[08]

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Renato Garcia:

Estava no galpão com os meninos. Léo estava repassando o plano e todos prestavam atenção.

- São duas saídas de emergência, só que essas saídas serão monitoradas hoje.

- E como vamos sair com os quadros? - Thiago pergunta.

- Não vamos sair com os quadros, pois os quadros que vão ser expostos são falsos, so depois que é dado um lance, que eles te dão a obra original. Precisamos encontrar no andar de cima, o escritório que está guardado todas as cápsulas com as obras de artes e os certificados. - Léo fala apontando pra quantidade de salas que havia na parte de cima.

Estávamos com a planta da galeria.

- Tem câmeras no andar de cima, estarei monitorando todas, consegui haquear o sistema, então vocês não serão pegos, ah não ser que façam merda.

- Leonardo, quanto tempo teremos pra fazer tudo?

- Uma hora, o roubo tem que acontecer durante o leilão. - Léo responde.

- Temos que dá um lance, - falo usando a inteligência. - pra não parecemos suspeitos.

Todos concordam.

- Agora vamos repassar o esquema de fuga. Todos os carros já estão equipados caso a polícia fique na nossa cola. Dois homens em cada carro, todos são pretos, a ideia é deixar os policiais confusos, cada um de nós vai em um carro, não podemos chegar juntos.

- Mas você ainda não falou como vamos sair com as obras. - Thiago fala confuso.

- Presta atenção, anta. - falo impaciente. - não é óbvio que vamos sair na troca de guardas. Um dardo tranquilizante pra cada um, tudo resolvido.

- Exatamente. - Léo confirma. - mais uma coisa, não esqueçam das luvas, não podemos deixar rastros de digitais.

- A gente não é burro. - falo. - então, vejo vocês à noite.

°°°

Entro em casa decidido a terminar de organizar umas planilhas da empresa, mas o som vindo da sala de TV me atrai.

Abro a porta um pouco vendo Matteo, ele estava jogando vídeo game. Entro na sala observando os brinquedos dele espalhados pelo o chão.

Ele passava horas aqui dentro. No horário da tarde ele tem aulas com professores particular. Não confio em deixá-lo sair, tenho medo que algo aconteça a ele.

Sento numa cadeira que tinha ali, fico em silêncio o observando.

Tenho que me esforçar pra ser o pai que ele precisa, o pai que ele merece.

Como posso rejeitar meu filho, se ele é a única coisa boa que eu já fiz.

Ele olha pra trás me vendo. Matteo esboça um sorriso tímido.

- Você quer jogar, papai?

Ele nunca me chamava de papai, era sempre pai ou até mesmo Garcia.

- O que você está jogando? - pergunto curioso.

- Super Mario, posso colocar pra dois e a gente ver quem ganha as missões primeiro.

- Eu sou ótimo com jogos. - falo. - você vai perder.

Ele começa a rir como se eu já tivesse perdido.

Sento ao lado dele no sofá. Matteo me entrega um controle e muda as configurações do jogo.

Não sei quanto tempo ficamos ali, só sei que jogamos vários jogos. Que brincamos de carrinho e até montamos um quebra cabeça.

Eu nunca tinha aproveitado um dia todo com ele. Sempre tinha algo pra fazer, ou eu mesmo me recusava a ficar no mesmo ambiente que ele, só pelo fato dele me lembra muito a Chiara.

- Papai, podemos fazer isso de novo outro dia? - ele pergunta.

- Podemos. - as palavras saíram antes mesmo de eu raciocinar.

Me surpreendo quando Matteo se joga em meus braços. Ele aperta os bracinhos curtos ao meu redor e me abraça com força.

- Eu te amo papai, obrigado por ter brincando comigo. - ele diz todo feliz.

Eu não sabia como reagir com atos de carinho, era um pouco estranho pra mim, meu cérebro demora um pouco a processar como devo agir.

Respiro fundo e retribuo o abraço dele.

- Eu também te amo, Matteo.

🌌

Continua?

TRÁFICO | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora