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Manuela;

- Shi, fica quieta. - Lucas fala me puxando pra trás.

Me sinto tão aliviada de saber que era ele que estava ali.

Ele tira a mão da minha boca me deixando respirar. Lucas pega minha mão me guiando pelo os corredores.

- Eu liguei pro Diego, ele e o Renato já estão a caminho.

- O que tá acontecendo?

- Os capangas do Lino estão aqui, precisamos sair antes que nos achem.

Corriamos passando por todos os corredores possíveis da faculdade. Minha respiração estava falhando e eu me sentia exausta.

- Lucas, não deixa eles me levarem. - peço enquanto corremos.

- Manuela, vou te proteger igual eu protejo minha namorada.

Paramos de correr quando atingimos o campo de futebol.

- Se esconde por entre as arquibancadas, eu vou pro outro lado.

Faço o que ele pede. Entro no meio das arquibancas, indo cada vez mais fundo. Ali era escuro e cheirava a mofo.

Minhas mãos soavam muito. Me sentia muito nervosa e com medo. Podia ouvir as batidas aceleradas do meu coração.

Escuto passos um pouco distante. Eles não podem me achar.

Um som um pouco abafado me assusta. Tento não fazer nenhum ruído.

- Achem a garota, - um homem fala. - ela não pode ter ido muito longe.

- O Renato está vindo. - outro homem fala.

Tudo volta a ficar estranhamente silencioso. O medo corria em minhas veias. A sensação era até pior do que a que sentir quando Renato me fez de prisioneira.

Volto a escutar passos.

- Droga, eles não podem tocar nela. - escuto uma voz distante.

- Cadê o Lucas? Eles deviam está aqui! - Diego diz.

Começo a sair daquele corredor espremido.

- RENATO! - grito o chamando.

Ele gira no calcanhar quando me ver. Corro em sua direção. Ele veio me salvar.

Ele vem até mim me abraçando forte quando me jogo em seus braços.

- Estou com medo. - sussurro contra o peito dele.

- Estou aqui agora, não vai te acontecer nada. - ele fala segurando meu rosto. - cadê o Lucas?

- Ele foi pro outro lado.

- Aqui. - escutamos alguém gritar.

Lucas andava com dificuldade, muito sangue escorria da coxa dele.

Aí meu Deus, ele tomou um tiro.

Diego vai até ele o ajudando.

- Precisamos sair daqui, eles chamaram reforços...

Ele estava pálido, parecia um papel.

- Eles querem levar a Manuela a qualquer custo. - ele respira fundo parecendo exausto. - temos que ter cuidado, estão infiltrados e com silenciadores nas armas.

- Vamos sair por trás, Henrique está com o carro pra gente vazar daqui.

°°°

Estava sentada no canto do quarto. Minha mão tremia muito e eu sentia como se o ar fosse me faltar.

Renato estava lá embaixo tendo uma reunião com Léo, Thiago e Diego.

Eu não me sentia bem, estava enjoada e minha cabeça parecia que ia explodir. Estou morrendo de medo.

Renato tinha mandando Matteo pra casa do Diego. Lá era mais seguro pra ele ficar por enquanto. E lá tinha os filhos do Diego pra fazer companhia a ele. Segundo Renato, depois da casa dele, a casa do Diego era o único lugar totalmente seguro. Não há registros em lugar nenhum, fica num bairro afastado e bem tranquilo.

Acho melhor assim, não quero que Matteo corra riscos. Ele é um menino muito especial e o amo com todo o meu coração.

Escuto o som da porta sendo aberta, fico de pé pra ir falar com Renato, mas travo quando noto que não é ele.

- Henrique, o que faz aqui? - pergunto o encarando.

- O Renato pediu pra te chamar. - ele responde.

- Vai na frente, eu preciso lavar o rosto, estou péssima.

Ele apenas concorda e sai.

Pego meu celular no bolso da calça e ligo pro Renato. Eu não confio em ninguém que diz que o Renato está me chamando, não depois do que aconteceu mais cedo.

Ele estava demorando muito pra atender...

Vou em direção a porta, porém paro quando escuto algo quebrar.

- Você não devia ter deixado a garota sozinha. - alguém grita do corredor.

Merda!

Corro o mais rápido que consigo e entro em baixo da cama. Me afasto bem pro fundo.

A porta é aberta com brutalidade. Levo a mão até a boca tentando reprimir o som da minha respiração acelerada.

Seguro meu celular com a outra e ligo pro Diego.

Conseguia ver os sapatos dos dois homens que me procuravam pelo o quarto.

Diego também não estava atendendo.

- Sabe, a gente esqueceu de olhar em um lugar. - um dos homens fala.

Tudo fica silencioso, ah não ser por ruídos que vinham lá de baixo.

Meu coração batia tão forte que eu temia que eles pudessem ouvir.

- Achei você. - o cara fala me puxando pelas pernas.

- ME SOLTA... RENATO! - grito me debatendo.

O cara continuava a me puxar corredor a fora pelas pernas.

- ME LARGA. RENAT...

- Pode gritar o quanto quiser bonequinha, - ele rir em meio a frase. - seu macho está todo fodido lá embaixo.

Ele para de me puxar quando chegamos na escada. Ele me levanta pelos os cabelos, solto um grito de dor quando fico de pé.

Tenho uma visão perfeita do que acontecia na sala. Os meninos estavam amarrados, Renato estava todo machucado...

Como eu não ouvi nada?

- Sabe, eu venho arquitetando isso a meses. - um cara fala subindo a escada. - foi muito fácil invadir essa casa, Renato é igual ao pai, muito burro, não foi atoa que meu pai matou o dele.

O cara para na minha frente. Ele sorri friamente pra mim.

Pele clara, barba, cabelos pretos, alguns sinais no rosto.

- Prazer Manuela, Lino Pasquale.

××××

Pronto, esse foi o último capítulo de hoje! Acho que era mais fácil eu ter feito uma maratona, digamos que foi a mesma coisa que um maratona kkkk  ❤

TRÁFICO | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora