sozinhas?

- Infelizmente, mas eu deixei comida pronta para os dois, Miles consegue dar conta das coisas por um tempo. Desculpe pedir isso mas eu presiso que volte o mais rápido possível.

- Eu só consigo voltar hoje a noite.

- Muito obrigada. Tudo bem então, eu presiso desligar. E mas uma vez me desculpe por enomoda-la.

- Imagina. Se é um assunto urgente a senhora tem direito de se ausêntar, além do mais não trabalha sozinha.

- É bom saber que posso contar com você Kate, não tenho nem como lhe agradecer.

- É uma honra cuidar dessas crianças.

- Fico feliz ouvir isso... adeus Kate.

Fiquei intrigada, o que será que aconteceu de tão grave para que Grose precisasse sair do nada.

Tentei nem pensar, além do mais eu ainda estava de folga.

Fomos até o centro, tinha dito a Clara que queria fazer uma surpresa a Flora lhe dando outro peixe.

Ela me seguia pra onde quer que eu fosse e eu gostava muito de estar com ela, da sua companhia, do geito como me animava e do seu otimismo sobre tudo.

Entrei em um pet shopping e escolhi o peixinho mais parecido possível do qual Miles havia assassinado. Ele era perfeito, nem muito grande e nem um de aquário. Ela ficaria muito feliz!

Depois da compra andamos quase toda a cidade, íamos no lugares, víamos tudo e saiamos de lá sem nada, coisa de quem só quer passear.

Clara queria que eu fosse com ela em uma loja de discos e resolvi escolher um para Miles, ele era do tipo de adolecente que gostava de rock e tinha um estilo gótico, combinava com ele.

- Não sabia que você curtia esse estilo de música Kate. - Ela comentou.

- Não é para mim.

- Então tá. - Disse ela passando no caixa com uns seis CDs na mão.

- Só isso.

- Engraçadinha. - Indagou dando um sorriso de canto. - Vai ter uma festa hoje na casa do meu namorado, você vai?

- Não posso. - Sussurei. - Terei que voltar para o trabalho ainda hoje.

- Sério, eu achei que você só iria voltar na segunda, o que houve?

- Alguns imprevistos com a senhora Grose e ela teve que sair, não posso deixar as crianças sozinhas.

- Tá, mas vamos arrumar uma a outra como fazíamos nas festas da faculdade?

- Ah não. - Resmunguei.

- Vai, é sua última noite comigo, você me deve.

- Mas eu não vou para a festa, porque você vai me arrumar?

- Para relembrar os velhos tempos.

- Tá bem. - Disse revirando os olhos.

Nós saímos da loja e fomos direto para casa, eu estava com medo de demorar para chegar na mansão Fairchild e acontecer alguma coisa com as crianças. Depois que chegamos eu coloquei minhas coisas no carro no meio da ansiedade.

- Amiga relaxa, você não vai se atrasar, agora são 17:30! - Disse Clara parada na porta, me observando do lado de fora a arrumar a mala no banco de trás.

- Eu sei, mas no caso disso acontecer as minhas coisas já estão prontas.

- Vem!

Ela me puxou para dentro pelo braço e me fez ficar alí parada, só a observando enquanto ela escolhia uma roupa para mim.

- Essa? - Perguntou me mostrando um top vermelho com um decote enorme na frente.

- Clara eu não tenho mais dezoito anos!

- Tá tabom, se você ficar dando palpite eu vou te fazer usar a roupa que eu escolher! - Falou em um tom brincalhão.

Ela me entregou um look e me mandou experimentar, sem perceber eu já estava usando um cropped rosa com uma jaqueta escura, calça jeans de cintura alta e um salto preto.

- Você tá linda.

- Você tá louca!

Enquanto nós relembravamos da nossa época constrangedora no Colégio, Clara me maquiou e em troca me deixou maquia-la.

Ouvimos umas musicas, dançamos, e demos risadas, só havia percebido que estava atrasada quando o rádio parou de pegar.

- Meu Deus eu presiso ir!

- Então vai antes que você perca seu emprego.

- Mas eu tenho que me trocar.

- Pode ficar com a minha roupa.

- Obrigada Clara. - Disse lhe dando um abraço.

- Imagina Kate. Eu te amo! - Sussurou.

- Eu também.

Ela me acompanhou até a porta, eu entrei no carro e enquanto estava indo embora nossos olhos se encontraram, vi tristeza com um toque de orgulho em seu olhar.

Não queria que eu fosse mas achava egoísmo pedir para que eu ficasse.
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Entrei novamente pelo portão sentindo como se fosse a primeira vez, nunca iria me sentir em casa naquele lugar.

Já estava escuro, por enquanto estava tudo calmo... O estranho era que a casa estava toda acesa mas tirando isso.

Desci do carro com minha mala e com as sacolas de compra que tinha feito na cidade quando derrepente começo a ouvir um som estranho, estava alto mas distante com uma batida forte.

Abri a porta e fui guardar minhas coisas no quarto, aquele som estava me chamando atenção.

Fui até o fundo e vi...
Uma festa?!
Miles tinha dado uma festa?

Era só o que faltava...