Capítulo 6- Conflito Mental

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Miles Fairchild

Uma semana tinha se passado desde que eu fui expulso, quando sai daquela desgraça de lugar.

Não parei de pensar na noite em que voltei para casa... em que conheci Kate.

Confesso que ve-la assustada ou assusta-la me dava uma certa satisfação, e com ela era muito fácil. Era emocionante frágil e podia me aproveitar disso como bem quisesse, a desvantagem naquilo era que ela não me veria mais como um adolescente rebelde, mas sim como uma garoto estranho e irritante se é que ela já não achava... Porque diabos eu estava preocupado com o que ela iria pensar de mim?
Foda-se!!

Eu realmente não sabia o que pensar sobre ela, é uma professora que ao invés de dar aula em uma escola de verdade, com crianças normais, prefiria ser paga para ser governanta em uma casa enorme e sinistra como aqui?
Prefiria nem saber.

Reconheço que eu sou estranho, mas eu precisava me dar um desconto! Havia acabado de perder meus pais, meu único amigo e com isso minha razão de viver.

Ai vem a pergunta, para que dinheiro se não tem com que gastar?

Fala sério, que garoto de 16 anos fazer uma pergunta dessas... Eu não sou normal!!
Exatamente por esse motivo que eu era zombado.

Pelo menos não havia perdido o contato com Quint, eu ainda conseguia ve-lo e ouvi-lo, sussurrava coisas para mim de vez em quando e as vezes o flagrava a espreita de Kate, isso me deixava irado.

Assim como ele, a bebida e o cigarro não haviam me abandonado, mas eu escondia tudo no meu quarto trancado a sete chaves.

Eu saía de casa durante a noite e ia no jardim para acender um cigarro, quando me dava conta tinha acabado com o maço todo, eu não achava errado mas queria me livrar daquilo de alguma forma.

Quint me seguia onde quer que eu fosse... não tinha privassidade! Mesmo ele não estanto tecnicamente alí isso me encomodava.

Percebi que depois de ter matado o peixe Flora passou a me evitar, eu não a culpava.

Estava parcialmente arrependo, entendo sua dor e sei o que é perder um amigo, mas não precisava começar a ficar amiguinha de Kate.

Ela tava me irritando! Tinha tomado a atenção de Quint, que de certa forma era bom pra mim... Mas agora a minha irmã!? Isso já é de mais.

Talvez eu estivesse irritado por não receber tanta atenção dela como eu queria. O que eu to dizendo? Parece que estou querendo me aproximar dela.

Não, eu a detestava! Ela tinha roubado tudo de mim só no primeiro dia: minha irmã, meu amigo... meu sono.

Não podia negar que ela era bonita, atraente e tratava minha irmã com muito cuidado e atenção mas isso não significa que eu gostava dela, que podíamos nos darmos bem ou que gostava do fato de morar de baixo do mesmo teto que ela.
Talvez.

Ultimamente eu só tentava intende-la, tentava decifrar o que passava pela sua mente, se ela pensava em mim...

O que estava acontecendo? Eu estava preocupado com Kate, não!

Tentei afastar aqueles pensamentos da minha cabeça e fui montar a cavalo, fazer aquilo me acalmava, me animava e me fazia tirar todas e quaisquer distrações.

Enquanto estava passando pelo jardim vi Kate indo embora...

Ela foi sem se despedir?
Será que foi pelo que eu fiz?
Iria voltar a ve-la?
Por eu estava preocupado?

Eu havia entrado em contradição com minha própria mente, com os meus própios pensamentos.

O que ela fez comigo?

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