Manuela:
Quando eu pensava que não tinha mais o que por pra fora, lá estava minha cabeça dentro do vazo sanitário. Perdi as contas de quantas vezes vomitei.
Eu tinha me prostituido pela quarta vez na boate. Me sentia nojenta, com uma vontade enorme de vomitar.
As imagens daqueles caras tocando em mim, gemendo, sentindo prazer, enquanto eu só sentia repulsa, não saiam da minha cabeça.
Desde que Renato me humilhou na casa dele, a uns quatro dias atrás, eu me sinto sem chão.
Cada vez que eu termino um "trabalho" corro pro banheiro pra por tudo pra fora.
Minha vida tinha se tornado infeliz, daria tudo pra voltar pra minha casa.
Eu nem aguento me olhar no espelho, tenho nojo do meu próprio corpo quando tomo banho, quando vejo as marcas que ficam pelo o meu corpo.
- Manu? - a voz da Malena preenche o banheiro.
- Me ajuda! - peço com a voz fraca.
Malena se agacha ao meu lado. Ela ajeita meu cabelo e alisa meu rosto.
- Vou te dá um banho. - ela fala com carinho. - depois você vai deitar, se o Renan perguntar algo, digo com você está passando mal.
- Obrigado Male, você tem sido muito boa comigo.
- Somos amigas, e amigas cuidam uma das outras.
- Eu só preciso de um banho e ficarei bem, não quero arrumar problemas com o Renato. - falo. - me ajuda a levantar, me sinto fraca.
Ela me ajuda a levantar do chão. Me apoio na parede respirando fundo.
- Vamos fazer assim, vou buscar um suco e algo pra você comer, enquanto isso você vai se ajeitando.
- Tá certo.
Male sai do banheiro me deixando sozinha. Aproveito pra tomar um banho rápido, preciso ficar nova em folha e voltar pra pista de dança.
°°°
Me sentia um pouco melhor. Estava sentada no bar. Fazia companhia a um cara que foi largado pela noiva.
Ele não queria me levar pra um quarto, apenas queria conversar. Deve ser terrível ser largado perto do casamento.
- Manuela.
Renan senta ao meu lado, ele segurava uma garrafa de whisky.
- Renato quer ver você, ele está te esperando no escritório.
Ele me entrega a garrafa de whisky, a pego sem questionar nada.
O que será que aquele satanás quer comigo? Me humilhar mais?
Subo a escada do camarote, que estava vazio hoje. Acho que só Renato e os amigos usam essa área.
Bato na porta, mas não acho que ele vá escutar, a música está muito alta. Escuto "entra" um tanto abafado.
Passo pela porta tendo a visão do escritório. Renato estava sentado em sua cadeira, ele prestava atenção em algo no notebook.
Fecho a porta e noto que não dava pra ouvir a música, as paredes devem ser a prova de som.
- Queria me ver? - pergunto o encarando.
Renato olha pra mim pela primeira vez. Ele me avalia dos pés a cabeça.
- Você parece doente. - observa.
- Estou bem. - minto. - o Renan me deu isso.
Boto a garrafa de whisky na mesa dele. Renato a pega e põe numa mesinha que tinha perto dele. Era um bar pequeno.
- Por que queria me ver? - questiono curiosa.
- Soube do seu desempenho durante esses dias, achei que você continuaria me desobedecendo.
Claro que eu não faria isso, por mais que as vezes me desse vontade de morrer, sou sensata o suficiente pra saber que eu não morreria só. Minha tia morreria logo em seguida.
- Mas não foi pra isso que te chamei, hoje eu passei na casa da sua tia, você acredita que ela se mudou, o vizinho disse que ela voltou pro México...
O quê?
Eu não acredito!
- Isso é mentira! - esbravejo.
- E eu jurando que ela gostava de você, mas foi só você sumir, que ela se mandou.
Sentia as lágrimas querendo me consumir. Ela foi embora. E eu aqui me matando para tentar protege-la.
Não consigo controlar, as lágrimas simplesmente escorrem por meu rosto.
Renato sai de trás da mesa, ele vem em minha direção. Sua mão toca meu queixo, erguendo meu rosto.
- O amor é inútil Manuela, nos sacrificamos tanto pelos os outros, que no final, eles nem nos agradece. - ele fala de forma cruel. - sempre nos decepcionam.
- Vai me humilhar mais? - pergunto olhando nos olhos dele.
Seus olhos me transmitiam algo, mas eu não sabia exatamente o quê. Só sei que não pareciam mais sem vida.
Renato desce a mão pro meu pescoço, depois pro meu braço. Ele olhava tudo com muita atenção.
- Você está toda marcada. - ele fala. - quem te fez isso?
- Até parece que você se preocupa comigo, mas já que quer saber, isso são as marcas de transar sem vontade.
Ele parece um pouco incomodado, mas não deixa transparecer muito.
- Eu preciso que você venha até a minha casa amanhã. - ele diz mudando de assunto. - Matteo não quer deixar que Marta retire os pontos, e não quer sair sozinho.
- Tudo bem, eu irei. Precisa de mais alguma coisa?
Renato tinha sentado em sua cadeira. Ele parecia pensar em algo. Noto que ela humedece muito os lábios, como se fosse uma mania.
Ele bate a mão na coxa dele, me chamando pra sentar ali. Fico parada onde estou. Não vou sentar no colo dele. Ele é bipolar demais.
- Manuela...
Suspiro fazendo birra, mas acabo indo até ele. Sento em seu colo o olhando. Renato segura meu rosto entre as mãos, seus olhos fixam em meus lábios, aquilo faz meu coração acelerar.
- Você vai ficar comigo essa noite
- ele fala. - só tenho que terminar umas coisas e depois falar com o Renan.- Por que eu tenho que ir com você?
Renato não me responde, ele simplesmente gruda os lábios nos meus. Tento resistir, mas era praticamente impossível. O beijo dele é tão diferente.
Ponho na minha cabeça a imagem de tudo o que ele já me fez, mas até meu cérebro se tornou traidor.
Enrosco meus braços em seu pescoço. As pontas dos meus dedos brincam com os cabelos de sua nuca.
Renato solta meu rosto, suas mãos descem pra minha cintura. Ele me une mais ao seu corpo, me fazendo sarrar em sua ereção.
- Renato...
Ele desce os lábios por meu pescoço, me deixando toda arrepiada.
Eu não devia gostar disso, não devia querer mais. Ele acabou com a minha vida!
- Você vai ser minha essa noite.
🎆
Continua?
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TRÁFICO | Renato Garcia (Concluída)
FanficEle é perigoso, frio e calculista. Tudo o que ele mais deseja é se vingar do homem que tornou a sua vida infeliz. Chefe do Tráfico, Renato não poupa esforços pra ter o que deseja. Mas... e ela?? Ela só estava no lugar errado, na hora errada. Porém...